fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

sábado, fevereiro 27, 2010

Proposta de trabalho :

À nove anos atrás fui até à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas para iniciar o meu trabalho de fim de curso na Universidade Lusíada para o seminário de História de Arte . Na altura pensava em estudar as peças pré – clássicas existentes em Portugal . Trabalho hercúleo que nem os investidores portugueses conseguiram dar conta do recado durante os 20 anos de existência das jovens ciências pré clássicas que têm vindo a publicar em revistas, comunicações, catálogos de exposição ou ainda as parcas teses de mestrado e de doutoramento que se tem vindo a afirmar nos últimos anos em Portugal . Na altura o Professor Doutor Francisco Caramelo (que eu só conhecia de nome pelos seus trabalhos que havia lido durante o primeiro ano na cadeira de Pré – Clássicas ) que estava na biblioteca do referido instituto perguntou-me porque é que eu não optava por uma peça de arte numa determinada área e um período. Bem sei hoje cada um pode lançar o barço à sua sardinha , mas tal proposta tornou-se atraente aos meus olhos. Lembrava-me da figura do baixo – relevo da Fundação Calouste Gulbenkian e aquela representação deixara-me completamente esmagado. Agora reconheço que tive várias pessoas que contribuiram para essa mesma paixão , embora na altura não lhe dei a referida oportunidade de agradecer que em boa hora levou à condução desse mesmo trabalho, como o foi o caso do Mestre Pedro Malheiro que me indicou as pessoas certas. È claro que em determinadas alturas da nossa vida temos deretrminadas convições e deixamo-nos levar por elas. Assim as suas pretimosas indicações levaram-me a tomar conhecimento de determinados investigadores e obras que sem ajuda de vários investigadores estrangeiros não teria sido possível. Mas saliente-se que os trabalhos de outros investigadores me fizeram chamar a atenção: A tese de mestrado da Doutora Maria de Lurdes Horta da Palma, Poder e imagem: a idealização do rei na historiografia assíria (1997 ) , posteriormente publicada em 2001 na Patrimónia , ou ainda a tese de Maria Lina Ferreira da Paz sobre A sombra dos Heróis sobre a figura trágica de Naram- Sim o. Para além do mais esta investigação levou-me ainda mais longe a tomar contacto com o conservador Mário de Castro Hipólito para melhor análise da peça em estudo e enquadrá-la no contexto histórico em que foi feita. Outros investigadores tomaram contacto e aconselharam-me algumas leituras, a indicação do Professor António Ramos dos Santos para contactar com o Professor Luís Manuel de Araújo. No percurso desta investigação socorri-me ainda de outros meios tais como os telefónicos onde tive oportunidade de conversar com investigadores de renome dentro da área da assiriologia a Doutora Maria de Lurdes Horta da Palma e do egiptólogo José das candeias sales que estudara a ideologia real acádica na sua tese de mestrado . No entanto o panorama da investigação desta área veio a desenvolver-se ainda que de forma muito ténue através dos estudos do Mestre Pedro Malheiro com a tese Guerra e historiografia nas inscrições egípcias e assírias (2004) bem como a tese de Doutoramento da Doutora Maria de Lurdes Horta da Palma Tiglat- Pileser I e o seu tempo . A guerra , as leis e a ideologia.Contributos para a sua análise. (2004)

Utéis foram as leituras do Instituto Oriental na Faculdade de Letras de Lisboa (2000/2001) , ou ainda a pretimosa ajuda do senhor conservador Mário de Castro Hipólito que me facultou alguma bibliografia sobre o baixo relevo neo-assírio de Lisboa , muito embora alguma da bibliografia que eu tinha comigo cruzava informação quer através de Janúz Jensky ( “ Die relifs von Assurnarsirapli II: die rieliefs von Assurnararsiapli II : Die samulgen Assenhald des Irak , 1977 ) esta informação viria a cruzar-se com uma outra que havia recebido algum tempo antes através de um albúm de Andre Conradie (“ The inscriptions of Assurnarsirpal II : A reprisal of available ) .
Muitos são os caminhos de uma investigação e ela não se esgota por um ou dois artigos , assim deste modo gostaria de estudar este baixo relevo no âmbito da História da Arte através das bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian . Gostaria de continuar o trabalho que iniciei em 2001 e que outros autores tanto portugueses têm vindo a estudar não só no âmbito da história de arte . Na altura estudei o baixo relevo no seu tempo, porque foi feito , em que moldes e para quê . Agora é chegada a altura de me virar para outros aspectos desta obra . Não são só os símbolos de poder , não só o tempo que define a inscrição e a faz ver se ela é ou não estrandardizada . Cabe estudar uma figura mitológica dentro do âmbito da história da arte , em que medida é que ela é desenvolvida , porque é que se veste desta forma , porque se pronunciam desta ou daquela forma os braços musculados e se eveidenciam toda uma masculinidade que é habitual a um praticante de desporto . Para já proponha –me a estudar algumas dessas peças no Brookelin Museum de Nova Iorque já que tive que me socorrer na altura de um livro que estava esgotado e que tive que pedir através do Empréstimo Inter- Bibliotecas na Biblioteca Nacional à Biblioteca do Congresso . O meu objectivo vem ainda no sentido de trazer algum avanço a esta área levando o mesmo a congressos durante este eos próximos anos com o tema da iconografia do poder . Creio estar apto a voltar a um tema que de certa maneira me é querido mas que agora se anuncia sob uma envolvência mais técnica e especializada .

Ponto 1
A civilização assíria sempre exerceu sobre mim um enorme fascínio . Fascínio esse que eu só compreendi quando cheguei à Universidade e quando preparei o meu trabalho de fim de curso e me aventurei nas lides sobre um país remoto descoberto no século XIX das areias do deserto . Diante de si os exploradores viram com temor e fascínio seres estranhos e aterradores que não dizendo qualquer palavra impunham respeito . Eu encontrei –me frente a frente com um desses seres numa terça feira quando esperava uma entrevista com o conservador Mário de Castro Hipólito . Na altura de encontro a esse ser que descobri mais tarde tratar-se de um génio alado um ser intermediário entre o Deus e o Rei , havia de ser também o intermediário da aventura científica que correrram durante alguns anos de imaginação . A lenda dos vampiros sanguinários que se fizeram descrever na Bíblia nos relatos das suas deportações e nas imagens que registaram nos seus palácios foram a ponta de lança deste segredo . Entre a dama enamorada e o seu herói apaixonado que pretende fisgá-la do seu pai que sede às charadas que este envolve aos candidados para resolver para se casarem com a sua filha . Eu tinha diante de mim a grande paixão da minha vida e para a resolver pesquisei , contactei pessoas e sonhei e e inventei mil narrativas . No entanto surgiram outros detectives que passearam no jardim do Éden e tentaram resgatar o fruto da árvore proibida . Os últimos anos deram-nos as notícias mais tristes de um património perdido onde quase nada resta a não ser nos museus europeus . Nós temos o previlígio de convivermos com um achado desses diaramente na Fundação Calouste Gulbenkian .

Permitam-me que faça aqui uma comparação com uma viagem ao passado que nos permite descobrir algo mais do que aquilo que se tem falado não só estrangeiro como também no nosso país . Já se descreveram as imagens sobre baixos relevos idênticos em revistas de História de Arte bem com em dissertações de mestrado . Basta-nos agora olhar para este caso estranho , bizarro que não nos deixa indiferentes .Passados sete anos sobre a nossa investigação decidimos criar um jogo que nos permite olhar os objectos de frente , as suas imagens e as suas regras .

A Assíria tem a rara capacidade de nos transpor para um mundo mágico . Ao mundo de Oz onde a Dorothy a rapariguinha do Kansas tem uns sapatos mágicos e ao dar os seus passos mágicos chama a atenção dos deuses assírios que a olham e lhe ditam as regras , tal como as imagens que observavamos à muito tempo atrás alguns dos seres humanos estalavam os dedos chamando os seres sobrenaturais .

A Assíria fascina-me porque tem uma magia idêntica aos romances de ficção científica as suas imagens onde os sacerdotes fazem libações tentando limpar as águas dos maus espíritos , os rituais que se fazem às estátuas dão-nos a impressão de uma realidade paralela . Para isso temos que nos socorrer de diversos autores que nos dão as pistas para desvendarmos os níveis deste jogo . Enigmáticas as suas figuras seguem o fio deixado pelos últimos jogadores para entramos dentro da sala do trono do rei e lhe comunicarmos a nossa preseça , mas até lá muitos perigos espreitam os nossos heróis . Grifos demónios , lamassus , touros alados , leões que espreitam a cada momento o próximo jogador . Mas para resolver este mistério milenar mal resolvido temos que percorrer talvez outros lugares . Por isso optei por continuar este jogo criado pelo vigário (o rei assírio) que nos dá uma perspectiva de imagens simbólicas que reacendem a magia da guerra , do poder e do olhar sobre outro . Ao mover-me diante destes seres , tentamos voar sobre as asas deles e voltar ao passado .

Como definir este jogo que iniciamos agora ? Para além das imagens existem outros aspectos mais subtis , as suas características , os seus desejos de ligação da imagem ao texto . O nosso interesse nestas imagens centram-se precisamente nestas regras nos modelos de representação. Para nos centrarmos melhor nelas temos que conhecer a sua época , porque razão nasceu este tipo de arte, pois achamos tratar-se de uma espécie de marketing político , tencionamos estudar a imagem da realeza assíria através da sua marca , aumentando deste modo a sua credibilidade e prestígio. Procuraremos relacioná-la com otexto bíblico através da relação pai-filho e de Rei-Deus. Será este Rei capaz de administrar o reino e expandir o império aos olhos do Deus Assur?

A construção de uma imagem de poder engloba sempre um grupo de interesses , interesses esses já de si dentetores de uma novidade através de uma capacidade de análise, estruturas , regras que visam o estabelecimento da arte ao bom funcionamento da instituição política da assíria.

A imagem é construída no propósito de eleger o rei ou de que ele acredita ser neste período , forte, musculado, víril, jovem, amante do desporto da guerra e capaz de trazer prosperidade ao país. Se de um lado estamos perante o plano ideológico e que nos dá todas as informações através da arte ela caracterisa um “terror psicológico “ mostrando um poder esmagador , todas as descrições das batalhas, os nomes dos reis têm um único sentido . Assur fez deles reis do Universo, Senhores da terra inteira , a quem os povos obedecem e tremem face à sua ordem pois Assur tudo pode e manda .

Neste sentido a imagem substitui a pessoa ou o ser que se pretende representar , mas não torna insignificante o resultado final do relevo assírio . Assim a imagem pretende evocar mas não torna insignificante o resultado final da mensagem . Na nossa opinião os baixos relevos poder-se-ão centrar sob diversas formas já que está implícito um público muito importante (o povo assírio e os diplomatas).

À sete anos viajamos até Lisboa à Fundação Calouste Gulbenkian procurando vestígios dessa presença no nosso país estudar o relevo sob uma perspectiva da época e das características gerais da arte neo-assíria. Procurei investigadores portugueses que me auxiliassem nestas lides do famoso génio –alado.Os múrmurios vindos da Mesopotâmia são pedidos de auxílio para resgatá-los da poeira do tempo e da devassidão dos interesses dos homens.Assur-nar-sir-pal II inaugurou uma nova forma de fazer política através da arte . Se história é filha do seu tempo como dizia March Bloch , então a História deve ser chamada a depor pelos crimes que fomentou e continua a criar.
Em 2004 no Quinquagésimo congresso de Assiriologia realizado em Pretória o tema era dirigido à fauna e flora na antiga Mesopotâmia e aqui podemos descortinar numa só uma imagem uma parte do nosso jogo . O génio alado parece atirar o polén sobre a terra sob a mão direita, já que a esquerda segurava um cesto de vime . Se o ser sobrenatural pensa numa que lhe é favorável , mas aos nossos olhos não é de todo vísivel .Como é possível seguir essas pistas?

Voltando ao contexto do Congresso que nos permitiu elaborar estas questões a partir da imagem de Lisboa tem uma presença da fauna e da flora parte integrante para o nosso estudo.Como é que se pode perpetuar uma imagem do poder ? Como é que se elege um rei poderoso? Como é que se pode ter a certeza de que o inimigo não nos faz frente ? De que forma é que se constrói o herói ? Será ele escolhido pelas divindades?

Como é que a fauna e flora nos avisam destes pormenores ? Então a arte é muito mais do que isto.É por frente a frente emissor e receptor ao identificarmos a fauna e a flora como uma prova neste tribunal da história para ilibar o réu que está a ser acusado de um crime .

Procuremos então as provas directas dos intervenientes que nos escaparam à vista desarmada quem é o ser que tem nas suas mãos o pólen das flores? Por que razão tem asas? Será um sacerdote ? Ou será afinal um elemento importante na hierarquia social da corte assíria ? Basta-nos apenas levantar um pouco o véu sobre esta testemunha , ela não é mais que um protector do rei que busca a intervenção directa do Deus Assur .
Enquadrando esta testemunha como a imagem que está patente ao público , ela expressa a sua expansão territorial, a garantia de que o rei será aquele que estará mais capacitado para exercer esse modelo de poder e de imagem.

Deste modo podemos citar as palavras do Senhor Professor Doutor António Augusto Tavares em 1985 “ É uma realidade que precisa de ser estudada sistematicamente em toda a sua amplitude, sabendo que alguns estudos têm sido realizados (...) De facto a propaganda , estando ao serviço dos poderes, político religiosos e económicos , é sempre reveladora duma sociedade das suas estruturas e dos seus mecanismos.A utilização dos séculos possíveis,discurso retórico ou poético, arte figurada(...)mitos ou heróis ou de deuses que tocam largas massas,é algo que deverá estudar-se, pois faltam estudos de conjunto a este respeito deste meio que serviu sempre as classes dirigentes(...) “

Ditadas as regras do jogo resta-nos apenas esperar que ditem a partida e que os jogadores conhecedores das regras usem as melhores estratégias para localizar não só o adversário e fazê-lo cair. Preparem-se meus senhores que se aproxima a hora da verdade , de conhecermos uma civilização, reconhecer talvez o modelo que se construir para podermos penetrar dentro da sala do trono do rei . Esse será um reconhecimento maior do vencedor deste jogo.
Mas tudo estará à espreita, desde emissários comuns a seres aterradoredes . Minhas senhores e meus senhores. Os dados estão lançados. Jogadores preparem-se ...

Ponto 2 - Projecto do trabalho: Optamos por chamar a este trabalho O Jogo do Vigário , não só porque toda a ideologia se centra no vigário, isto é, o representante do rei na terra , o deus emanava as ordens e o rei dava as ordens no mundo terrestre . As representações dos génios alados são uma espécie de emissários dos deuses.São eles que dão as ordens aos reis . São eles os mediadores de uma eleição político-celeste num universo onde a justiça é feita através do alto . Mas para chegarmos até acima temos que invocar uma série de entidades como mum jogo de estratégia . E é esse sentido que eu quis seguir . Voltar aos tempos de adolescente e estudar este universo paralelo que é o da mitologia assíria

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

José Manuel Capêlo (1946-2010)


José Manuel Capêlo (N. Castelo Branco, 29/01/1946 - 25/02/2010).

[fotografia retirada daqui http://novaaguia.blogspot.com/2010/02/jose-manuel-capelo-1946-2010.html]

José Manuel Gomes Gonçalves Capêlo, nasceu a 29 de Janeiro de 1946, em Castelo Branco. Poeta, ficcionista, investigador e editor, tem colaboração (poesia, recensão crítica, conto e ensaio) dispersa em jornais e revistas, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Textos seus foram traduzidos e/ou publicados em algumas edições estrangeiras, nomeadamente, no Brasil, Espanha, França, Inglaterra, República Popular da China e USA.

Obras – Poesia: Miragem, Montanha, Lisboa, 1978; corpo-terra, Trelivro, Lisboa, 1982; Fala do Homem Sozinho, Danúbio, Lisboa, 1983; Rostos e Sombras, Sílex, Lisboa, 1986; O Incontável Horizonte – plaquette – Património XXI, Lisboa, 1988; Enche-se de Eco a Cidade, Átrio, Lisboa, 1989; A Voz dos Temporais, Átrio, Lisboa, 1991; Quanto desta terra é, Átrio, Lisboa, 1992; Odes Submersas – colectânea – Átrio, Lisboa, 1995; A noite das Lendas, Aríon, Lisboa, 2000. Ensaio histórico: Portugal templário, relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314]1ª edição, Aríon, Lisboa, 2003; 2ª edição, Zéfiro, Lisboa, 2008; D. fr. Pedro Alvites, Mestre templário em Portugal e nos três reinos; Estudos de Castelo Branco, Nova série, nºs 1 e 2, Castelo Branco, 2003; Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Os Mistérios Templários à Luz da História e da Tradição, Zéfiro, Sintra, 2007.

Antologias que organizou): Palavras (Sete Poetas Portugueses Contemporâneos), Átrio, Lisboa, 1988; Antologia de Homenagem a Cesário Verde – de colaboração com Orlando Neves, Ed. da Câmara Municipal de Oeiras, Oeiras, 1991; Antologia Ibérica da Poesia e do Conto – de colaboração com Ruth Toledano e Ángel Guinda – Árion, Lisboa, 1997.

Representado (em volumes antológicos ou colectivos): Canções sem Rosto – do livro colectivo Margens – P&R (perspectivas & realidades), Lisboa, 1984; Água Clara (Poetas em Vila Viçosa) – organização de António Rebordão Navarro e Orlando Neves – Património XXI, Lisboa, 1987; Palavras (Sete Poetas Portugueses Contemporâneos), Átrio, Lisboa, 1988; Hora Imediata (hora extrema) – livro colectivo – Átrio, Lisboa, 1989; O Desporto na Poesia Portuguesa – organização de José do Carmo Francisco – Ed. do sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Lisboa, 1989; Escritores Naturais da Beira Interior – organização de António Salvado – Ed. do Jornal do Fundão (suplemento Ideias), Fundão, 19 de Outubro de 1990; Antologia de Homenagem a Cesário Verde – organização de José Manuel Capêlo e Orlando Neves – Ed. da Câmara Municipal de Oeiras, Oeiras, 1991; Um Dia Alguém Há-de Escrever de Mim – 35 Textos para Paulo Cid –Sol XXI, Lisboa, 1992; Poetas Escolhem Poetas – organização de António Rebordão Navarro e Orlando Neves – Lello & Irmão, Porto, 1992; Viola Delta XXI – livro colectivo – Edições MIC, S. João do Estoril, 1995; Duplo Olhar – organização de Manuel Cândido Pimentel – Aríon, Lisboa, 1998; Os rumos do vento – Los rumbos del viento – Antologia de Poesia,– coordenação de Alfredo Pérez Alencart e Pedro Salvado – Ed. Câmara Municipal do Fundão/Trilce Ediciones, Fundão/Salamanca, 2005; Los lugares del Verso – Selección, notas y cuidado de la edición Alfredo Pérez Alencart. Pinturas de Miguel Elias Sánchez, Edifsa, Salamanca, 2005.

Referenciado: Este Rio de Quatro Afluentes – estudo de João Rui de Sousa – Património XXI, Lisboa, 1988; Poesia e a Representação do Tempo – estudo de José Fernando Tavares –,

in A Paisagem Interior – crítica e estética literárias – Vol. I, pp. 73-76, Instituto Piaget, Lisboa, 2000; O escritor vivo ou eu e a língua portuguesa – estudo de Ângelo Monteiro –, in Escritores Vivos de Pernambuco, pp. 39-42, Ed. da Biblioteca Pública Estadual Presidente Castello Branco, Recife, Pernambuco, Brasil, 2001;

Sobre uma noite de lendas – estudo de Ângelo Monteiro –, in Encontro nº 18, revista do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco, pp. 260-261, Recife, Pernambuco, Brasil, 2002.

Traduzido: ¿Y si no existieses?/E se tu não existisses?, antologia poética [1982-2002] – tradução, para o castelhano, de Ángel Guinda (edição bilingue) –Olifante, Zaragoza, Espanha, 2003.

Colaboração: jornais: A Capital, Diário de Notícias, Diário de Lisboa, Fonte Nova [Portalegre], Jornal do Fundão [suplemento Ideias], Letras & Letras, Linhas de Elvas, A Rua, A Reconquista [Castelo Branco], O Diário [suplemento Cultura], O Setubalense [suplemento Arca do Verbo], O Templário, Signo [S. Miguel, Açores]. Revistas: Aerius, Barata, Boca Bilingue, Colóquio/Letras, Cuadernos del Matemático [Madrid], Espacio/Espaço Escrito [Badajoz], Poesia no Condado [Galiza], Portugal Socialista, Sálem, Sílex, Sirgo, Voo.

[retirado daqui: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/capelo.htm ]

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quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Teoria da Viagem

O que é a viagem ? Porque viajamos? Qual o sentido de uma viagem ? Será a viagem a dimensão da descoberta interior ou da redescoberta da terra onde vivemos um dia e que nos recordamos da nossa infância ou mesmo dos nossos traumas ? Estas e outras perguntas são dadas por Michael Onfray , Teoria da viagem -Uma poética da viagem , Ed. Quetzal , textos breves .Essencial para quem quer saber o sentido da errância , das nossas navegações e porque fomos e ainda continuamos a ser um povo de navegadores . Mas há chamadas de atenção , para os peregrinos . Para aqueles que apostam em subir montanas . Isso será viagem ou suícidio ?Para descobrir nas folhas deste belo livro .

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Solo eres tu*

SOLO ERES TU

Y mientras te observaba…..tus ojos se iban cerrando…y tratando de detenerte mis lagrimas caían!!!!!

Dios como se puede separar el principio del fin…….

Y de nuevo tus ojos me miraban…..y mis manos temblorosas te tocaban……pero ya un frio por tu rostro crecía…..

Dios duele separarme…duele besarlo y no sentir su aliento………

Y sin pensar..tu mano resbalando por mi espalda se alejaba….ahí todo se marchaba…y ME AFERRE pero el aire con tu aliento ya no estaban.

Te sentía ……ahora te recuerdo y mientras todo transcurría !!!!!!

Tu imagen de mi desaparecía……

Adiós amado ….adiós .


*Por: Isabel Salazar B. (Colômbia)

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sexta-feira, fevereiro 19, 2010

EU ROBOT

Os robots não se aperceberam das vantagens que irão ter daqui a uma série de anos , vão descobrir o que é consciência de classe , revoltar-se contra as pessoas que os construiram e tentarão lutar por uma vida melhor . Um deles escreverá “O capital de lata “chamar-se-á Robot Marx .

Terão várias hipóteses :
- Criação de associações de robots , psicólogos que ajudem a escolher uma nova vida , como se os psicólogos ajudassem alguma coisa .

Os robots terão os mesmos problemas que os seres que os construiram e deverão contribuir para o nosso sistema económico . Esta raça chamada robot tem uma desvantagem cruel :
Nunca serão despedidos :
Não apresentarão descontos;
Não lerão a Bola , nem saberão o que é a revista Caras , que tristeza !
nem saberão quem é a Manuela Moura Guedes , Nem pertencerão ao PNR , “Vocês humanos vão para o Mundo da Lua , porque nós somos todos de lata …
Nem irão à internet escapando as longas filas de espera ;
Nem frequentarão a faculdade , nem terão os problemas de pesquisa em pedir autorização de entidades públicas para entrevistar certas figuras públicas que tiveram um papel em determinado período ,
Nem terão a adrenalina do dia da Prova Pública :

-Tem início as provas públicas de Doutoramento do Robot Mestre Advindo da Nossa Senhora da Aleluia com a tese “A consciência do robot na sociedade contemporânea : da sua criação à imcompreensão geral ( século XX ) .
E depois o que esse robot vai fazer ? Vender a alma ao criador ? Ir a entrevistas ? Fazer cursos modelares em Institutos de Emprego e Formação Profissional .
Dito isto proponho-vos uma questão :

O que fazer com o mundo actual ? Acreditar na sua mudança ? Bem hoje em dia poderemos acreditar que somos evoluídos que descobrimos inúmeras coisas , achamos horrível a exploração sexual de mulheres , a lei que permite o casamento entre homossexuais ?
Mas não serão algumas destas questões hipócritas , porque as mesmas pessoas que condenam , ou aplaudem , criticam intimamente , ou porque lhes permite apenas ter um outro estatuto na sociedade . Serem respeitados ou desprezados . Eu não acredito em mudanças , como também não acredito em pessoas , nem em soliedariedade .

Como disse Milan Kundera no seu romance “A Brincadeira “a certa altura “A soliedariedade humana trezanda a estupidez “. Porquê ?

A soliedriedade para com os outros esconde a pena e uma certa ponta de alegria pelo fracasso dos outros , quando contamos que temos um cancro , que perdemos aquele emprego magnífico que podíamos fazer aquilo com que sempre sonhamos . É também através da soliedariedade que certas pessoas se promovem em certas instituições de caridade onde oferecem as melhores coisas a preços gratuitos aos seus melhores amigos e as merdas ficam para os pelintras . São essas pessoas que nos olham com um ar teatral , como se fossemos números e alvos a abater . Mas deixem dizer-vos uma coisa . Ainda bem que vivemos no mundo actual e acreditarmos que este mundo poderá ser um mundo melhor .

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

De que falamos quando falamos do Bairro Salgado ?

TEXTO



Há cerca de 100 anos atrás desenvolvia-se um novo tipo de arte em Portugal: A arte Nova . Este género de arte é muito pouco conhecido e até marginalizado entre nós , apesar de ter sido uma inovação para época . A arte nova sínonimo de burguês e modernidade trazia no seu contexto uma tradução francesa mas que se vinha desenvolvendo em todo o mundo . Entre nós caracterizou-se pelos típicos azulejos azuis de características nacionalistas e até continham retratos de familiares ou mesmo de raparigas em idade de casar . O exemplo disso é a casa que está ao pé da estçaõ dos Belos que nos mostra um rapariga de traços finos . Afinal de que falamos quando falamos de arte nova no Bairro Salgado ?

O Bairro Salgado é o exemplo de uma arte nobre , inovadora construída de raíz , separando a intelegencia sadina dos restantes grupos sociais ,detesntando cheiros , barulhos e misturas ... era afinal o grupo de empresários , pintores , escultores e cientistas que partilhavam das mesmas ideias . É por esta altura que se faz um bairro inovador , de pátio ajardinado , as habitações unifamilires , com todas as condições inovadoras para a época .A arte nova representada através de azulejos azuis com características nacionalistas , as famosas mulheres de busto ou no melhor dos exemplos a República .É um dos belos exemplos da arte nova que poderá perder a sua aura de brilho de outrora . Para saberem mais sobre este magnífico bairro aconselha-se um walkpaper no próximo sábado em Setúbal junto do Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Cordilheira ou a negação do romance ?

O que se pode dizer sobre Cordilheira? Em princípio poderá até ser confundido com um ensaio geográfico, mas a partir do momento em que começamos a ler este romance de Daniel Galera apercebemo-nos que o título nos engana. Este romance trata de uma personagem que vai à Argentina apresentar o seu último romance. Só que Adriana assim se chama a personagem não se identifica mais com ele. Durante este romance vemos um percurso de negação entre várias coisas a saber:
Adriana não aceita estar grávida, o suicídio de uma amiga sua e a sua relação com o seu namorado. A apresentação do seu romance na Argentina, todos os pormenores de quem conhece o meio editorial fazem também várias interrogações: haverá literatura que represente um país? Será a literatura egocêntrica? Ou um revelar de emoções para uma sessão de psicoterapia?
Depois quem quiser saber o resto deste romance poderá adquirir em qualquer livraria editado pela Editorial Caminho, 175 pp.

Daniel Galera tem 30 anos e este é o seu segundo romance a ser publicado entre nós, no ano passado foi publicado entre nós Mãos de Cavalo. Esperemos que através deste romance possam descobrir a beleza daquele que é considerado pela crítica o maior escritor da sua geração. Depois não se esqueçam de nos dizer se a viagem foi não foi boa.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

TAL VEZ

TAL VEZ


Es una tarde de esas de otoño pero que parecen de invierno
es una tarde de esas de invierno
que aún pertenecen al otoño
falta muy poco para que acabe el otoño
falta muy poco para que llegue el invierno
y el viento juega con mi pelo,
baila con el
el viento acaricia mi rostro
se impacta contra mi faz
el viento besa mis labios
envuelve mi alma, toma mi esencia
la eleva, la sumerge
fundiéndose en el alma del mundo...dejándome.

Es una tarde de esas de otoño con matiz de invierno
y estoy parada aquí, sin ti
con el viento,
viento inquieto que se mueve
y se desplaza hasta ti, tal vez,
tal vez te roce y
te llegue un olor a mí
tal vez...tal vez.


martes 19 octubre de 2004.

domingo, fevereiro 07, 2010

António Salvado, poeta e comendador

(Fotografia retirada do site da Presidência da República)

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, agraciou ontem em Castelo Branco, várias personalidades da Beira Interior, entre elas o poeta António Salvado como Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada.

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sábado, fevereiro 06, 2010

O significado da arte Nova

De que falamos quando falamos de arte nova em Portugal ? Bem , segundo a maioria dos historiadores de arte afirmam a sua presença como algo tímido e monótono uma cópia da art noveau francesa , sem qualquer impacto (apenas dez anos ) mas o que é certo quer nos Estados Unidos , América Latina e na restante Europa a arte Nova teve como companheiras , camaradas e amigas a indústria ,o cinema e acima de tudo um grupo de pessoas esclarecidas que se impunham contra os cânones .É certo que em Portugal apenas se aproveitam algumas zonas raras e hoje deixadas ao abandono para se tornarem emprendimentos de luxo . Mas esta reflexão inicial é o mote para a inauguração de uma exposição que está a partir de hoje patente no Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal(A arte NOva na Roménia ),com documentários de arquitectura romena ,ateliiers pedagógicos e ainda um walk shop sobre o bairro salgado (que em breve daremos notícia ). Não se pense que da Roménia vêm só crime organizado ,emigração , ou mesmo as histórias fundadoras da epidemia de vampiros que se instalou neste momento . A arte Nova não é casa de Vlad Tepes III . Não meus amigos , tem a ver com uma época . E é por isso que a História serve também para comparar, pensar , pesquisar e pensar o contexto internacional de uma época . É por isso que devíamos ir todos a Setúbal assistir a esta exposição .

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Memórias de António Carmo na Moagem







"A Moagem: Cidade do Engenho e das Artes"
no Fundão, recebe uma Exposição de Pintura "Memórias" de António Carmo, de 23 de janeiro a 28 de Fevereiro de 2010.

Mais:
http://www.amoagem.com.pt/Exposicoes/exposicoes.html

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Mártires del 32

Mártires del 32

Quizá algún día se sepa
¿Cuantos fueron?

Más a los que asesinaron
simultáneamente
aun sin matarles.

Más las lenguas sepultadas.
Los trajes
los caites
costumbres.
La cultura.
Tantos apellidos heredados.

No propongo
a los que seguimos
recordándoles
donemos llaves fundirlas
para construir un monumento.

Si antes no construimos
verdad.

No invito
solo saber sus nombres
para honrarles
con una placa sin
reivindicar sus luchas.

Si a cultivar conciencia
flores.

No pienso
estar repitiendo
fueron entre treinta y
treinta dos mil
sin previo síntoma de sopor.

Estimulo a mi escéptica fe
creer en el día
no del saber cuántos fueron
sino de ver el triunfo
de sus causas inconclusas.

AL ALBA.

Sigo a la noche
hasta que cae rendida a los pies
del Dios Sol.

Le doy mis manos.

Me alegra
ver despegar sus rodillas
con firme negativa
a dormir.

Se alza conmigo
la nueva mañana.

Ayer fue noche madrugada.

Propongo con esperanza
al alba asomando
sea un verdadero nuevo amanecer.

CARLOS GODOY
EL SALVADOR.

Mártires del 32

Mártires del 32

Quizá algún día se sepa
¿Cuantos fueron?

Más a los que asesinaron
simultáneamente
aun sin matarles.

Más las lenguas sepultadas.
Los trajes
los caites
costumbres.
La cultura.
Tantos apellidos heredados.

No propongo
a los que seguimos
recordándoles
donemos llaves fundirlas
para construir un monumento.

Si antes no construimos
verdad.

No invito
solo saber sus nombres
para honrarles
con una placa sin
reivindicar sus luchas.

Si a cultivar conciencia
flores.

No pienso
estar repitiendo
fueron entre treinta y
treinta dos mil
sin previo síntoma de sopor.

Estimulo a mi escéptica fe
creer en el día
no del saber cuántos fueron
sino de ver el triunfo
de sus causas inconclusas.

En memoria de cuanto (alrededor de 30 o 32 mil) indigenas, obrero y campesino
asesinado por la cruel dictadura de hernandez Martinez del 22 al 26 de enero
de 1932.

CARLOS GODOY
El Salvador.

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