fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

domingo, julho 31, 2005

Confrarias de Penamacor: estudo

Durante as próximas semanas serão publicados (neste blog e em jornais e revistas) estudos relativamente a duas confrarias de Penamacor:

• A Confraria do Santíssimo de Penamacor e
• A Confraria da Nossa Senhora do Bom Sucesso de Penamacor.
As fontes principais para o estudo são livros manuscritos inéditos das próprias confrarias, pertencendo os mesmos ao Arquivo Pessoal de Luís Norberto Lourenço.
Livros de actas, livros de contas, datados desde meados do século XIX, até meados do século XX, a que se juntarão fotografias inéditas e com mais dum século e outros documentos emanados das referidas confrarias.

Aguardem…


Luís Norberto Lourenço

quarta-feira, julho 27, 2005

Auto de arrolamento dos bens existentes na egreja matriz da freguezia de Penamacor...


Auto de arrolamento dos bens existentes na /

egreja matriz da freguezia de Penamacor, conce- /

lho do mesmo, districto de Castello Branco, rea- /

lisado no dia 6 de julho de 1911.*

Aos seis dias do mez de julho do anno de mil novecentos /

e onze pela uma hora da tarde nesta villa de Penamacor e /

sua egreja matriz onde se achava reunida a Comissão Conce- /

lhia de Inventário organizada nos termos do artigo sessenta e /

tres do decreto de vinte d’abril ultimo sobre a separação da egreja do /

Estado composto do administrador do concelho o cidadão Dou- /

tor Manoel Ferreira de Mattos Rosa, por um homem bom da /

mesma parochia indicado pela Camara Municipal o cidadão /

João Esteves d’Almeida e do secretario de finanças d’este con- /

celho José Maria d’Almeida Ferreira, servindo este de secreta- /

rio e o primeiro de presidente. Pelo dito Senhor presidente foi dito /

que ia começar-se o arrolamento de todos os bens pertencentes à /

mesma egreja, sendo n’este momento apresentado pelo parocho /

da freguezia de Penamacor padre José da Costa Passos um protesto /

escripto que o Senhor presidente leu em voz alta perante a Comissão /

e que é do theor seguinte: (…)

Continua…

QUEREM MAIS?

BREVEVEMENTE… NUM BLOG PERTO DE SI… A PUBLICAÇÃO INTEGRAL.

DEPOIS VIRÁ A EDIÇÃO FACSIMILE A SER PUBLICADA AINDA ESTE VERÃO, DA MINHA RESPONSABILIDADE.

Luís Norberto Lourenço

* Transcrição dum documento manuscrito, inédito, datado de 1911, do Arquivo Pessoal de Luís Norberto Lourenço.

sábado, julho 23, 2005

Ainda a extinção do Ballet Gulbenkian*

Exmo. Sr. Luís Norberto Lourenço,

De vez em quando visito o fórum do JN, um dos locais da net onde os cidadãos podem exprimir as suas opiniões com a possibilidade de resposta dos leitores.

Partilho integralmente as ideias que expôs de forma clara e escorreita no seu texto que por o considerar lapidar o citei em epígrafe, com a sua devida vénia.

Na verdade a extinção das bibliotecas itinerantes da Gulbenkian foi um acto irresponsável, eu diria até criminoso. As bibliotecas itinerantes eram a única forma de muitas localidades da província – aldeias e mesmo algumas vilas – terem acesso à leitura. Era o livro que ia ao encontro de muitas pessoas que agora sem tal apelo se restringem à televisão a outros passatempos menos enriquecedores.

Dada a distância que separa Lisboa do local onde resido não se torna praticável ir assistir aos espectáculos de bailado, musicais ou outros proporcionados pela Fundação Gulbenkian, mas isso não me impede de reconhecer o papel insubstituível da Fundação na oferta cultural do país. Estou convencido de que as coisas não vão ficar por aqui, e que as próximas vítimas bem poderão ser o Coro e a Orquestra Gulbenkian, ficando a instituição que o benemérito Calouste Sarkis Gulbenkian doou a Portugal reduzida a dois espaços museológicos (Museu Gulbenkian e Centro de Arte Moderna), uma sala para exposições temporárias e dois auditórios para espectáculos (o grande e o pequeno), afinal de contas, uma espécie de CCB. O que está a acontecer é muito mau porque além de empobrecer a oferta cultural, constitui um péssimo exemplo para outras entidades que viam na Fundação Gulbenkian uma referência de qualidade e um exemplo a seguir no caminho da excelência. Não podia estar mais de acordo consigo quando diz que as infelizes decisões que vem sendo tomadas representam um ataque infame ao legado do fundador Calouste Gulbenkian e - acrescento eu - à obra e à memória de José de Azeredo Perdigão e de sua esposa D. Madalena de Azeredo Perdigão que se empenharam como nenhuns outros no prestígio e no engrandecimento do nome da instituição. O problema da Fundação Gulbenkian é ser uma entidade que lida com muito dinheiro e, por isso, suscita apetites vorazes a certos indivíduos que não descansam enquanto não arranjam um tacho na administração. Foi o caso do gestor bancário Rui Vilar e da ex-governante Teresa Gouveia. Refira-se, a talhe de foice, que foi quando Teresa Gouveia ocupou o cargo de secretária de Estado da Cultura que foram extintas as orquestras sinfónicas da RDP de Lisboa e do Porto as quais também já tinham várias décadas de existência. Não deixa de ser curioso que Rui Vilar, actual presidente do conselho de administração, foi ele próprio beneficiário de uma bolsa de estudos da Gulbenkian. Fazendo ironia, não há dúvida que Rui Vilar escolheu a melhor forma de exprimir a sua gratidão à instituição sem a qual não teria provavelmente alcançado o lugar que agora ocupa. O papel cultural modelar da Gulbenkian deixou de estar em primeiro plano porque para esta gente o importante é que a fundação lhes garanta bons empregos e que ao mesmo tempo possam passar a utilizar os activos patrimoniais e financeiros da instituição para favorecer as clientelas e capelinhas ditas culturais, de forma idêntica ao costuma ser feito pelo Ministério da Cultura. Enfim, tal gente não descansou enquanto não introduziu numa instituição que estava acima da mediocridade os mesmos vícios e defeitos que são próprios da governação e da administração pública e que tanto tem prejudicado o nosso desenvolvimento. Como é que este país pode ser considerado civilizado quando as suas elites tem atitudes próprias do Terceiro Mundo? Comportamentos destes nunca seriam possíveis em países civilizados como uma França, uma Alemanha ou uma Grã-Gretanha. Nestes países as orquestras e as companhias de bailado são centenárias porque os decisores tem consciência que o nome e o prestígio dessas instituições é capital que não se pode desperdiçar. Mesmo que alguns dirigentes desses países caíssem na tentação de extinguir companhias de bailado ou orquestras, a opinião pública não o permitiria. Por cá a opinião pública é o que se sabe e, por isso mesmo, as arbitrariedades mais inconcebíveis vão-se sucedendo sem que daí advenham quaisquer consequências para os responsáveis.

Soube-se agora que o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa pretende encetar negociações com a administração da Fundação Gulbenkian para que o Ballet Gulbenkian fique sob a alçada do município em moldes semelhantes à Orquestra Metropolitana de Lisboa. A ideia até parecia boa, mau grado o oportunismo político agora que se aproximam as eleições autárquicas, mas na verdade o município não é a entidade mais indicada para garantir um futuro promissor e tranquilo a uma companhia de bailado. É conhecida a forma desastrosa que tem pautado os executivos camarários na gestão dos dinheiros públicos com o desperdício de maquias avultadas em projectos megalómanos de o que o Parque Mayer e o túnel do Marquês de Pombal são os exemplos mais visíveis, ao mesmo tempo que se assiste à falta de verbas em várias áreas de vital importância para os munícipes. Aliás, o que se passou com a Orquestra Metropolitana há cerca de um ano comprova esta minha apreensão. O ideal seria a companhia continuar na dependência da Gulbenkian, nem que para tal fossem feitos os reajustamentos considerados necessários. Não sei se o caro Sr. Luís Lourenço é advogado ou se tem formação jurídica na área do direito que regula as fundações, mas talvez seja viável interpor uma providência cautelar a fim de tornar nula a decisão da administração com o argumento de que estão a ser violados os estatutos da fundação, ou pelo menos, a vontade expressa pelo fundador. É o mínimo que se pode fazer pela memória de alguém a quem Portugal muito deve.

É com tristeza que constato que a Fundação Gulbenkian passou a sofrer de um dos males maiores de que o país padece: a incompetência e a inépcia de muito boa gente que é nomeada para cargos de decisão nos mais diversos sectores do Estado não por possuírem mérito e perfil adequado mas por razões outras que vão da afinidade partidária à tradicional cunha para familiares, amigos e compadres. Entre os muitos casos que podiam ser apontados, cito o caso da RDP-Antena 1, uma rádio que já foi uma referência de serviço público mas que nos últimos anos de serviço público passou a ter muito pouco. A situação é mais gritante no que respeita à música portuguesa de qualidade que foi praticamente banida de uma rádio que se passou a reger pelas famigeradas ‘playlists’ que, como diz Pedro Barroso no seu manifesto (http://www.pedrobarroso.com/manifesto.htm), nada mais são que uma forma de censura. Os poucos programas de autor que valorizam a boa música portuguesa foram relegados para horários indignos e impraticáveis, passando os horários mais nobres a ser ocupados ora por ‘boys’ (“jobs for the boys”) ora por alinhamentos musicais de música descartável, a mesma que passa na generalidade das outras rádios. Entre os programas marginalizados destaco o aclamado “Lugar ao Sul”, de Rafael Correia, que foi chutado - pasme-se - para as 07:00 da manhã de sábado. Não duvido que tal medida seja uma primeiro passo para a extinção do programa, uma vez que naquele horário muitos dos ouvintes não o poderão ouvir e assim com uma audiência residual será mais fácil acabar com ele sem provocar grande contestação do auditório. Com o propósito de evitar que tal crime de lesa-cultura venha a ser cometido, eu próprio e outros fieis ouvintes do programa tomámos a iniciativa de mobilizar o maior número de pessoas no sentido de se empenharem na defesa do programa. Acaso o Sr. Luís Lourenço seja ouvinte do “Lugar ao Sul” e ou amante da boa música portuguesa mormente a de inspiração tradicional, tomo a liberdade de o convidar a juntar-se à nossa campanha. Nesse sentido enviar-lhe-ei nos próximos dias um mail intitulado “Serviço público de rádio” que tenho vindo a difundir na net.

Com os melhores cumprimentos,

Álvaro José Ferreira

*Comentário enviado por "e-mail" pelo autor, comentando o meu artigo de opinião (também aqui publicado) intitulado:

"Fundação Calouste Gulbenkian extingue Ballet. Próximo episódio: FUNDAÇÃO EXTINGUE-SE"

segunda-feira, julho 11, 2005

Agendas culturais ("post" em contrução)

Biblioteca Naciponal de Portugal
http://www.bn.pt/agenda/agenda.html
Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
http://www.iplb.pt/pls/diplb/!main_page?levelid=23
C. M. Lisboa
http://www.lisboacultural.pt/cgi-bin/lisboacultural
C. M. Penamacor
http://www.cm-penamacor.pt/cgi-bin/agenda_cultural.php
C. M. Portalegre
http://www.cm-portalegre.pt/ (Agenda Cultural)
C. M. Óbidos
http://www.cm-obidos.pt/AgendaCultural/Default.aspx
C. M. Beja
http://www.cm-beja.pt/ (Agenda Cultural)
C. M. Braga
http://www.cm-braga.pt/html/cultura/agenda_cultural.htm
C. M. Sines
http://www.mun-sines.pt/cultura/
C. M. Bragança
http://www.cm-braganca.pt/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=503145
C. M. CasteloBranco
http://www.cm-castelobranco.pt/cultura/cultura.htm
C. M. Covilhã
http://www.cm-covilha.pt/cmc.html
C.M. Proença-a-Nova
http://www.cm-proencanova.pt/port/cultura/cultura.html
C.M. Vila Velha de Ródão
http://www.cm-vvrodao.pt/principal.php?cont=7&letra=p&lg=1
C. M. Fundão
http://www.cm-fundao.pt/ (Agenda Cultural)
C. M. Guarda
http://www.mun-guarda.pt/agenda/
C. M. Seia
http://www.cm-seia.pt/agenda/
C. M. Viseu
http://www.cm-viseu.pt/main/index2.html

Continua...

Luís Norberto Lourenço
(organizador, fundador e proprietário da CCT)

P.S.
e-mail:
luis.lourenco@portugalmail.pt
tertulia@portugalmail.pt
casa_comum_tertulias@portugalmail.pt
site:
http://casacomumdastertulias5out2001.planetaclix.pt
blogs:
http://cctertulias.blogs.sapo.pt
http://republicalaica.blogspot.com
http://fanzinetertuliando.blogspot.com
http://casacomumdastertulias.blogspot.com
fórum:
http://forumcctertulias.foros.st

quarta-feira, julho 06, 2005

Fundação Calouste Gulbenkian extingue Ballet. Próximo episódio: FUNDAÇÃO EXTINGUE-SE?

O Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) divulgou ontem, em comunicado, que até Agosto de 2006 (anúncio com um ano de antecedência, apesar de todos os espectáculos terem sido imediatamente cancelados… esperam mecenas!?) irá extinguir o Ballet Gulbenkian (BG), mudando os moldes do seu investimento nesta área da cultura.
Alega-se reestruturação (palavra, SEMPRE, sinónima de despedimentos e de fim de algo) da instituição… Em “substituição” da companhia, a FCG prefere investir em: bolsas para o estrangeiro, acções de formação, apoiar os actuais bailarinos a criar as suas próprias companhias… que alguém irá, um dia, extinguir, digo, reestruturar!
Participo nesta discussão pública como cidadão preocupado com as questões culturais e agente cultural, não na qualidade de especialista em ballet ou grande apaixonado pelo mesmo, que não sou.
Na verdade, não foram muitas as oportunidades para assistir a espectáculos de ballet e quando as tive, quase sempre, preferi outras artes: o teatro, o cinema, as exposições, as tertúlias, os concertos, as apresentações e lançamentos de livros.
Depois do fim das Bibliotecas Itinerantes da FCG – tão importantes que algumas bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas começaram a recuperar a ideia – extinguiram-se as Bibliotecas Fixas da FCG, entregues ao cuidado das Câmaras Municipais, que por falta de verbas (sempre a falta de verbas!) encerraram muitas delas.
Agora, é a vez do Ballet Gulbenkian, com 40 anos de actividade, uma das duas companhias portuguesas de bailado de referência e com projecção internacional.
De extinção em extinção até à extinção final?
A seguir vai a Orquestra? E o Coro? E o Museu? Neste momento há muito mais museus do que há 20, 30 ou 50 anos! E então? Porque há vários museus fechará a FCG o seu?
Pelo facto do panorama artístico e cultural se ter alterado e desenvolvido, acaba-se com o que temos de bom?
Porque há mais oferta cultural, acaba-se com a melhor?
O actual Conselho de Administração (e os que extinguiram as bibliotecas da FCG) pretende ficar na história como o coveiro da FCG, como o destruidor do legado de Calouste Gulbenkian?
De instituição elogiada, prestigiada e vanguardista, a instituição culturalmente reaccionária e castradora?
Troca-se o certo (uma companhia que é uma referência cultural) pelo incerto (hipotéticas companhias que podem vir a ser criadas e cuja qualidade só o futuro o dirá!
Luís Norberto Lourenço
(Fundador e Organizador da Casa Comum das Tertúlias)
Castelo Branco, 6 de Julho de 2005
Ver mais:
Publicado no "Diário XXI", 8/07/2005:

Publicado no "Diário Regional de Viseu", 08/07/2005.

Publicado no "Notícias da covilhã", 15/07/2005.