Toda a história deve ter duas narrativas, aquela que está à vista das águas e uma outra que está escondida e que se vai descobrindo aos poucos. Quem o disse foi Ernest Hemingway, e não foi por acaso que Woody Allen o escolheu como personagem do seu novo filme Meia Noite em Paris.
Escrever não é só um acto de meditação, como também de auto-análise e crítica. Escolhi muitas vezes algumas personagens e situações caricatas, porque sem dúvida é o humor a maior injecção contra o tédio e a violência psicológica a que estamos sujeitos dia a dia. Neste folhetim escolhi universos tâo dispares quanto o universo infantil, o hispano-americano e mesmo até o brasileiro. Perdoem-me aqueles que me estarão a ler, mas é na literatura latino-americana que encontro o sonho e a fantasia que reencontro dos meus tempos de menino. Não é isso que as novelas fazem? Quando existem pessoas que morrem e se transformam em árvores, livros de cozinha que escondem uma história de maldição. Serão os autores de novelas estúpidos e nâo estarão a dar pistas aos seus leitores de outras formas de pensar? Deixem que vos diga... que esta chuva é uma bençaõ e passear num desses dias é um desafio para por as ideias em ordem... como fazia a personagem no último filme de Woody Allen. Depois de nos reencontramos e olharmos para o nosso interior poderemos seguir em frente... voltarei em breve com a velha senhora Geramana para outras histórias, já que Vila Nova de Nossa Senhora da Morte poderá fazer parte de um imaginário português... SE quiserem, e já disse isto outras vezes escrevam a dar sugestãoes, se querem voltar a reencontrar as vossas personagens favoritas, porque elas tal como as pessoas precisam de ser mimadas , podem ser irritantes cruéis, mas posso dizer-vos uma coisa. Não sou eu que vos estou a pedir, mas as personagens de Santa Muerte, nâo sei porque razão tem aparecido aqui, só Dona Geramana é que se ofereceu para falar pondo a descoberto toda a história. Enfim... estamos diante de crianças que birram? Afinal do que podemos esperar de bonecos e de seres imaginários? Ou será que deverei mudar o nome do folhetim para o "Sermão aos Peixes? "
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