fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

quinta-feira, março 31, 2011

Laberinto de sueños


El mes pasado en Guadalajara, Jalisco, se presento una obra poética que muestra el talento de los mexicanos, ejemplo de ello es este libro que ahora les presentare a toda la comunidad mundial que acude a este sitio. Es el resultado del trabajo de Ana Luisa Esparza Molina, Laberinto de sueños

Y quiero compartir con ustedes una de sus creaciones, un poema que me ha gustado. Siento gran identificación con sus poesías. Más adelante tendran el gusto de leer algo más de ella.

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quinta-feira, março 24, 2011

Carta ao Pelouro da Mobilidade da CM de Lisboa*

Ao Pelouro da Mobilidade,
Exmos Senhores,
Em primeiro lugar a minha gratidão pela atenção que vos mereço. Confesso sentir-me com um naco de cidadania e não ter sido considerada apenas eleitora.
Passemos, pois, ao conteúdo da vossa mensagem. Se é que a opinião de um cidadão tem qualquer peso nas vossas decisões, ou se vos suscita algum tempo de pausa. Para olhar.

A causa da mobilidade começa a ser uma fantasia a não serem considerados alguns factores:
1. a população da cidade está a envelhecer. Já ultrapassámos a taxa de renovação da população. Já temos mais maiores de 65 anos do que menores de 15 anos. Logo, ciclovias. Peregrina inovação! Para irmos todos ao supermercado! ou para sermos atropelados por ciclistas incautos! Por que não ciclovias em lugares de lazer, em Lisboa cidade das... sete colinas! Nunca percebi. Deficit meu. Algum objectivo terá a ciclovia.
Por aqui, por onde vivo, serve para... marcha ( quando se marcha)! Raro é o ciclista. Pior, o ciclista saltita, a pé e acostado à bicicleta, entre a interrupção da paragem do autocarro e a porta do Hospital Júlio de Matos.
Ciclovia, pois, uma prioridade! E a terceira idade a escapar-se da roda!
2. a cidade perde cerca de 10.000 habitantes por década. O que quer dizer que está oca ( sem recheio humano).
Os moradores, os que teimam em sobreviver na cidade, não conseguem estacionar. Gastam-se litros de combustível a dar voltas a quarteirões. Perde-se tempo e paciência. Uma cidade ERIÇADA de pilaretes, em defesa CONTRA os seus residentes. A continuar, pois, a saída de habitantes. Uma cidade eriçada contra uma população envelhecida!
3. O não reconhecimento de que não há só deficientes motores nesta cidade. Há ainda - se não for intenção de ninguém acabar com eles, ou acantoná-los, encerrá-los, dentro de casa (o que considero, salvo melhor opinião - e estou disposta a qualquer contributo ou debate - má prática, em defesa da sanidade mental), há ainda, dentro da faixa etária que começa a "sobrar" na cidade, pessoas insuficientes ( insuficientes cardíacos, insuficientes respiratórios,diabéticos complicados). E não falo sem conhecimento de causa:
tenho uma irmã portadora de insuficiência respiratória, em oxigenoterapia durante a noite. Com enorme esforço transporta para casa 1 Kg de peso em cada mão. Apresentei à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal de Lisboa uma exposição a solicitar um lugar de estacionamento a ela reservado ( exposição e respectiva documentação). Após porfiados esforços desisti: tinha de apresentar uma declaração médica em como era... DEFICIENTE MOTORA! Como tem duas pernas e dois braços funcionantes,(que lhe permitem conduzir e cumprir as propostas sempre bem vindas, digo bem vindas, da EMEL) não se pode satisfazer esta solicitação... Tem um grau de incapacidade funcional ( também apresentado à Câmara Municipal ) de 80%! MAS tem pernas e braços.

A situação, se não fosse caricata,era kafkiana. É o que temos, até que o bom senso nos visite. Não é o bom senso, é o querer olhar a realidade.
4. Por opção... sou médica! E declaro que não pedi a ninguém ( nem aos deuses!) o grau de incapacidade de minha irmã!


O real está aqui, é palpável, não está em secretárias e resmas de papel, ou recycle bins.

Com os meus melhores cumprimentos,e com a minha intenção de continuar a participar-vos do dia-a-dia de cidadãos que vos enchem o quotidiano,


*Maria Celeste Patrício Ceboleiro
(texto enviado pela nossa tertuliana)

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quarta-feira, março 23, 2011

O call- center no tribunal do Santo- Ofício no atendimento aos familiares dos réus dos autos de fé

HISTÓRIA MODERNA


Autor: SALTA POCINHAS NOGUEIRA DE AZEITÃO
Título da Tese: O call- center no tribunal do Santo- Ofício no atendimento aos familiares dos réus dos autos de fé
Júri: Professor Doutor Mau Fígado(Orientador e Arguente ) ( Universidade Ficou a ver navios ) Professora Doutora Tem um mau feitio ( Universidade Pesbiuque, Arguente , Co-Orientadora ) Professor Doutor Ninguém aparece nas minhas almas ( Universidade Rien Personne, Paris )

Salta Pocinha Nogueira de Azeitão decidiu estudar o atendimento dos familiares dos réus dos autos de fé no tribunal do Santo Ofício. Nesse sentido a autora desenvolveu uma nova área dentro do antedimento ao cliente aos familiares dos réus dos autos de fé uma nova área a marketingologia.
Nesse sentido, Salta Pocinhas Nogueira de Azeitão descobriu que nessa altura os inquisidores recebiam os “bufos”e lhes diziam que não aguentavam com os familiares dizendo que eles haviam visto seres no céu.

Nesse sentido surgiriam campanhas de promoção via fogueira para pessoas que acreditavam que eram a Joana de Arc, que tinha ataques epilecticos. Seriam manifestações doDemónio? Apresentar-se-iam novas máquinas bondage? Cigarrinhos nos pelos púbicos? Tubos e choques eléctricos? Seria recebida Santa Teresa de Ávila num clube de sexo onde toca swing para as suas companheiras de luta?

Salta Pocinhas Nogueira de Azeitão leu os processos dos autos de fé e chegou à conclusão de que os inquisidores recebiam as lesões das vítimas e dos trabalhadores desse centro inquisidor. Há que vencer a todo o custo: Prémios! Prémios! Prémios!

Ao longo dos vinte mil processos que Salta Pocinha Nogueira de Azeitão chegou à conclusão de que os inquisidores eram extreterrrestres e que raptavam heréticos, protestantes e membros de novas religiões.

Antes de atingirem a verdadeira dor a Soror Bondage, retirava o cérebro das suas cobaias e lhes dava músicas que cantassem músicas de Bach, Handel reeinventadas pela Madre Ágata, a Irmã Mónica Sintra, a Irmã Ana Malhoa que é uma mistura da Deusa Kali cheia de marcas de cigarros: Tortura Chinesa, Tortura Namban, Tortura Perseguição aos Judeus.

Salta Pocinhas Nogueira de Azeitão chegou à conclusão de que em todos os atendimentos eram descritos como bolas gigantes com a insígnia do Monsenhor OVNI levar as vítimas para o céu até se encontrarem com um divórcio amigável entre os antigos militantes católicos onde consigam obter viagens para o céu encontrando-se com S. Pedro.

No final dos processos de auto de fé e das reclamações a que a autora teve acesso veio a descobrir a uma autêntica obra de ficção científica na qual nunca existiu atendimento ao público.

Salta Pocinhas Nogueira de Azeitão acabou por ser internada no Hospital Psiquiatrico da Univeridade Portuga por acreditar ser a Soror Bondage.

sábado, março 12, 2011

Capítulo Terceiro

Lourença por vezes via o menino de milho despedir-se de si e dizer-lhe que a via em todo o lado. Era um daqueles pedaços de milho que ela construía os seus brinquedos nas enormes tardes de Verão onde deixaram os seus dentes de rato. Aquele menino pretendia ser um menino de verdade e, ela seguia-o. Um dia seria a sua mãe, penteava-lhe os cabelos e dizia-lhe que ele iria ser astronauta. De mãos dadas com aquele ser inventado por ela, sentia-se uma Maria. A nova Virgem, pois concebera um ser através do milho , muitos outros seres eram de milho. Os maias construíram os seus seres através de uma casca de milho, também o seu autor favorito Monteiro Lobato criara um outro ser.Um cientista. O Visconde de Sabugosa era o tema da tese de mestrado de Lourença. Muitos outros seriam os seus filhos,seriam os seus alunos desleais, mas nada se comparava ao seu autor favorito. Lourença olhava então para as estrelas daquela casa de campo à beira da piscina onde ela descrevia mil e uma histórias, de muitos saraus à sua vista de onde tinha tanta coisa para dizer. Lourença sonhava tanto em recuperar a sua menina e refugiava-se na infância, como naquele ano longínquo de 1987. Lourença não tinha memória de nada, nem da composição das suas redacções das aulas de português que ficaram registados em pequenos cadernos. Aquele menino de milho chamava-a de mãe e via-a na ténue condição de criança e era naquele instante que ela se transformava numa parente pobre da fada Sininho que a visitava ou da dama pé de cabra que lhe afagava os cabelos e lhe chamava filha. Nessa altura Lourença olhava para os seus pés e via-lhe os cascos de tão altos que se tornavam tenebrosos ou até sedutores e minutos depois via-se só nos campos diante de papoilas que as transformava em bonecas como fazia Hortênsia.

Hortênsia era a filha da caseira da casa de campo onde estivera naquelas férias de anos. Hortênsia tinha uma personalidade muito particular pois dizia-lhe que queria ser mãe, mas não queria ser uma mãe qualquer , mas uma mãe que está diante de um canteiro de florzinhas. Seres minúsculos que lhes falavam e contavam histórias de grãos de areia apresentados por seres alados. Esses seres foram parentes passados dos anjos e daqueles grifos que estão às portas das igrejas. Era para ali que Hortênsia que levava as suas meninas em dias fúnebres para serem baptizadas por Joaquim.
Joaquim era aquele rapaz a quem todos diziam que se ia tornar num bucha, numa bola de carne , o banhas , de tão forte que era fora escolhido para ser sacristão pelo padre Monforte.
A princípio todos estranharam os modos do padre Monforte de tão novo e com ares de estrela de cinema deu-me conta mais tarde que a maioria das mulheres iam lá pelos seus lindos olhos que por outra coisa, mais ainda ele usava brinco, tinha brincadeiras inovadoras com as crianças e explicava-lhes tudo aquilo que não deviam ser dito aos jovens para os precaverem dos malefícios da droga e de certos assuntos que se entram na idade dos porquês das tesouras humanas. Nunca vi uma pessoa daquelas parecia ser um extra-terrestre. Da sua lenda dizia-se que nos anos anteriores fizera escavações no Médio Oriente e até sabia ler aqueles “gatafunhos com patas de avestruz. Lourença aprendera tudo com ele até que ele lhe deu a conhecer que era um outro ser, disse-lhe que se deviam apresentar aos contadores de histórias.

sexta-feira, março 11, 2011

Capítulo Segundo

Lourença parou de escrever a tese que tinha “pelas mãos “. Há seis meses que não lhe saía nada . O psicólogo dizia-lhe que tudo fazia parte do clima. Numa das sessões Lourença afirmou transformar-se numa mulher ao tentar investigar as histórias de dentes de ratos, seria uma dentista talvez , mas nunca mais se esqueceu de que foi numa dessas quadras festivas que a sua filha teve um acidente e ela quis voltar atrás. Lourença queria pedir à sua mãe de criatividade que preferia ser ela a vítima desse fatal
Acidente. Para Lourença não havia deus, mas uma deusa, ou melhor uma escritora. Ali estavam os dentinhos de leite da sua menina e um presente que ela lhe comprara naquele fatídico dia, guardava-o religiosamente .Esses objectos estavam guardados religiosamente perto do computador, da história da literatura, do seu ideal de criança, do nunca crescer, nunca ter responsabilidades, nem tinha que ser mulher, por isso entrara no universo do passado onde se escondia sob uma criança perdida numa quinta dourada da sua infância ,muito próximo aquela que lera nos seus tempos de menina. Agora, as suas histórias misturavam-se com as da menina Agustina. A criança era o pai do homem e da mulher ,nelas haviam sido projectados os seus interesses. Lourença tinha outros filhos, mas a mágoa, o vazio de que ali nada podia fazer nem havia espaço para repor naquele pedaço de si mesma
- A ficção é uma aula de psicologia e nela podemos concentrar as telhas da nossa casa. Com elas podemos preservar o caminho dos nossos animais. O luar da trombeta desaparecia de forma muito ténue, como se os anjos cantassem um hino às suas amarguras e lhe dessem carapitas de sal para uma margarita. Nessa noite Lourença chorava como a dona dos seus desejos, desejou ser novamente criança, escrevendo para os filhos dos outros e ainda por cima era investigadora de um autor que em Portugal ninguém conhecia Monteiro Lobato .
Lourença escolhera-o porque compreendia os dramas daquele homem. Menina dos negócios, como o seu autor predilecto queria dar um mundo melhor aos filhos dos outros quando não pôde dar afinal aquilo que queria aos seus. Na pior das hipóteses Lourença viu a sua filha ser engolida pelo mar numa terça-feira de Carnaval. Lourença nunca mais fora a mesma, queria recriar o universo da sua menina através de uma tese, da infância onde se via descrita como dente de rato, mas não sabia nada. Às vezes bebia demais, bebia para reencontrar a sua filha no além. Num acento póstumo de uma asa de um anjinho ela queria voar à procura da sua menina, nessas alturas fazia desenhos tentando reanimar a sua coisa mais fofinha, o seu tesouro mais precioso. Dentro desse desenho a sua filha chamava-a dentro da folha de papel pedindo ajuda:
- Mamã, porque estou aqui? Mamã , porque não sou feita de carne e osso como tu?
- Minha querida, para isso basta acreditar. Tu és a minha tese, és a minha obra de ficção. Dei-te pitadas de tinta para que tu tivesses palavra e escrevesses. Não quero desenhar mais a sereia , não quero fatos de sereia.
Nessa noite Lourença viu a morte com ar de criança , mascarada de sereia com a cara da sua própria filha. Era aquele ser que me dizia coisas terríveis de como eu me esquecera dela e que só olhava para os livros. Ela era a morte e não era permeável às lágrimas, ela já matara milhares de pessoa. Não tinha pena de ninguém. A morte apenas lhe dizia que Lourença estava sempre com pressa. A morte queria alimentar-se das lágrimas daquela própria mãe. Nessa noite Lourença chorou até formar uma poça de água e esta estar sujeita a um estudo prévio de um arquitecto paisagista. O lago que descia dos seus olhos dava direito a foguetes, banda e todas as coisas pomposas a que a deusa lhe proporcionava. Lourença chamava-lhe deusa, porque todos os actos de criação só podem ser concebidos por mulheres e não por homens como está atribuído a Deus na Bíblia Sagrada. Os escritores também criam seres humanos e chamam-lhes filhos, por isso ela chamava deusa à grande Agustina. Dopada de medicamentos, Lourença teria uma fase intempestiva. Os seus olhos pareciam um deserto ressequido pelas tempestades do deserto sem as quais não passava a maior parte das vezes. As recordações com que se entretinha nas imediações da sua vida, tinham-lhe provocado emoções fortes era o tempero bem tramado das conversas com o seu médico dava-lhe a certeza do acontecimento. A fantasia e a realidade juntas num prato prontas a serem discutidas numa sessão de psicoterapia.

quinta-feira, março 10, 2011

As novas aventuras da menina Agustina

Capítulo Primeiro


Para Lourença viajar era andar para trás e reencontrar-se com milhares de histórias que tinha tido quando pequena. Todas essas aventuras eram-lhe recordadas diante do seu psicoterapeuta que na maior parte dos casos mais parecia um chaparro alentejano, à espera de dois ou três saloios de talego nas mãos comendo a desenfreada comida.

Comer era uma das outras frases que aquele homem de cachimbo lhe fazia corar imaginava-se a comer tudo o que lhe aparecesse pela frente. Naquele Verão de 1987, quando estivera numa quinta verdejante lá pelos lados do Douro numa casa senhorial, falara com fadas multicores e cheias de asas de aranha lhe diziam: Imagina!

Lourença corria pela floresta a dentro e inventava um dentinho falante cheio de doces dado pelos ratinhos que viviam por ali .Aquela quinta era muito especial , porque provinham todos os ratos das bibliotecas , muito amigos , até um que num museu perdera um dos seus dentes por tentar comer uma placa de barro com letras idênticas a patas de cegonha.
- Idiota ! –gritou a escrita . Está-me a comer ! Como é que hei de dar notícias ?
No meio daquela confusão uma boneca de pano falava sem parar:
- Devemos ir ao tribunal fazer queixa destas atrocidades ! Como é que vai ficar a nossa memória ? Eu sou a Senhora Dona Marquesa de Rabicó e conheço a Senhora Dona Lourença , ou melhor o dente dela ! Foi na corte desse dente de rato que eu estive diante dos maiores diplomatas que me pediram autógrafos . Eu que sou conhecedora de todas as personagens.. .
Lourença achou que tinha a fórmula de menina –mulher e mãe . A boneca não sabia o que ela estava a ver , mas também foi naquele dia que uma menina tão delicada chegou ao Sítio do Picapau Amarelo . Aquela quinta dourada e verdejante pelas folhas esvoaçantes e mágicas tinham um brilho idêntico aquela fazenda brasileira . Seria a vez de se mudarem para ali todas as crianças . Aquela menina não era Lourença , nem Alice , nem as meninas que pertenciam ao Sítio . Aquela menina era Agustina Bessa-Luís. Olhou-os a todos e disse :
- Estou tão cansada ! Mas não parou mais de falar com as crianças depois de feitas as
apresentações e disse-lhes que deviam fazer uma acta contra os dentes que podiam desaparecer da nossa memória . Era a primeira vez que aquela quinta secular recebia uma visita , mas não era uma visita qualquer e foi talvez que a partir daquele dia que todas as crianças daquela terra se juntavam a eles para ouvirem as histórias mais estranhas . A menina Agustina disse que tinha ideias para umas histórias onde as quais os seres já se vinham apresentando . No meio daquelas brincadeiras , Lourença personagem era apresentada à sua mãe de criatividade Agustina que lhes dizia que iria apresentar um casino de brincadeira . Naquele casino as fichas eram folhas de árvores e imaginavam que falavam casualmente com algumas pessoas . Porcos, galinhas, meninos de milho entravam nas suas histórias e queriam sem dúvida penetrar num local muito especial. A ponta estava lançada naqueles propósitos: Agustina ia mandar sentar todos os meninos e meninas que iam ouvir pela primeira vez as suas histórias. Agustina era uma menina muito aplicada e trabalhadora .
- Me conta – disse Dona Benta. Benta era uma senhora que deveria ter uns setenta anos e visitava pela primeira vez Portugal, tinha um carrapito e uns longos cabelos brancos da cor da neve.

- Ora , disse Agustina . Eu adormeço ao som da música e escrevo quando acordo com os sonhos que tive durante a noite , e é no meio silêncio para tentar ouvir as suas conversas .
_ Meu Deus ! Essa menina é igual à danadinha da Emília !- disse Tia Anastácia . Anastácia era a empregada de Benta , mas era tratada como sendo um membro da família, pois costumava viajar com todos eles quando era necessário . De súbito apareceu uma menina chamada Lúcia , de um certo narizinho arrebitado a quem todos chamavam Narizinho usava um vestido com padrão de flores de acordo com aquele dia tão primaveril que perguntou a Agustina:
- Agustina , é verdade que você inventou uma menina de carne e osso ?
-Sim , chama-se Lourença e veio para aqui passar férias . Veio à procura do rato diplomata , porque no país deles existe um segredo…
_ Não lhes estás a revelar os teus escritos cheira –me a Terras do Risco . .Nesse livro havia um historiador que afirmava que Shakespeare era um judeu fugido à inquisição , observou Visconde de Sabugosa .
O Visconde de Sabugosa era uma espiga de milho que se havia tornado gente , de óculos e tudo . Nunca se separava dos seus intermináveis livros . O seu olhar observador deixava qualquer um desarmado menos Agustina .

- Como é que sabe ? –perguntou a menina admirada . Ainda não o terminei , mas vai ser passado numas silvas e entre uns cactos alquimistas .
- Antes de virmos para aqui passamos pelo mundo das ideias da menina Agustina , e vimos que é uma história cheia de segredos, e ao que parece um desses senhores está na gruta da Cuca, segundo o Saci .
- Ah ! Já vi que ouve também as informações do povo. Saci , Cuca , Quem é que são afinal ?Talvez possa inclui-los no meu próximo livro.

quarta-feira, março 09, 2011

Exposição "Uma Visita pela I República em Portugal" em Proença-a-Nova


Cartaz da Exposição "Uma Visita pela I República em Portugal", a ter lugar na Bibluoteca Municipal de Proença-a-Nova, de 11 a 26 de Março de 2011.

É uma iniciativa do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova e da Câmara Municipal de Proença-a-Nova.


Mais sobre comemorações republicanas em Proença-a-Nova, aqui:

http://www.aeproencaanova.pt/biblioteca.htm

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sábado, março 05, 2011

Candidatura Espontânea

Candidatura Espontânea

Crónica de um licenciado em História.
Nos últimos anos tem-se dedicado a procurar emprego, sem o achar e contudo olha à sua volta e vê tanto para fazer.
O nosso licenciado olha para os espaços da cidade de Setúbal, e vê nesses espaços verdadeiros recursos históricos que podemos apreciar, observando as pérolas da construção, indo ao encontro de artistas anónimos. Obras de arte sem assinatura mas com enorme beleza.
Seja o Convento de Jesus, onde estranhamente ouvimos o gemido das gárgulas, perante a ameaça de ruína ou, um dia, olhar antes os escombros dessa mesma de obra de arte.
Perante a cegueira geral, que constitui o recusar ver o quão belo os nossos antepassados nos legaram, perguntamos se não será necessária a ajuda de um cão-guia…
Reencontrarão os vindouros, uma pista daquilo que foi, nas imagens dos edifícios que hoje admiramos?
Que legado ou memória deixamos às gerações futuras, certamente também empenhadas em construir deixar legado.
Aqui está uma área onde um licenciado em história pode trabalhar. Sensibilizando as populações e os seis poderes a dialogar com o passado e consigo próprios. Quem esquece o seu passado esquece-se assim porque não se entende sem ele.
Saber olhar as épocas, os recursos que temos à nossa mão, a riqueza de um monumento histórico, são áreas onde um licenciado de história pode fazer valer os seus conhecimentos e ser útil.
Porque razão foi aquele edifício/monumento construído, com que função e em que contexto urbano e político-social. Nem sempre teremos à mão um
familiar mais velho que nos ajude a descobrir que construção era aquela
que observamos nas imagens. E de que só resta isso mesmo: a imagem do que foi e do que podemos imaginar.
Lutemos para que os vindouros não vivam uma vivência sem memória, que também eles apaguem o que nós hoje lhes queremos legar.
Pensemos nisto quando alguns edifício/monumentos da nossa cidade ameaçam ruir. Mais tarde diremos apenas: Que pena!
Será pena, pois mas sem pensarmos e reflectirmos, outros valores que se mostram mais altos, como centros comerciais ou torres gémeas matam a nossa memória e comprometem o nosso futuro.

sexta-feira, março 04, 2011

O reencontro com a história antiga

Quando tive pela primeira vez o contacto com as chamadas Civilizações Pré-Clássicas e a magia do seu universo, senti-me recuar no tempo.
É que nos meus tempos de menino eu namorava a lua e olhava para as estrelas do céu como se fossem personagens de um grande livro.
Inexplicavelmente alguém tivera as mesmas ideias que eu, muitos anos antes.
Na minha meninice mais imaginava que junto das árvores se aproximavam seres sobrenaturais fantásticos que aguardavam as suas ordens.
Tudo isto se passava numa quinta onde eu, menino ainda, vivi. Para mim, algo de podre se passava naquela quinta,não no Reino da Dinamarca como escreveu Shakespeare,mas ali mesmo numa quinta da margem Sul do Tejo.
Longe de mim fazer a apologia de velhas teorias “dejá vu”, mas era como se a teoria da árvore da vida referida na arte neo-assíria, que se pode apreciar em vários museus europeus e que em 1986 o assiriólogo finlandês relacionou a famosa Cabala Judaica.
Simo Parpola, o investigador nórdico, relacionou a Árvore da Vida neo-assíria às Dez Sefirahs da Cabala, afirmando que cada uma delas representava um deus assírio – An (o Senhor), Samash (a Justiça) e assim sucessivamente.
Assim ao ter contacto com as Civilizações Pré-Clássicas, reencontrei-me com os velhos amigos que faziam parte da minha infância, nomeadamente a Lua e as Estrelas que na minha imaginação eram como um longo livro aberto que me permitia ver e olhar as personagens que ora fazia e desfazia como castelos de areia quando as ondas batiam nas frágeis construções. Assim surgiram-me teorias loucas sobre a origem da humanidade, designadamente que todos nós saíramos de uma flor de lótus, calcule-se, tal como o deus egípcio Ré. A sua história era para mim reveladora de um universo fantástico.

Fui, durante muito tempo, amante da ficção científica e fantástica mas cansei-me porque apresentavam-me as velhas histórias de Marcianos que invadiam a terra e possivelmente seriam deuses egípcios. Isso deixou-me com a pulga atrás da orelha mas como sempre tive a apetência para fazer palhaçadas desde muito •pequeno.
Questionei os meus professores que muitas vezes não sabiam dar respostas adequadas, não havia a tradição da egiptologia em Portugal e aquilo que chegava eram traduções que nos assustavam noites escuras. Nunca tive medo de papões e quis procurá-los quem não sabe se eles teriam respostas sobre esses homens e mulheres que viviam nas casas de madeira que eram as árvores. O tempo foi passando e o mesmo se passou com a morte.

Por azares da vida fui obrigado a viver com uma situação típica de um romance um familiar morto e as idas constantes ao cemitério. Eu e a minha irmã deparávamo-nos com algumas campas, senão para dizermos mausoléus.
Queríamos ficar ali a brincar. As coisas ainda levaram o seu tempo até eu perceber que as pessoas que estavam naquele local jamais voltariam à vida e que por detrás de jazigos, campas sem fotos os mortos jamais voltariam a ver a luz do dia. Compreendi então que para tudo existe um tempo. Foi então que nalgumas aulas da faculdade me recordei de tudo isto e ainda me contive antes de dizer às personagens do Livro dos Mortos ou das ditas teorias para não dizer: Como têm passado queridos amigos à muito tempo que não vos tenho visto. Ninguém compreendeu no longínquo ano de 1999-2000 porque razão eu escolhi o tema do Génio Alado que se encontra na Exposição Permanente da Fundação Calouste Gulbenkian. Ninguém sabia que eu queria voar como Nils Ulgarsan ou até mesmo encontrar a Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo para invocarmos o Faz de Conta num universo paralelo.
Tal como disse March Bolch " A história que nos contam em pequenos é aquela que nos marca para o resto da vida ".

A mim pouco me importa que me digam que sou louco, porque olho para o •passado, para as estrelas, para os "calhaus" que a maioria das pessoas teimam em dizer também tem uma história fantástica e muito mais escrita que esses romances que alguns autores de fantasia teimam em copiar. Tolkien?
Mas afinal o que o homem tem? Para parafrasear a canção... Na dita história do país de Entre-os-rios, no Antigo Egipto ou mesmo até nos planaltos da anatólia hitita encontram-se personagens à espera de encontrarem um editor e um escritor que as desenvolva em foram de história •alternativa. Assim sendo temos que olhar para o passado de frente tentar perceber que ele quer dizer: " Esse é o verdadeiro encontro com o •passado. " É no passado que as estão as origens da condição do ser humano•... Na epopeia da criação (Enuma Enilish) recitado no festival do Akitu, ou na epopeia de Gilgamesh. Convençamo-nos agora de uma ou várias coisas. Em primeiro lugar a história não tem que ser uma coisa chata que se lê como um livro de Deus em que tudo aquilo que está escrito não pode ser alterado, depois a história como os espectadores da história da época tentavam em afirmar que a história é um estilo literário ou então uma lição para os fiéis. S e lermos os documentos literários e as memórias dos seres vivos dessa época são aqueles que nos fazem ter uma compreensão daquilo a que o ser humano (homens e mulheres) conseguiram mudar o destino e as suas vidas nos últimos sete mil anos, deles e de quem pegou nesses documentos.
Voltaremos aqui reunirmo-nos com estes nossos amigos que não via à cerca muitos anos atrás... desde os meus tempos de menino. Eles estão aqui à minha espera. È que todos os anos encontramo-nos nas páginas de livros e revistas da especialidade. Queremos agora sair para noite. Jantarmos, bebermos um copo e ir darmos "um pé de dança " pelo Bairro Alto. Pode ser que eles se recordem dos templos de Istar, das observações astronómicas que eram feitas na época. Sendo assim creio que este reencontro seja realmente proveitoso e sabermos o que cada um deles está a fazer neste momento. Onde estás a trabalhar.Etc. e tal.Pode ser que esta conversa seja verdadeiramente proveitosa e que levará a pensar que caminhos poderão seguir a jovem história pré clássica Portuguesa.

A livraria vampira

Há algum tempo atrás tive uma vontade enorme de ler um livro indicado por um amigo meu. Para meu espanto as livrarias da cidade não tinham essa obra.
O que se passaria? O que lavaria as livrarias a não terem o livro? Seria culpa sua ? Procurei num hipermercado e o processo foi o mesmo. Não sabiam.Desconheciam-no por completo! Como seria possível? A culpa seria da nossa cidade?Não. Atravessei a ponte fui a Lisboa e o processo repetiu-se.
O que se passava? Culpa de quem? Nossa de todos nós, se nem em Setúbal nem na capital sabiam? Perderam-se os hábitos de leitura?
Certo é que todos os dias são editados vários livros. Muitos títulos até.Novos autores são apresentados.
Mas, verdade também, é que nem todos chegam ao fim da corrida.
As livrarias sadinas edo país tornaram-se numa espécie de pronto-a-vestir. Há uma moda, um modelo, que se impõem e todos têm que vestir as mesmas coisas.Ou seja, passando para o plano dos escaparates livreiros, todos têm que ler os mesmos livros e os mesmos autores. Pouca escolha ou uma escolha condicionada? Regras do mercado dirão...
Longe vão os tempos em que as livrarias eram idênticas a uma costureira .Não havia pressas, as coisas eram feitas à nossa medida. Hoje há mais gente a ler, logo haverá mais escolhas, outros e diversos interesses. Nem todos lêem o mesmo!
Se queremos algo diferente do que a ditadura da moda livreira impõe há uma salva-vidas: aceder à Internet e encomendar o tal título raro
Como é que os historiadores da leitura e os sociólogos vão analisar este fenómeno?
Servirá este fenómeno de pretexto para uma história de ficção científica passada na Península de Setúbal onde uma "cúpula orientadora" a partir da Serra da Arrábida tomaria os comandos da leitura, isto é decidiria o que se devia ler e apenas ler, não editar, vigando-se assim das baratas que a consumiram anos atrás. Agora seria alguém por ela que comandando a nossa leitura, ditando uma moda, e assim condicionando o nosso pensamento, se vingaria desse infame evento?
Serão os restos mortais das folhas das árvores que comandarão uma vingança contra a população ávida de livros raros, quando se impõe a moda de romances históricos, vampiros ezombies e passados secretos, quiçá nas entranhas das grutas da serra, onde se encontrarão as respostas para estas questões?

quinta-feira, março 03, 2011

Maria Vieira e O Terceiro Tiro

Maria Vieira quer fazer de cova no filme o “Terceiro Tiro “ de Alfred Hitchcock

Maria Vieira, a actriz portuguesa a que nos habituamos a ver habitualmente no “Herman Sic” aos domingos, diz estar cansada de que a conheçam como o Ambrósio, de Dona Saloia e de outros números que tem feito ao longo dos anos para o artista. Diz querer fazer coisas diferentes como por exemplo de Cova de Harry no filme o “Terceiro Tiro” de Hitchcock. Desde que fez de muda em “Rosa Tatuada” dirigida pelo multifacetado Filipe la Féria, nunca voltou a interpretar algo tão profundo como a muda. Maria Vieira diz querer contactar o cineasta embora ele já tenha falecido há vinte e cinco anos. Desde que viu o filme, a actriz diz ter uma especial apetência para fazer de cova já que as cenas de enterramento da personagem são uma constante e declara: comparo-as ao Willie de “Os Dias Felizes” de Samuel Becket. É uma personagem que sempre gostei de fazer, sentir o prazer sexual de uma pá a bater na terra e depois a abrir outra vez a cova, é de facto um dos papéis mais eróticos na história do cinema, algo que faz com que os homens parem o filme e queiram ter relações sexuais com as suas mulheres, ou de algumas pessoas que nas noites de sexta-feira vão para bares e discotecas e engatarem ao som das pás.
A intrépida actriz sugere até o nome de Bernardo Sassetti para compor a banda sonora da pá “1º Elemento”. No seu douto pensamento, o aplaudido pianista podia fazer uma nova versão sonora do “Terceiro Tiro”.
“Este é o filme da minha vida é algo que me transcende. Ser a cova do Harry é um sonho para mim”, disse a actriz comovida.
Fontes do “Inimigo Público “ adiantaram que Teresa Guilherme vai repor de novo na SIC “O Programa do Além” propositadamente para Maria Vieira poder entrar em contacto com o realizador britânico.
Teresa Guilherme quer dar assim um presente surpresa a Maria Vieira já conhecida no Além por anã mediúnica que estás, aliás, cansada de “ser macha” nos programas para o Tio Herman e escrever livros sobre as viagens da sua parrachita.

Um novo milagre

Nossa Senhora dos Portões: um novo ícone religioso

As nossas fontes descobriram que numa vila do Norte do País, um grupo de católicos juntou-se e pintou alguns dos portões junto da Igreja da vila. Mas o facto é que estes portões choram lágrimas de luto pelas últimas novidades no campo evangélico, nomeadamente de Bento XVI obrigar todos os homossexuais a entrarem nos seminários. É algo repugnante, afirmou uma paroquiana referindo que, desde essa decisão, o portão chora desmesuradamente lágrimas de luto. Parapsicólogos atestam ser um portão gótico. Mas mesmas fontes revelam que se trata apenas de excesso de tinta que se torna em aparato sobrenatural. Para além do mais, nunca na história da Igreja se viu assim um portão chorar. Na mesma zona, os adolescentes fugindo a tudo quanto é religião juntam-se nos intervalos das aulas e são criticados pelos mestres, pois tornaram-se videntes através do xamon, pois afirmam que a Virgem surge neste local informando os jovens sobre os perigos do sexo sem preservativo. A Virgem está de farta de ser confundida com uma beata que passa a vida ali, a rezar, até porque prefere passar as suas tardes a comprar roupa na Baixa de Lisboa e observar os gays divertidos que sobem a Garrett. Discorda da forma como Bento XVI está a usar os homossexuais para os atrair para a Igreja Católica. Filipe La Féria já idealizou um novo musical intitulado “As sandálias do pescador”, onde um homossexual decide ir para o Vaticano inspeccionar as respectivas casas de banho. O grande ideólogo do novo teatro nacional já pensou em José Castelo Branco para a personagem principal que se chama Evita Descarada. Por tudo isto, a Virgem agora conhecida pela dos portões, prefere dar uns riscos com os estudantes universitários e acha-os interventivos. Está chocada com a forma como são tratados pelos adultos que os consideram como cãezinhos amestrados num circo que mais não é do que a procura do primeiro emprego nos centros do dito cujo. Mas o fenómeno não se fica por aqui, até no McDonald´s a Virgem se fez aparecer mascarando o ketchup com as suas lágrimas. Diz-nos quem viu que a vila devota de Nossa Senhora dos Portões nunca mais será a mesma, principalmente depois da mais recente aparição numa sex-shop. A imagem da Virgem surge num preservativo XXL chorando lá sabe-se o quê…

À Boleia pelo Egipto *

Introdução

A tragetória da presente área de investigação sobre a jovem história das civilizações pré – clássicas englobam as ditas civilizações do médio oriente antigo (egipto, mesopotâmia, israel, o corredor siro palestiniano e os indo-europeus ).

A recente revitalização dos cursos de história das universidades portuguesas nas universidades públicas e privadas passaram a ter especialistas nestas áreas. Assim sendo nos últimos anos têm se vindo a publicar trabalhos de mérito e defendido teses de mestrado e doutoramento com cuidado rigor científico. Isto quer dizer que o recente congresso sobre a sexualidade no mundo antigo e no ano passado o segundo congresso de jovens egiptólogos deu a conhecer um grupo competente dentro desta áreas das diversas universidades portuguesas (2006, Outubro, Museu da Farmácia ) Algum tempo atrás em conversa com uma colega chegou-se à conclusão que existe uma lacuna existente no mercado editorial português sobre o Antigo Egipto para os jovens portugueses que estudam estas matérias nos liceus. Assim sendo optámos por dar um fórum Projecto Hórus com o (Tertuliando )com o título provisório: As mil faces do Egipto por António Almeida .Mas acreditem que Projecto Hórus seria o seu título definitivo...O nome aqui não é despropositado ,muito pelo contrário... Quem não se lembra do falcão que junto ao jardim da Gulbenkian protege o fundador da Fundação Calouste Gulbenkian? Quem não se lembra da história de Hórus e Seth? Quem é este Deus que decide vingar a honra e morte de seu pai Osíris? Mas Hórus não é só uma figura apagada da mitologia egípcia que faz ainda parte da ideologia real( está presente na capa do livro do Professor Doutor José das Candeias Sales ( A ideologia real acádica e egípcia, Editorial Estampa, nº33, 1997) .
Mas há mais . A obra de Enki Bilal O imortal ( deu origem a um filme francês em 2004 que sintetisa a trilogia deste autor sérvio ) Hórus é um anti –herói , vilão , cruel aos nossos olhos tem menos de uma semana para procurar um corpo para habitar ( um ser humano que não tenha sido vítima da engenharia genética ) e arranjar uma mulher para procriar. Basta-lhes esses dois elementos essenciais para dar luz ao Projecto Hórus.
Deste modo tencionamos dar luz a um projecto em que haja um prole bem informada sobre esta e outras matérias . Optamos por isso dar juz ao nome de Hórus ao criarmos este curso livre. Fora dos contornos habituais dos manuais de religião, filosofia, economia e outras matérias. Durante os próximos meses propomo-vos uma visita guiada a esse maravilhoso país através de Alice a que a professora Maria Helena Trindade Lopes ( expôs na abertura do Congresso Internacional de Egiptologia em 2001 na Fundação Calouste Gulbenkian ( 4 de Abril de 2001 ).

O curso em questão centra-se em 8 módulos diferentes concentrando-se na arte, literatura, religião, morte, política, economia e as intrigantes mentalidades que nos fazem crer que estamos perante uma civilização exotérica. Procuremos dar a voz também a especialistas na área da jovem egiptologia portuguesa que tenham desenvolvido trabalhos nesta área. Desta forma possibilitamos dar uma outra visão às velhas questões: Havia escravatura no Egipto? Eram os deuses astronautas?
Para desmtificar estas questões pensamos que a sessão inaugural: À boleia pelo Egipto – uma análise pelos filmes e séries sobre o Antigo Egipto.
*Estão abertas as inscruições para quem quiser participar no nosso fórum de discussão. Até breve