fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Estreia brevemente “Cuca “ da obra imortal de Monteiro Lobato.

A cabra safada da “jacaré-woman-wich”da floresta do Sítio. Como ela foi descoberta na ilha de Caras .
- Oi, meus queridos portugueses. Eu estarei em breve em Portugal na próxima novela das oito “Cuca”.
Chamada para Cuca:
- Oi ,quem está falando?
- Daqui é da novela produções, você é personagem venha actuar…
- Mas isso não é normal…
Fada vingativa pensa ao telefone:
- Você, agora não tem mais os seus poderes. O seu tratador quer levar-te para um circo, ou melhor para um jardim zoológico! Você será vista por um milhão de pessoas. Chamando-te de animal!
Cuca grita deseperada com aquela maldição :
- Não! Volte aqui! Me chame tudo isso de novo, se é fada do lar! E com F grande!
Mas essa bruxa só se mete em confusões, depois de descobrir que o tratador a quer transformar numa escort num site. Ela não admite e decide vingar-se e decide ser… historiadora!
- Eu vou ser historiadora! Vou para a Turquia ler documentos antigos.
- Isso, é muito longe, diz a sua agente. Você terá que fazer mil e uma coisas, já pensou? Ser hititóloga? tem aqui! Do papai… -diz ela lembrando-se do seu criador e das histórias que ele lhe contava.

-Para quê se eu falo com ele na terceira pessoa? Vou falar com Mãe Bombeira… Mãe Bombeira me acode! Vem me salvar!

A terra de mãe bombeira ficava num terreiro perto do Sítio do Picapau Amarelo onde Cuca ia desde criança aí ela fazia os seus trabalhos. Mamãe bombeira , não era mais de Santo , mas sim , bombeira porque trabalhava com incorporações de bombeiros . Em vez de um turbante , ela usa uma Cirene de bombeiros , ela recebe naquele momento o chamado de sua filha Cuca . Naquele instante luzes de Cirene começaram a actuar , pouco depois uma incorporação de bombeiros chega perto de mamãe. O grupo de bombeiros, pergunta:
- Algum problema, mamãe?
- Não, meus filhos. Só Cuca querendo atenção de novo!
Ela não sabe que eu tenho outra rede de celular?
Os painéis surgem e aparece no écran Cuca chorando copiosamente.
- Mamãe, eu quero ir para a Turquia, estudar os antigos hititas e vingar-me do meu tratador!
Mamãe bombeira está abismada com a audácia da bruxa pergunta-lhe:
- Porquê? Você não podia fazer seus feitiços encomendados pela Vodu Shop?
- Não, eu pedi a caderneta de bruxa . Agora quero começar outra coisa…
-Vai ser hititóloga…
Cuca não sabe o que significa tal palavra e questiona a mãe bombeira:
- Quê? Mamãe, mas que negócio é esse?

- Então você não queria ir para esse negócio de terra! Então aprende, lê! É o queesses doutorados fazem, se formam e depois vêm dar as suas conferências. Vai minha filha, vai …
- Mas, mamãe…
A Mãe Bomebira fecha o celular e aimagem de Cuca desaparece . Nesse instante o Sol observa a anciã e decide avisar Cuca, enquanto esta se preparara para mudar de terra, local. O Sol cumprimenta-a:
- Oi , Cuca, beleza?
- Quem é você , seu encherido?
- Sou Deus Sol hitita, um seu criado. Estou aqui para a avisar que estão lhe prepararando uma conspiração. Você tem que se preparar. Você vai ter que se defender!
-Meu Deus Arinna, o que eu vou fazer agora?

Não perca brevemente a sua nova novela das oito “ Cuca “. Aqui da Novela Produções …

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quinta-feira, janeiro 29, 2009

Histórias dos Palhaços Kitosos

A imagem do palhaço pobre e lavadinho está actualmente ultrapassada . Longe vão os tempos em que os pobres eram humildes, poupados e honradinhos. Hoje em dia os meios de prevenção e de higiene estão na ordem do dia . Mas há quem não a conheça . Fomos encontrar um descendente do palhaço pobre que tinha piada nas arenas do circo e que de uma certa forma todos achamos piada, hoje já não é bem assim. O palhaço pobre continua com a sua quarta classe de humor, sem qualquer tipo de escolaridade humorística. Piadas gerais a que um certo de pessoas teima em aborver a todo o custo é o velho fantasma do Palhaço Salazar, aquele instrumento de cozinha a que todos nós usamos um dia para raspar os bolos quando eramos pequenos. Algumas dessas pessoas quando chegou à altura da ocupação das Quintas do Pós Vinte Cinco de Abril, abriu as portas de sua casa aos palhaços pobres com ideias marxistas, talvez fossem marcianos que invadissem o nosso país. Nem George Wells pensara nisso como dera tão bem esse seu romance. Essas piquenas e piquenos assustados ou talvez quiça traumatizados com esses raspas dos poupadinhos e das palmadas que levaram das cozinheiras lá de casa decidiram revoltar-se. Mas a verdade é que esses palhaços pobres tornaram-se palhaços ricos. Talvez por essa razão que digam que batatinha à presidência talvez tenham mais dignidade. Imaginem o que era... termos flores a deitar água na assembleia da República cada vez que uma lei fosse votada por unânimidade. Mas voltemos aos nossos herdeiros desses palhaços pobrezinhos que tudo aguentam na nossa sociedade. Já não são mais os mesmos. Desejam o regresso a um tempo que já não volta. Empregos seguros são cascas de banana no chão para cairmos. Esses quarenta e seis anos de ditadura salazarista mais uma primavera a que deu depois um verão tão quente que levou os nossos palhacinhos aterem um escaldão com os seus narizinhos vermelhos. Só a água e a líquidos recomendados pelos médicos de funcionalismo público trabalhem tanto a que uma certa hora já não vejam bem as coisas. Mas como é bom viver numa certa palhaçada , mas a grande verdade é que a classe pobre do palhaço está desgraçada. Já não respiram o ar puro das mesmas piadas de antigamente. Esta época a que temos falado deixou-os sombrios sem cor e completamente esfarrapados, as suas longas roupas já não metem piada a ninguém. Não se vestem com marcas de roupa ou não frequentam centros comerciais a olharem para outros palhaços a correrem para uma bola. O palhaço kitoso é um bom exemplo disso. Chato, piolhoso e ainda por cima apresenta-nos as mesmas tendências de humor. Não recorre aos saldos de inverno e de Verão haveria de ser bonito a cambada de palhaços pobres a regatearem os preços das marcas e a lerem os livros da moda e a gritarem pelos 10% . Quero 10%? Não me pode fazer um desconto? Mas há outro género de palhaços, a que eles que tem um certo poder económico têm tantos empregos mas esquecem uma coisa essencial, sabonete e água. Mas há um outro tipo de palhaço. Aquele que está desempregado, saído das faculdades ou espera a sua reforma e tem que frequentemente frequentar cursos nos centros de palhaçadas profissionais. Ou sejam estes palhaços vêm-se num autêntico combate de piadas secas onde já não se aguentam mais os arrotos ou peidos dos formadores palhaços. É que cada sessão de esclarecimento é uma autêntica caça à palhaçada tratam-se uns aos outros como se estivessem a fazer um número de circo é que ninguém se entende. Esta quantidade de palhaçadas chega a ser chamada de kitoso. Quem não se lembra daquele líquido para tirar os piolhos?
Não só é a falta de asseio, bem como a continuação das aventuras sexuais com inúmeros parceiros ou parceiras. Estes palhaços a que chamamos kitosos pertenceram a mormons, a seitas como IURD à procura de uma palhaçada divina em que Deus o palhaço com uma piada cruel e cáustica lhes faça a estoucada final como na esgrima. Mas há um outro tipo de palhaços a que uma outra raça tão distinta que tem a mania que sabe de tudo e tem a mania de policiar o mundo de que este género de palhaços viram os Teletubis em pequenos. São visíveis à distância tão alegres que até são carinhosamente apelidados de “bichas“ ou mais subtilmente de “gays “. As suas malinhas , as suas maneiras femeninas e o sonho de um dia de um dia virem a terem seios e uma vagina que lhes dê um nome “perfume de palhaça”

Como já se aperceberam a conversa do palhaço quitoso deixa muito a desejar , eles estã por todos os lados e não nos poupam. È que a conversa já cheira tão mal que não deixamos de pensar se eles não lavaram os dentes ou não têm água de colónia ou sabonete . Imaginem lá o que não era a aflição da corte francesa no tempo de Luís XIV. O suor e o doce perfume ao fim de algum tempo azedava. Azedou tanto que uma rainha perdeu a cabeça por causa da falta de um bom perfume é que naquela altura não tinham bons franchazings, apenas perfumistas palhaços que os gozavam e não lhes diziam a razão. Afinal o rei cheirava mal que se dava ao luxo de ter uma caixinha com os seus excrementozinhos guardados como prova de conquistas amorosas. Ou na melhor das hipóteses o nosso D. João V ofereceu a uma das suas amantes um penico lavrado a ouro. Ou ainda quem quiser visitar o Museu dos Coches pode observar uma coisa curiosa... nos coches havia uma espécie de sanita para que não houvesse paragens como nas excursões da província onde se pará para que os turistas façam as suas necessidades. È que nesta época a palhaça era outra, não havia tempo para merdices, mas sim para tratados diplomáticos que acabavam por cheirar ainda pior do que certas terras adubadas com o estrume dos cavalos. E chegamos aos pallhaços dos tempos de hoje, vestidos de preto, seguem uma moda estranha, a morte. Afinal de contas esses grupos de palhaços não aguentam o género do palhaço pobrezinho e gozam-no e chamam por outro o bode velho que não aguenta o pivete , o pedido da moedinha, do crava do tabaquinho. Afinal alguns destes palhaços Kitosos tentaram assaltar um banco, mas a madeira e o cofre fugiram dele. È que há “caixas de pau“ com muita dignidade e que não aguentam pessoas porcas. Nunca duvide da subtileza de uma criança “Já puses-te kitoso hoje? “

Não sabe o que é? Então é porque não passou por um grupo de palhaços decadentes observados a olho nu pela história universal. Os palhaços kitosos podem estar ao pé de si e podem passar-lhe uma camada de piolhos. Acredite se quiser .

terça-feira, janeiro 20, 2009

Os sonhos no Antigo Egipto

Porque falamos de sonhos na antiguidade? E nomeadamente do Egipto? Haverá assim alguma coisa que o identifique. Bom para falar a verdade tudo aquilo que falei em Setúbal no passado dia 10 de Janeiro fez com a sala ficasse cheia. Tudo aquilo que já vinha desdea matéria misteriosa da qual para saber a matéria futura faria uma ligação aos entes queridos e que os fizessem voltar à vida e daí reconhecer muitos desses sonhos em várias tremáticas:
1. Terapeûticos - Eles podiam ser usados no auxílio para a resolução de causas nefastas,
2. Eróticos - Podiam sonhar com alguém que desejassem diariamente e que nem sempre era fácillidar com essa matéria, outro género deste tipo de sonhos eram os alimentares, ambientais. Mas além destes pormenores esses sacerdotes tinham um estatuto fundamental na sociedade egípcia que está atestado na própria Bíblia do episódio de "O José o Egipcio". Outros episódios pitorescos ou misteriosos serão revelados no próximo dia 7 De Fevereiro onde todos os sonhos serão revelados ou não.

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domingo, janeiro 18, 2009

A fanzine esteve na casa dos livros fundanense para dar notícia de "A casa grande" (I)

 

O programa das festas.

O repórter fanzínico esteve lá!
Alguns "colegas" nossos, não!
As fotografias serão "reveladas" amanhã.
Sempre vamos adiantando alguns dados...

Decorreu ontem, dia 17 de Janeiro de 2009, pelas 16h, no Auditório da Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade do Fundão (BMF), a apresentação do livro "A casa grande", um romance de Albano Mendes de Matos, militar, antropólogo e escritor da nossa Beira.
Teve início o evento com um "momento musical" pela Academia de Música e Dança do Fundão, seguiu-se a intervenção do nosso amigo, investigador e escritor, Dr. Pedro Miguel Salvado, subordinada ao tema "Breves considerações sobre Albano Mendes de Matos e os seus espaços", seguindo-se a apresentação da obra pela professora universitária e escritora, Prof. Doutora Maria Antonieta Garcia, após a qual se seguiu uma performance de leitura pelo "Histérico - Associação de Artes", prosseguindo o evento com algumas palavras do Vereador do Pelouro da Cultura do Fundão, o Dr. Paulo Fernandes, terminando o evento com as palavras do autor, Dr. Albano Mendes de Matos. Ainda presentes na iniciativa, a Dra. Dina Matos, Coordenadora da BMF, o Dr. Júlio Garcia, o poeta Silva Amaro, a colega Dra. Telma, entre muitos outros, num auditório composto.
No átrio da casa dos livros fundanense foi possível visitar uma exposição biobibliográfica sobre Albano Mendes de Matos.

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quinta-feira, janeiro 15, 2009

Lançamento do livro "A Casa Grande" romance de Albano Mendes de Matos



 
CONVITE
Lançamento do livro "A Casa Grande"
romance de Albano Mendes de Matos
 (
prémio literário “Aquilino Ribeiro” de 2007)
a
17 de Janeiro de 2009
pelas
16 horas
na sala polivalente da
Biblioteca Eugénio de Andrade
no
Fundão

Organização: Câmara Municipal do Fundão.

Tendo como pano de fundo as lutas liberais do século XIX, A Casa Grande acompanha as venturas e desventuras da família Meneses, de grandes proprietários rurais, miguelistas convictos, que, por entre as penedias da serra da Gardunha, enfrentam os ventos da história.
Um retrato de um Portugal rural oitocentista Albano Mendes de Matos nasceu no
Casal da Serra (Castelo Branco, 1932- ). Tenente-coronel do Exército, é mestre em Antropologia Cultural e Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade Técnica de Lisboa.
A sua produção literária desenvolve-se pelo ensaio, pelo conto e pela poesia. Colaborador de várias revistas e periódicos está representado em antologias de poesia, de contos e de ensaio.
Na sessão participarão Antonieta Garcia, Pedro Salvado, Dina Matos e o vereador de Cultura Paulo Fernandes que abordarão a várias facetas da obra e do investigador.
Margarida Fernandes, da Academia do Música do Fundão, fará um momento musical de guitarra de homenagem aos escritor e a actriz Ângela Duarte, do «Teatro Histérico» precederá à leitura de trechos durante a inauguração de uma
exposição bibliográfica sobre o autor, patente no átrio da Biblioteca.

(texto adaptado da notícia publicada no "Povo da Beira", o qual referimos numa das ligações)

Mais sobre o autor:
http://casaldaserra-varandagardunha.blogspot.com
http://novoslivros.blogspot.com/2008/07/albano-mendes-de-matos-casa-grande.html
http://www.secrel.com.br/JPOESIA/ammatos.html#bruxa
http://porbase.bnportugal.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1K31C8482113Y.104785&profile=porbase&uri=link=3100018~!258191~!3100024~!3100022&aspect=subtab13&menu=search&ri=4&source=~!bnp&term=Matos%2C+Albano+Mendes+de&index=AUTHOR

http://195.23.47.200/docbweb/plinkres.asp?Base=XIRA&Form=COMP&StartRec=0&RecPag=5&NewSearch=1&SearchTxt=%22AU%20MATOS%2C%20Albano%20Mendes%20de%22%20%2B%20%22AU%20MATOS%2C%20Albano%20Mendes%20de%24%22
http://www.jornalregional.com/?p=cfcd208495d565ef66e7dff9f98764da&distrito=&concelho=&op=noticia&n=2312be43a2e6b2513eac410504f47b75


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quinta-feira, janeiro 08, 2009

Os sonhos*


Sonho: “fenómeno psíquico que se produz durante o sono. É predominantemente constituído por imagens e representações cujo aparecimento e ordenação escapam ao controlo consciente do sonhador”.
Desde os tempos mais remotos e nos mais variados lugares o Homem procura encontrar respostas para os vários aspectos da sua vida. Em algumas culturas do mundo, os sonhos ainda têm um papel especial na medida em que são considerados como sendo uma fonte de conhecimento – quer para o sonhador (que ao acordar se apercebe do que sonhou e assim pode vislumbrar ou reconhecer algum dado interessante) quer para aquela pessoa a quem o sonho é contado. Assim sendo, consoante os costumes e tradições de cada cultura, o sonho pode ser encarado como sendo uma fonte de informações para as acções do dia-a-dia ou então como sinais, revelações, mensagens ou presságios. O acto de partilhar com os outros aquilo que foi sonhado reveste-se de um papel importante, na medida em que as outras pessoas podem acrescentar valor, chamando a atenção para aspectos que o “dono do sonho” não reparou ou valorizou.Actualmente na cultura ocidental o tema dos sonhos suscita duas posturas opostas: por um lado existem aqueles que o consideram um assunto pouco importante na medida em que neles (sonhos) apenas são retratados acontecimentos que ocorrem de forma estranha ou engraçada. Por outro lado, existem outras pessoas que encaram os sonhos como sendo fenómenos de considerável valor e que, como tal, será proveitoso tentar compreendê-los, seja de uma forma mais ou menos “científica”.
Para além dos sonhos, existem também todo um conjunto de fenómenos que ocorrem durante o dia, como é o caso das fantasias, ilusões, devaneios (sonhar acordado) e a própria criatividade. Através do recurso ao imaginário de cada um, muitas são as actividades humanas que tentam reproduzir “estados de sonho”. As belas-artes como a pintura, literatura e música (só para citar algumas) são disso um exemplo claro.
Os sonhos apresentam-se então como sendo uma outra versão da vida de cada um (por mais estranha e impossível que pareça), onde o sonhador é sempre o actor principal daquilo que vive e presencia.
A “fábrica de sonhar sonhos” é então o outro lado mais humano do cérebro químico que tantas vezes os cientistas nos apresentam.

*Por: JOÃO BALRÔA – Psicólogo Clínico
Nota Editorial:
Texto enviado via correio electrónico pelo Dr. João Balrôa.

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Averdadeira história da Branca de Neve

Lembram-se da história da Branca de Neve? Da linda menina que era perseguida pela Rainha Má e que a queria envenenar para ficar com o seu lugar? Nada mais triste como termos uma única versão da história !!!Nós não sabemos a versão da madrasta da Branca de Neve .Branca de Neve era uma adolescente rebelde, abandonou a casa dos pais e foi viver com sete anões... Isto não é viver!!! Uma rapariga que não respeita a família e as leis básicas da vida. Só merceia isto?! O que é que faz com que uma rapariga destas para viver com sete homens? Não quer ela perder a virgindade ou a sua vergonha? Ou serão eles mariconas??? Conhecer o princípe encantado? Branca de Neve esqueceu-se de coisas tão essenciais da vida ao agarrar ao seu novo género de vida... Branca deixou a vida de uma princesa de revistas cor-de rosa para passar a ser a rebelde decadente das páginas policiais dos jornais. Passou a usar tatuagens pelo corpo com expressões do genéro “I`love drugs“, “Ido darty sex with seven guys“, I loved his coks“. Como se não bastasse Branca de Neve era viciada em cocaína. Ora aí está agrande preocupação da rinha Má. Porque esta não é uma mera versão parcial, é antes uma visão próxima dos acontecimentos como historiador que sou, falo nisto porque vi tudo com estes olhos que a terra há de comer. E o espelho mágico? O que faz ele aqui? Não seria ele um detective que dava informações sobre o estado crítico dessa menina? E se a notícia dos jornais a tornassem tão má como as cobras?

- A minha menina está a envergonhar a nossa família, disse o pai de Branca com a notícia de um tablóide “ao ler a notícia que a sua filha tinha sido a modelo da exposição do Anão Rufia “Tatuagens e personificações de uma rapariga cheia de energia: 1 modo de vida“
Agora até pôs piercinegs, parece mesmo um daqueles animais que estavam na casa dos teus pais.
Rainha Má nem quis acreditar naquilo que estava a ouvir. O próprio pai chamava a própria filha de vaca... ainda por cima a miúda pusera piercings na língua e num outro sítio que não era para ali chamado mas nas fotos do album da exposição lá estavam eles. Afinal os maus não têm paz. Querem ajudar os filhos dos outros e ainda por cima ainda ficam como os maus da fita, depois de ter ido à procura da enteada, Má (que era sem mais nem menos o petit–nom de Manuela) encontrou a enteada numa esquina do Bairro Alto quando ia a uma dessas galerias da moda, não vale dizer o nome não vá ela pôr-nos um processo encima
- Quem ajuda? Não pode dar um cigarrinho? Vá lá!!! Já viu a vergonha disto? Isto está uma miséria, estes ciganos andam para aqui a vender canabis e coca. Olhe não ando nesta vida. Só estou à espera de umas amigas iamos para a discoteca apertadinha. Mas eu não ando nessas coisas, sabe? E alcóol detesto-o. O alcóol destrói. E a senhora veio também dar um pézinho de dança? Ou veio para a outra coisa? Encontrar-se com o namorado? Aposto que deve ser um daqueles streapers todos musculados e rapadinhos como eu não quer ver?
Rianha Má estava perplexa com as actividades currículares da sua enteada. O pior da conversa era conversa de pseudo-moralismo. Branca de Neve tornara-se numa toxicodependente moralista. Mas era a sua origem a família do pai dela era toda assim. Fascistas antes do 25 Abril. Tiveram todos que fugir depois para o Brasil deram uma super protecção na menina e agora era aquilo que se viam. Se o marido não tivesse ligado aqueles arrufos de adolecente iriam perceber que tudo aquilo pasasva. Rainha Má era diferente fizera parte de uma comissão de grupo parlamentar em defesa das mulheres na defesa da legalização da lei da despenalização voluntária da gravidez. Só estava casada com o pai de Branca porque ele tinha um defeito irritava-o tanto ao ponto de o amar. Irritava-lhe aquelas ideias de extram direita e do movimento pelas sessões espíritas pelo ressurgimento de Oliveira Salazar?
Enquanto a sua enteada lhe dava safanões para ver se ela estava bem ou para lhe roubar a carteira porque isto filha, a vida está difícil...
Ao que Manuela responde agarrando na carteira.
- Menina, se quiser pago-lhe um jantar, mas roubar isso é que não. Até aceito determindas coisas, mas agora roubar–me! Porque eu vim aqui para a inauguração de uma exposição de uma amiga minha, disse Má .
- Ah! É pena porque senão fazíamos uma curte uma tribe, o que achas minha? Não queres fazer uma vaquinha? Com esse seu amigo que está espera!!! Hum! Aposto que deve dizer isso da exposição a todas as pessoas que já decorou. Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade! Não vai uma branquinha?

É por esta e por outras razões que o governo decidiu tomar medidas contra o Bairro Alto e mais ainda contra os piercings e as tatuagens e mostrar algumas imagens na internet. Os filhos são sempre eternos desconecidos para os pais que dizem conhecê-los de gingeira, mesmo que eles os queiram proteger os filhos dos outros!!!

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A entrevista

A descoberta de uma área historiográfica em Portugal é sempre motivo de notícia. E assim deste modo o nosso jornalista procurava entrevistar uma nodiológa. Até parece mentira ! Então agora estudam-se esses bonecos para os miúdos? Bom... Temos que dizer que as suas revelações são verdadeiramente bombásticas. A Doutora Ainda é o nome da senhora que se dedica a investigar o mundo do Nody, por isso se trata de uma nodyóloga. Mas esta senhora tem outra faceta ainda... ela adora ser tratada por Doutora ainda, porque não concluiu a sua tese de doutoramento. A história desta entrevista foi feita à noite e numa casa abandonada num palacete do século XII, onde a maioria dos vizinhos da historiadora são góticos ou pertencem à Associação Portuguesa de Satanismo. A Doutora Ainda PI 3,14 é uma personagem à parte.Cristã Convicta. De uma forte sensibilidade .Tudo isso lhe passa ao lado. Queria um local onde pudesse trabalhar a sua tese num local escuro e sem esperança como as pessoas que tem estudado. Ao abordar as lutas laborais. O cristianismo da Ursa Teresa que vive no país dos brinquedos à procura de soluções para a falta de cor nos livros do Nody são uma constante.A ursa Teresa é contra o aborto. Diz-nos a autora desta reveladora tese de que se matam as crianças como é que elas podem descobrir a história de Portugal no livro do Nody?

São afirmações destas que fazem com que um dos jornalistas mais arrojados decidir entrevistar esta senhora muito peculiar. Assume-se como católica praticante, mas tem um feitio muito especial como todos os génios têm. Isso não se pode negar . A Doutora Ainda notava-se que já tinha chegado à casa dos trinta, mas ainda conseguia captar o encanto e paixão da sua juventude .Uma mulher bonita , cheia de brio na imagem e na forma como se vestia é coisa que não se via na maioria das investigadoras , mais preocupadas com o saber intelectual . A Doutora Ainda abriu ao jornalista as portas de sua casa. Na procura de saber como é que uma medievalista de renome que se preparava para abrir o túmulo de D. Afonso Henriques e trazer uma equipa de antropólogos forenses a Portugal. De um dia para o outro Doutora Ainda decide selar o túmulo do primeiro monarca português, pois viria a trazer a polémica onde poderiam a vir ser descobertos determinados pontos da história medieval. Foi o que o jornalista concluiu . E foi o que aconteceu. Na sua casa de retiro, estudo e comunhão com os Santos e a Santa Madre Igreja onde a historiadora era católica praticante porque estudara num colégio de freiras . Descobriu a vocação de ser historiadora ao ver o filme de António Lopes Ribeiro onde Beatriz Costa faz o papel principal na “Aldeia da Roupa Branca “. Aí descobriu que um dia havia de ser historiadora e saber olhar o que estava para lá das imagens. Quando a historiadora se preparou para contar as razões porque decidiu mudar de área de especialização , o jornalista interrompia -a constantemente. A historiadora não gostava da intervenção do jornalista que a continuava a interromper.

-Bem, eu estava a estudar o túmulo de D. Afonso Henriques mas houve algo que me chamou à atenção. Algo que tinha passado despercebido à maioria dos meus colegas de investigação. As gravuras do túmulo de D. Afonso Henriques pareciam estar pintadas de cores muito vivas que as crianças do nosso país estavam cada vez mais próximas. Aproximavam-se das gravuras, faziam autênticas peregrinações. Parecia o 13 de Maio. Mas um 13 de Maio infantil.
O jornalista esboça um sorriso irónico. Ela olha-o como se atirasse uma bala fulminante.
- Nada, continue .Mas essa do 13 de maio infantil...
- E a Nossa Senhora não apareceu a três crianças? Não me está a querer acompanhar? Iniciei desde então um estudo com base na mitologia infantil, nas cantigas de embalar da minha infância.

Mais uma vez a historiadora foi interrompida pelo jornalista que antecipou o nome do livro que preparava para a sua tese de Doutoramento :
- Livro que acabou por sair e se chama “Porra que já não aguentamos com tantos bonecos , Senhor Professor“.
A Doutora Ainda estava a ficar irritada com a interrupção contínua do jornalista , não sabia mas achava que aquele homem que tinha a formação idêntica à sua , na base de ter as notícias do presente e da cultura tinham uma semelhança curiosa com a dos historiadores e rematou:
- Olhe , eu sou uma nodyóloga , uma historiadora de renome, faço uma investigação rigorosa a partir da selecção de documentos feitos por crianças que jogam nos tempos livres “Um,dó, li, tá , quem está livre livre está “.
O jornalista começou por perder desculpas à historiadora, dizendo-lhe:
- Desculpe, senhora Doutora ainda Pi não a quiz ofender. Só quis fazer referências ao nome do livro.
A arrogância da historiadora não se fez esperar e bombardou o jornalista com toda a sua história de infância e como se tornou numa mulher implacável , fria que olhava os objectos de estudo .
- Sabe, eu sou católica, estudei num colégio de freiras , e o meu amor pela ciência histórica deu-se quando andava no nono ano e vi “A aldeia da Roupa Branca“.
O jornlista concluiu que ali havia material de entrevista antes que a Doutora Ainda Pi se virasse contra ele e lhe desse uma lição de moral. Nesse momento o jornalista levantou a grande questão:
- O que é que “A aldeia da Roupa Branca“ tem a haver com a música “Abram Alas Para o Nody“?
- Tem tudo, disse a historiadora. Ambas fazem parte de propagandas muito bem montadas, António Lopes Ribeiro estudou muito bem estes relevos e quiz imitar Enid Blyton quando ela escreveu “Abram Alas para o Nody “. Não acha parecidos os trechos “ Água Fria da Ribeira (...) Três Corpetes e um avental (...)”com “Abram Alas para o Nody com o seu carro amarelo? “ ...
O jornalista voltou a questionar e a por em causa toda a sua investigação:
- Desculpe, mas não acha que se está a afastar do tema da investigação que está a tratar?
A historiadora não perdeu a demora e começou a humilhar o jornalista com a sua falta de profisionalismo:
- Eu é que acho que o senhor não está a entender o meu raciocínio, senhor jornalista!!! É assim...Uma investigação requer uma enorme reflexão sobre o assunto a tratar. A isto chama-se história comparada das imagens apreto e branco e das imagens pintadas a cores . Uma música cantada por pessoas sem esperança que trabalham e cantam secretamente a internacional enquanto o Nody é um hino à nacionalidade . Ele revolta-se porque quer ser português , tão português e livre como a sua mãe Enid .
O jornalista não suporta a arrogância da historiadora e decide novamente dar-lhe a estocada final para a deixar completamente embaraçada ao afirmar:

- A sua mãe inventou-o através de uma gota de tinta diz a certa altura no seu livro . Não acha aqui uma certa revolução na historiografia portuguesa ?
A Doutora Ainda percebeu-lhe a manha e respondeu-lhe do seguinte modo :
- Sim, porque a Nodyologia ainda tem muito para dar . Neste momento estou a investigar a Ursa Teresa que segundo as últimas ánalises forenses dizem que ela era afinal a mãe de D. Afonso Henriques. Em certos documentos D. Afonso Henriques chama a D. Teresa de Ursa . Mas a Ursa Teresa molda-se e é outra personagem . Ela está virada para a acção e para a palavra . Ela preocupa-se com a imagem e a cor , e está preocupada entre a fronteira que separa a Aldeia de Roupa Branca e o País dos Brinquedos é muito curta.
Depois desta demostração brilhante o jornalista voltou a a levantar a poeira e a levantar a cabeça da avestruz histórica. O jornalista pergunta-lhe então :
- Como assim? Não quer perguntar Doutora Ainda Pi ?
A historiadora ainda não está refeita da derrapagem e da explusão de questões que a deixaram indisposta. Ao que ela perguntou:
- Desculpe, mas não entendi a sua pergunta o senhor é que teima em afastar-se das questões essenciais de que estou agora a tratar. Eu sou a Doutorainda PI 3,14 e não sou uma pessoa qualquer. Estou a fazer um Doutoramento...

O jornalista tomou a ironia caustica como forma de a agredir, coisa a que a investigadora não conseguia admitir, apesar de perceber as provocações. O jornalista romou de novo contra a maré:
- Portanto ainda não é Doutora por extenso, nem com D grande, mas com iniciais DR. O que faz nos seus tempos livres?
Ela olhou-o. Não estava a ver o que o jornalista queria sugerir. Seria ela beata? Freira? Não tinha homem? O que é que ela era então? Mas a Doutorainda conteve-se e respondeu:
- Vou a fundações mandar as pessoas fazer otrabalho sujo para que eu possa ter a papa toda feita , é só engolir , porque ela já foi mastigada.
O jornalista continua em querer saber a vida privada
da historidora em querer levar as coisas para o campo pessoal :
- Mas não tem outros objectivos? Leituras? Vida pessoal ?
Neste momento a historiadora não se conteve e respondeu o que ele queria ouvir:
- Não, eu sou completamente assexuada, para mim apenas me serve a nodyologia. Correspondo-me com outros nodyólogos de renome internacional. Pertenço ao Instituto Brinquedo da Universidade Um-do-li-tá. O lema da Universidade é “Aprende as coisas enquanto és novo para ficares no desemprego. “
O olhar irónico e a resposta caústica do jornalista não se fez esperar :
- Bem, você tem uma vida pessoal muito interessante .
A Doutorainda começa a fazer um monólogo sobre a sua pessoa a que o jornalista se deixa quase dormir:
- Eu como a maioria das grandes pessoas, não olho as pessoas de frente, porque elas são mero instrumento da minha pesquisa , são meras peças do universo das cores primárias .
O jornalista acorda naquele momento e responde de forma sarcástica:
- Bem! Isso é que é trabalhar! Você é uma mulher e pêras!
A historiadora não se fez rogada e respondeu:
- Bem pode dizê-lo, porque comigo ninguém se fica a rir!!! Eu já sofri muito! Por isso a minha revolta é a minha força.
O jornalista pensou que tinha naquele momento a sua bomba de Irochima na imprensa portuguesa, quando lhe perguntou:
- Onde é que vai buscar forças?
A historiadora começou a revelar a sua verdadeira identidade a partir do momento em que respondeu:
- Ao Hanibal Leter e a outros monstros da história como Adolfo Hitler, Estaline, Mussolini ! Marlin Manson é a minha face oculta ! Eu é que sou o Marlin Manson! Fui amante de Alister Cronwley, e vi Satã durante a minha pesquisa de doutoramento dizendo que a Ursa Teresa é a sua esposa!
O jornalista fica deliciado com a história mórbida que nem sequer acredita no que estava a ouvir, acabou por ironizar :
- Isso é que é uma vida Doutorainda !
A Doutorainda PI 3,14 olhou-o de frente , hipnotizando-o:
- Tu agora pertences ao maldito, oferceste-me a tua alma, grande panasca. Vem cá ver se eu não tenho a tua mãe! Tu és meu!

A historiadora atirou-se ao jornalista, mordeu-o até que ele começou a deitar sangue. A historiadora quase que se agoniouquando bebeu o sangue do seu entrevistador:
- Hum! Sangue podre !Parece o sangue de uma barata!

Doutorainda ligou o telemóvel e ligou para a Inspecção Geral dos Vampiros :
-Estou sim ? É da Inspecção Geral dos Vampiros ? Queria fazer uma denúncia !
Do outro lado da linha atendia o inspector Nosferato :
- Diga , Senhora ...
A historiadora começou a dar a sua aula de estatuto social ao vampiro Mestre :
- Senhora não , Doutorainda ! Porque eu ainda não acabei a minha tese .
A chamada caiu . O inspector irritou-se com a historiadora vampira, chamou o colega e disse :
- Temos em linha uma vampira com a mania que é intelectual e ainda porcima tem achaques ! Quer fazer uma queixa contra um hóspede humano que é para acabar com ele ! Não queremos a nossa espécie manchada ...

O Subordinado perguntou ao chefe:
-Porque não acabamos com ela ?
O Chefe dos vampiros estava de costas apenas se via uma sombra com um boné que não se conseguia vislumbrar a cor do boné que o ser misterioso. Finalmente o Senhor e Mestre dos Vampiros respondia ao seu empregado:
- Ainda nos irá servir muito , quando ela não nos servir mais...Fazemos-lhe o mesmo que temos feito com as outras “Xicas–Vampiras–Espertas “.
É nesse instante que o Nosferatu se vira e olha o seu súbdito. O subordinado de Nosferatu olha para o seu mestre e vê um boneco infantil que abre os dentes afiados de gorro azul com guizo e de calções amarelos , abre então seu caixão amarelo .

- Abram Alas Para o Nody-Satã! Nody- Satã está a chegar com o seu caixão amarelo!!!
Nody então deu a sua resposta:
- Ela vai ser exposta ao Sol assim que nascer o dia e com pouco de água benta e santa cruz de Cristo! Ah! Ah! Ah!

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

As aventuras da carneirinha Arlete

Hoje em dia ninguém as dispensa da sua vida . Digam o que disserem elas estão aí .Há mais de meio século quer brasileiras ou portuguesas elas aí estão . São as famosas telenovelas . Apesar de lhes torcerem o nariz há quem saiba de cor os nomes das personagens . Todos os autores tem o seu estilo , a sua marca e fazem com que o público ame ou odeie as personagens . Não há pessoa que comente as aventuras destas pessoas durante meses a fio nos transportes , nos cafés daquilo que se passou . Todo este ritual começou há mais de trinta anos com uma novela chamada “Gabriela “ . Alguns anos depois chegou “Vila Faia “ , e as histórias têm –se multiplicado e hoje há novelas para todos os gostos e todos os públicos . Daí que alguém se tenha lembrado de escrever uma novela muito própria fora dos canônes habituais , só para podermos analisar o estilo , a obra e o seu autor .Assistimos a mais um episódio da novela : “ As aventuras da Carneirinha Arlete”

Arlete é uma carneirinha perdida nos bosques da vida . Ela não tem eira nem beira . Não tem amigo veado, nem frequenta igreja de qualquer espécie , nem acende o seu cigarro com rosmaninho queimado . No último episódio a carneirinha Arlete foi raptada por um Teletuby.

- Oi .
- Oi , tudo bem ?
- De onde carnas ?
- Quê ?

(Atenção agora vêm os spots publicitários )Esta novela é patrocinada por “ Sabão dá com tudo “ e “Delícias de cacau “ . E agora apresentamos a electrizante , excitante novela “ As aventuras da Carneirinha Arlete “
- Quem é você ? –pergunta Arlete .
- Bem querida , eu não sou eu , mas uma pessoa muito conhecida de Portugal- diz a figura misteriosa .
-Quem ? -pergunta a Carneirinha Arlete .
- Bem , eu tenho um triângulo invertido , uso uma malinha ! Sou maçonico ! Sou hiper-mega –secreto ! Dentro desta malinha tenho tudo o que um maçon pode ter !
Arlete começa a ficar farta da conversa
- Afinal de contas , quem é o senhor ? –pergunta a carneira aborrecida .
A figura misteriosa apresenta-se dizendo que é um Teletuby português e que na realidade era professor universitário e maçon . Arlete não quer acreditar no que ouve :
- Professor ! Que emoção ! Eu não posso acreditar ! O que está aqui a fazer ?
- Eu vou fazer a sua biografia ! Você não é a Carneirinha Arlete !
- Sou , eu fui “descolada “ de uma outra novela “ que é o termo que se usa no Brasil , quando um actor é chamado para salvar uma novela que está em vias de perder todas as audiências , já viu a minha vida , professor ? Meu negão me mandou para o quinto dos Infernos ! Esta novela é mesmo uma bosta , não acontece mesmo nada , parece aquele vilarejo onde só tem velhos e carneiros !

O Teletuby professor decide ajudá-la :
- Vou escrever a sua história ! Transcrever palavra por palavra daquilo que disser!
- Sabe professor , eu estou aqui neste pasto para me desintoxicar da erva que eu comia ! Toda a hora era erva ! Veio então a ovelha universal que me falou deste monte sagrado onde iria encontrar uma vida regrada e de amor ao Senhor com trabalhos de libertação ...
Teletuby maçon diz-lhe :
- Vou-te levar pelos caminhos da maçonaria ... Tornar-te-ei numa agente secreta !

E agora você pode laurear a pevide , porque nossa novelinha acabou, a direcção da estação acabou de nos enviar um fax . Senhor autor você não pode usar nomes de pessoas , instituições . Isso não se faz . Vamos acabar com isto !
Carneirinha Arlete começa a chorar :
- E agora o que é eu vou fazer ? Para onde é que eu vou viver ? Vou voltar para o monte Favela ? Vivia aqui na Monte TV ....
- Não , isso não lhe vai acontecer ! –diz um carneiro sagrado .
- Quem é o senhor ? –pergunta Arlete num pranto .
- Sou o carneiro sagrado Amon e procuro uma esposa ...
Amon é interrompido por Arlete .
- Mas para onde é que você me vai levar ?
- Você vai trabalhar como editora chefe na minha revista de moda “Vogue Carnerinha “.
- Oba ! Cara ! É tudo o que eu sempre sonhei ! Ser má como as cobras
como Merlin Streep no “ Diabo Veste Prada “ humilhando todos !

- Bem , isso nem sempre é asim , a nossa cultura , a cultura egípcia , a do Antigo Egipto não admitia esse tipo de comportamento , porque era contra as leis da maat !
- E o que é isso ? –perguntou Arlete .
- Maat é tudo que tem regra ! São as leis , as coisas estabelecidas que se podem fazer e que mantêm o equiílibrio !
- Venha comigo para o passado ! –pede-lhe Amon . –
- Como se eu vivo aqui ? Sempre vivi ... isto é ... durante algum tempo !
- Você irá mudar de nome, minha carneirinha ! Irá viver no Hárem Real e passará a providenciar passagens de modelos para evitar intrigas no hárem !
Arlete começou a imaginar-se protagonista da novela “Intrigas no Harém “. Num lugar onde todos tecem a intriga só uma carneira pode por fim nisso é agente secreta Arlete Bond . Irmã gémea siamesa de James Bond .

- Oi , você está me ouvindo ? –pergunta Amon. Que se passou com você ?Andou comendo erva de novo , foi ? Ou esteve com a ovelha universal , ein ?
Pouco depois Arlete “cai na real “ e não admite mudar de nome :
- Mas porquê ? Arlete sempre foi o meu nome !

Do outro lado alguém aponta um revólver na direcção de Arlete e seguidamente para Amon .
“ Não vais levar a minha discípula mais dotada” diz alguém escondido entre as folhagens das árvores .
Quem será o atirador ? O teletuby que queria levar Arlete para os caminhos da Luz e revelar-lhe os segredos dos Arbustos Dilectos ? Ou será A ovelha universal , a pastora lésbica que ama Arlete e a quer transformar na sua sucessora ? Ou será o Chupa carneirinhas , o famoso proxeneta que dava erva a Arlete para que ele andasse perdida nos caminhos sem eira nem beira ? Quem será a próxima vítima ? Amon ?Para quem se destina essa bala ?
Não perca o emocionante episódio que irá revolucionar e desvendar toda a história da apaixonante telenovela “ As aventuras da Carneirinha Arlete? “ Esta novela é patrocinada por “Sabaão dá com tudo “ e “ Delícias de Cacau “ .

E é assim até ao próximo episódio os espectadores ficam presos ao écran . Imaginando quem será o misterioso atirador que quer matar Amon .Mas qualquer história que se prese tem que dar sempre a volta por cima , inventar novos ingredintes. Não é por acaso que todos os dias milhares de pessoas se sentam no sofá para torcerem pelas suas personagens favoritas e as vezes os maus até conseguem escapar como mostra a realidade . A realidade das novelas é um universo quase rocambolesco , pode apelar para pensar sobre os problemas sociais, sobre a ética , o bem e o mal , a forma como agimos com os outros . Mas não deixa de ser também uma obra de ficção , o regrsso ao universo encantado em que os maus pagam no fim e os bons são recompensados. A telenovela é algo que faz as pessoas sonhar com aquela personagem,ou a garra que gostariam de ter para enfrentar tudo isso . Esta história mirabulando não foi mais que um exemplo disso que as pessoas continuam a ter a novela como sobremesa do seu jantar . Até que surja um novo tipo de entretenimento para regozijo dos seus fiéis mais dilectos.

terça-feira, janeiro 06, 2009

A Verdadeira História da Carochinha ou Eu, Carochinha?

A Carochinha que todos nós conhecemos não é o insecto bem comportado e virtuoso que todos nós julgamos conhecer . A história que ouvimos desde tempos imemoriais que leva todas as meninas a pensar que após uma paixão devastdora por João Ratão , a Carochinha acaba por ficar viúva . Pobre Carochinha !

Pensamos que ela era a pulga que atormentava Adolfo Hitler já que bem vistas as coisas o ditador não inspirava muita confiança , talvez quem saiba que tivesse sido ela a verdadeira autora da cruz suástica e detestasse as limpezas , amasse as artes como a sua prima cigarra que se tornou cantora nos cabarés alemães e ficou conhecida com a Mata Hari . Não fomos nós enganados pelos nossos pais e por todas as pessoas que nos contaram uma série de mentiras ? Em vez de dizermos “ não há como a nossa casa “ , podemos afirmar que afinal não há “como o nosso ninho“ ou evidentemente não há “ como o nosso chiqueiro “ .

Diante desta verdade dolorosa , não vos pedimos para furar os olhos com alfinetes como fez Édipo após ter descoberto a cruel realidade , afinal a sua mulher era a sua própria mãe. No entanto certas bactérias furam os dentes provocando certas cáries. Não estaremos nós diante da dolorosa história da biografia não autorizada da Carochinha ?

E se aCarochinha falasse holandês ? Onde é que a veríamos ? Não estaria na sua bela casinha , nem teria encontrado dinheiro , ela estaria sim à janela , nem estaria à procura de maridos , mas sim à procura de clientes .

A Carochinha teria caído na labia do João Ratão , o seu proxeneta , ou melhor dizendo o seu “chulo “. Carochinha pagaria impostos, teria número na Segurança Social Holandesa onde tudo aliás é permitido , ou quase tudo diga-se a bem da verdade , e afinal de contas perante uma profissão de risco teria que ser vista pelos médicos .

Depois de ter sido vista pela maioria dos historiadores que consultassem a sua história Carochinha continua a ser uma mulher ou insecto bem visto ? Teremos que ver o ponto de vista social da personagem a ser analisada , já que actualmente a historiografia se centra na memória colectiva ,os locais que frequentava, as pessoas com quem convivia e acima de tudo devemos ter em conta que todos os objectos e meios a ser utilizados na investigação não devem ser menosprezados . Até a música “Quem quer casar com a Carochinha ? “ deve ser gravada e analisada por etnomúsicologos. Seria Carochinha também uma fadista ? Bem isso não sabemos e também não podemos saber como ficaria a letra em neerlandês“A casa da Carochinha“ ?

Perdoem –me senhores que não aguento a verdade ao saber que estamos a falar de um insecto que foi explorado por um animal.Isto sim é que é deboche ! Procuremos a criança que há em nós e isto sim, merece ter uma reflexão com um psicólogo clínico.Ou não acham que isto merece ser debatido como um verdadeiro trauma ?

Poder-se –á até escrever diversos livros sobre o asunto, mas é que uma outra jornalista,a carraça descobriu-a em Portugal como alternadeira, ainda por cima andou de amores com um fulano director de um clube de futebol .... A pobre Carochinha depois de ter sido explorada pelo João Ratão foi mais uma vez enganada pelo seu grande amor. Este grandessímo filho de uma grande rata disse-lhe que ela podia fazer um trabalho de alterne , isto era , trabalhava dia sim , dia não . Mas eis que o inesperado aconteceu quando a Carochinha descobriu a verdade . Ela ia dançar encima de uma mesa apoiando-se num varão , à frente de outros insectos que se babavam . Imagine-se aquelas moscas vaejeiras que pousam em tudo quanto é sítio , a por-lhe a mão por cima da sua tanga de fio dental . Para melhor dos retratos umas boas notas de euros a tilintar , ou no melhor dos casos estaria numa cabine . Sim , numa cabine , diante dos olhares sequiosos daqueles insectos. Até que lhes fechava a janela e dizia pelo intercomunicador “ Tem que pôr mais moedas . “
- Mas é só mais um bocadinho, carochinha laroca ! Hum, o que achas ?
- Não , se quer ver tem que pagar !
E fazia muito bem a Carochinha ! Porque ela queria liberdade , queria ver-se livre daquele seu “ agente “ O João Ratão .
Até que um dia o atraiu para junto de uma panela . Carochinha já tinha visto aquilo em sonhos,e também era uma mulher culta pois lia muitos livros policiais para arranjar o crime perfeito. Lembrava-se de um livro de Stephen King “ Dolores Colbordone “ em que a patroa de Dolores lhe diz : “ Às vezes para para garantirmos o nosso futuro , Dolores , temos que ser umas grandes filhas da mãe. Acidentes acontecem, Dolores . “

Foi através da leitura deste livro que Carochinha comprou o seu bilhete de lotaria . Provocou a queda de João Ratão no Caldeirão. Uma queda ! Uma simples queda ! Se esperasse algum tempo procuraria pelo seu marido e agente . A sua vida era um martírio que muitos veriam nos telejornais , nos filmes, nos livros e até nas revistas cor de rosa . Mas ela vivera-o e decidira escrever um livro , não a história bacoca de que ela fora uma simples dona de casa e que um dia encontrara um simples reles moeda e que comprara um enxoval para se casar com o primeiro homem que lhe aparecesse pela frente .Não , nada disso caros leitores !

Com o dinheiro ganho com este livro ela pagaria as contas da casa , do telefone, da água, da luz e faria as compras da semana . Ou então pagaria tudo com cartão de crédito!Tinha muito que escrever . Toda a gente escreve nos dias de hoje , até putas escrevem e com pormenores sórdidos ! E ela a Carochinha do século XXI era um desses exemplos . Era o que ela faria ! E foi o que fez ! Eu acabei de ler a história da Carochinha esta semana , e digo-vos uma coisa ... Pelo sim , pelo não ... Gosto muito mais desta história ! Já não dava para aguentar a versão anterior . Afinal é a vida que nos torna muito mais sábios , não é verdade ?


António Carlos Manuel Almeida
Setúbal , 06 de Janeiro de 2009

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O Obcesso

Depois do período das festas natalícias nadamelhor que conhecer aquele que convidamos para o programa de hoje, convidamos uma figura bem conhecida dos portugueses, o obcesso, mas de nome científico servícias dentárias . Ele está aqui hoje para nos falar da sua vida . Quem é, de onde veio e talvez para onde vai .
- Muito boa noite, servícias .
- Servícias não, Ob .
- Ob , desculpe, não entendi .
- Sabe Servícias , não lembra a Cristo, faz lembrar o padre Vítor Melícias , que pertence às Misericórdias . E eu não tenho nenhuma misericórdia .
- Pois é . Era esse mesmo ponto, de que eu gostaria de lhe perguntar. Porquê Ob ?
- Eu uso o perfume Obsession de Calvin Klain quando ataco as pessoas badalhocas que não se importam com a sua higiene oral …
- Como ? –pergunta o jornalista .
- Sim, eu passo a contar-lhe . O meu pai é uma pessoa culta. É dentista. Desde cedo todo aquele ambiente deu-me uma outra visão da vida, ver aquelas bocas podres cheias de cáries , excitavam-me sexualmente, ia para a casa de banho e masturbava-me a imaginar com aquelas bocas cheias de cáries .
- Pare! Pare! Acho que isso é um pouco …
- Não, mas é verdade ! A minha família é católica, ultra – conservadora . Descobri por mero acaso um livro do Marquês de Sade enquanto bebia chá . Toda a gente me dava colherzinhas de chá, achavam-me um nabo, um tolo e eu decidi tornar-me “master “ .
- Desculpe ?
Ob tira um chicote e avança com ele contra o rosto do jornalista , dizendo-lhe :
- Eu sei que o Senhor gosta de ser humilhado , quer sentir a minha dor escravo ?
- Como? – pergunta o entrevistador .
- Você trabalha através de um intercomunicador ? Precisa de umas lições …
O jornalista revela então inconscientemente o seu gosto pela dor :
- Não, não, mestre…
Ob dá-lhe com o chicote junto ao rosto mais uma vez , olha-o . Pergunta-lhe então :
- Gostas pouco , gostas ! Gostas não gostas?
O entrevistador grita de dor e pede misericórdia a Ob. Este por sua vez, pergunta-lhe:
- É bom não é , meu neguinho?
O jornalista tenta dar a volta à questão e fazer-lhe algumas perguntas que lhe permita salvar a entrevista:
- Eu quero é que você me conte como é que se tornou assim tão mau , tão cruel…
Ob sorri ao jornalista observando-o , diz-lhe então:
- Ah! Ah! Você gosta lá no fundo! Até me chamou de mestre !
O entrevistador tenta desculpar-se e tenta ser um evangelizador a Ob para que ele se redima e peça perdão por tudo aquilo que tem feito às pessoas :
- Eu falei no mestre Jesus ! Peça perdão por todas as suas faltas ! Imagine em todo o mal que você fez ! Tente ver o lado da luz !
- Foda-se , não me fale nesse gajo , porque foi à conta dele que eu decidi multiplicar-me , destruir a reputação do meu pai. Se eu tivesse seguido uma vida honesta , hoje… seria ….dentista …bah !
O entrevistado começou a rir-se do jornalista e perguntou-lhe:
- Vá lá! Então você não gosta de brincar? Você não adora comer porcarias até rebentar? Vai agora pedir misericórdia… Você não sabe o que eu vejo no hospital… Quase me venho…


O jornalista não aguentava mais aquele sofrimento , até que decidiu transformar-se e ordenou:
- Modere a sua linguagem homem!
Ob começa a ironizá-lo:
- Homem?! Você acha que é homem? Pensa que não o vi ligar para uma pizzaria , comidas deplástico, hamburgueres cheios de batatas fritas e percorrer a pente fino lojas de doces ?Venha cá ! Queres coleirinha , é meu doentinho? Queres ser o meu cãozinho para gemeres ? !
- Não !Eu quero é que você responda à merda desta entrevista !
- Isso é que você nunca vai ter cara! Eu vim para Portugal , fui sócio de uma sexshop “ Delícia de Veado “ e aí eu me lembrei de me vestir de couro e latex . Fiz muitos filmes pornos . Fiz muita musculação em academia para derrubar muito cara , viu ? Muito cara metido a macho ! Mas que na hora de levar tem a cara deformada !
O jornalista tenta pela última vez salvar a sua entrevista :
- Vamos ver se nos entendemos , meu senhor ! Eu quero que você me conte como …
Ob ataca-o de novo interrompendo a entrevista :
- Ah ! Você voltou a dizer a palavra ! Você adora anadar de boby no hospital , ficar a soro , gemer ! Seu cabra safado ! Me fala das suas aventuras gastronómicas ! Das suas dores , vem anda !
Ob começa a despir-se, mostra o corpo todo torneado usando apenas uns calções bem justos de cabedal.
- Vem agora, cara! Vem cá se é macho!
O jornalista tentapor uma última vez fazer a entrevista :
- Vamos acabar esta entrevista, porra !
- Você quer é? - pergunta Ob sorrindo .
Obcesso dá-lhe então um murro na cara.
- Então? Como é? Vai ou não vai mostrar a sua boca agora?

Obcesso mostra-lhe então um spray e atira-o contra os dentes cheios de cáries.
- Ah! Ah! Estou cheio de dores! Por amor de nosso Senhor! Tenha piedade de mim!
Obcesso tira o chicote da mesa:
- Doente entrevistador! Sala de enfermagem! Enfermeira Piedade ponha-lhe o boby! Dê-lhe a injecção! Eu sou assim não tenho perdão! Quer o meu contacto? Venha ver-me actuar no “Fio Dental “ que eu dou-lhe o arroz, a batatinha e alcachofra! Vem cá seu anjo !Se transforme num lord, num senhor de condomínio podre! A sua imagem! O que é que os outros vão dizer? Detesto os dentes dele! Só pode andar na droga! Vai aí me liga! 21123456789. Estes números 8 e 9 são para fax.

Naquele instante alguém liga para a clínica “ Fio Dental “.-

- Fio Dental, boa tarde, fala a cárie mortal!
- Boa tarde, eu vi o vosso número na televisão e gostaria demarcar uma sessão com o vosso mestre!
- Para quando quer marcar?
- Dá esta noite? – pergunta o cliente com segundas intenções.
- Sim? – pergunta o cliente perante o silêncio do outro lado da linha.

- Sabe, nós somos uma clínica dentária. Trabalhamos em horários honestos … tudo isso que viu na televisão é uma questão de marketing!
- Então não vale a pena , deixe estar…
- Então? Não quer salvar a sua boca?
- Eu não! Para quê? Depois tenho que lavar os dentes ! O que eu gosto é de dor de dentes ! Ter montanhas de obcessos!
- O Senhor é que sabe!
- Quem era? – perguntou o dentista.
- Alguém que te queria como Obsess!
- Desculpa Como é que disses-te?