fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Flamenco e chá*

Toda a Europa se enrolou sob o frio. Também por cá se levantaram as golas dos casacos. E os bolsos estão cheios de mãos. Escondem-se as pessoas nos agasalhos. Circulam na cidade, sem nariz e sem ombros. O sol ...é uma cor.

Reservei um lugar. Levantei o bilhete a tempo. No frio da tarde, antecipo o que hoje me reserva o Centro de Artes do Espectáculo, o Ballet Flamenco de Maria Carrasco. Sinto-me mais quentinha!

Preparo-me para enfrentar a rua. Nada de exageros. Não vou à Escandinávia! Não mais que o trajecto até ao automóvel. Uma camisola, outra camisola. O casaco, um cachecol. Isto deve chegar. Esta dificuldade em suportar o frio é congénita, quem cresceu à beira do Índico paga portagem no equador.

E lá me atiro, passo apressado, entre o parque de estacionamento e o Centro. Entro a tiritar. No hall, amigos saltitam de um pé para o outro, esfregam as mãos, também eles chegados da rua. Há ali um tempo de convívio que permite desenrolar o cachecol.

Estou enfim sentada, silenciosa, naquela pausa quase ritual de que gosto, em que me desprendo das coisas para usufruir de uma outra que não sei o que é, que vem aí, que vai surpreender-me.
É o momento em que tudo se conjura para a surpresa!

Sopra uma ligeira aragem. Parece vir do palco.
Claro, Maria Carrasco e os seus companheiros terão começado a trabalhar muito antes de nós chegarmos.Terão feito aquecimento, não terão frio, terão aberto qualquer porta. E nós acabámos de chegar, as portas estiveram abertas para nos receber.

Começa o espectáculo. Bizet. Carmen. Flamenco. Dança espanhola. As cores. O movimento. Os bailadores. As mãos delas. A voz da cantadora.
Tudo se conjura para a surpresa!

Insidiosamente a ligeira aragem toma conta da sala!
Insidiosamente sussurra-se, no meio das vicissitudes de Carmen, um certo mal estar. Corajosamente os espectadores arrefecem. Insidiosamente a sala está fria.
Volta-se a enrolar o cachecol. Aperta-se o botão do casaco.

O aquecimento da sala de espectáculos não funciona!

Insidiosamente... a surpresa está mutilada.
A surpresa mistura-se com um espanto. Um sabor a escândalo.
Teimosamente defendo a surpresa para que tudo se conjurara.
Eu não quero perder a surpresa!
Ninguém naquela sala queria perder o prazer da surpresa!

O incidente que nos afecta deve ter começado mesmo à hora do espectáculo!
Não foi previsto? Não foi corrigido em tempo útil?
Pior, o incidente não tem face!

Termina o espectáculo.
Os espectadores já não sussurram. Despedem-se, apressados. Saiem porta fora!
A surpresa dilui-se no espanto. O espanto morre-se-me no escândalo.

Longínquo vai o tempo em que Lauro António organizava um festival de cinema neste burgo. Os entusiastas, muniam-se de mantas que estendiam por cima do casaco. Aconchegados, sem espanto nem escândalo, tinham o prazer da surpresa.
Longínquo é o tempo.
Não andámos muito.
O que me separa desse longínquo tempo, da manta por cima do casaco, é pouco : um chá quente e 1000mg de Paracetamol , neste regresso a casa, em Portalegre.

*Por: Celeste Ceboleiro (19 Dez 2009)

P.S.
As pessoas, poucas, circulam na cidade sem nariz e sem ombros... A cidade desapareceuesco O dia esteve frio, mais que o habitual. Até em Portugal nos Faz muito frio neste fim de tarde, mais do que o habitual. As pessoas enrolaram-se em agasalhos. Mesmo ao sol faz frio.
Calculo que a artista esteja encantada, em exercícios de aquecimento nos bastidores. Faço tempo para assistir ao espectáculo de flamenco, no CAE da cidade.
Saio de casa preparada para o frio que estará na rua. Há uns dias que isto é a sério. Estamos no tempo dele, dizem-me. Nada que se compare com os 20 negativos de Espanha. Mas enfim, faz frio.

Que o último tenha o cuidado de puxar a lona e desligar as luzes.

Nota editorial:
Este artigo de opinião foi-nos enviado pela Dra. Maria Celeste Ceboleiro, médica e nossa tertuliana e foi publicado no Jornal Alto Alentejo.
Celeste Ceboleiro, médica no Hospital Distrital de Portalegre, proprietária da Livraria 8.6, nessa cidade alentejana, mulher culta e afável, foi a nossa principal apoiante, quando em 2002, em conjunto com o Carlos Casaquinha, enfermeiro na mesma cidade, também hoje, como ela, nosso amigo, decidimos fundar uma iniciativa tertuliana, o "Espaço Tertúlia", o qual ela acolheu na "sua casa", a Livraria 8.6, um dos espaços onde organizámos tertúlias nessa cidade.

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terça-feira, janeiro 12, 2010

Neve em Castelo Branco IV



Fotografias da nossa autoria, ainda desta segunda-feira, em Castelo Branco.
Afinal não era preciso ter ido à Serra da Estrela este ano para ver neve...

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segunda-feira, janeiro 11, 2010

ALUNOS DO FRANCELINA.....LINDOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS



FORMATURAS - ANO ABENÇOADO




ALUNOS DO EDNA....

DIA ESPECIAL E ABENÇOADO...

Neve em Castelo Branco III

Neve em Castelo Branco... e continua a cair!!
Da nossa autoria, filmado esta noite.



Mais, este da autoria de Jorge Costa:

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domingo, janeiro 10, 2010

Neve em Castelo Branco II





A neve em Castelo Branco veio para ficar, com começou a meio da manhã e continua de tarde...

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Neve em Castelo Branco




Está a nevar em Castelo Branco! Não neva todos os invernos, quando neva muitas vezes não acumula, por isso a neve em Castelo Branco é sempre notícia.

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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Moelas ao piri-piri - uma definição

Mal vais vale tarde do que nunca. Depois de uma série imparável de escolhas para a nossa demanda decidimos escolher o projecto Moelas ao Piripiri . Uma história que nos conta as andanças de uma família que viaja pelo país , deixando atrás de si toda uma série de consequências. É nesse sentido que fomos conhecer a Família Pé descalço amantes de passeio rápidos onde eles fazem as próprias interpretações, e ainda descobrimos a opinião de uma garrafa de vidro que os segue provavelmente abandonada por eles numa estrada , ou feita em cacos depois de ter sido consumida . Neste pequeno episódio serão ilustrados as suas desilusões de quem lhes prometeu ter uma nova vida . Mas nem tudo é fácil para esta garrafa em vias de desenvolvimento . Muias serão as voltas e as vidas que esta menina terá ao longo dos próximos dias . Por isso agradeço-vos a todos aqueles que participaram neste concurso feito habitualmente feito para os nossos amigos. Regressaremos nos próximos dias para vos pedir donativos para a continuação deste novo projecto . Atenciosamente ,

Moelas ao Piri-piri

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terça-feira, janeiro 05, 2010

Dichos y Refranes de Venezuela y Latinoamérica

A caballo regalao no se le mira el colmillo,
No hay mal que por bien no venga,
Sarna con gusto no pica y si pica no mortifica,
Alabate pollo que mañana te guiso,
Al mal paso darle prisa,
Ojos que no ven corazón que no siente,
El que por su gusto es triste al infierno se va a quejar,
El que se quema con leche cuando ve la vaca llora,
Al que buen árbol se arrima buena sombra le acobija,
Cuando el río suena es por que piedras trae,
A quien dios no le da hijos el diablo le da sobrinos,
Cachicamo diciendole a morrocoy conchuo,
Un burro diciendole a otro orejón siendo de igual condición,
Más sabe el diablo por viejo que por diablo,
Tendrá hambre pero no canina,
De pena murió un burro en Cartagena,
Agua que no has de beber dejala correr,
Del agua mansa librame dios que de la brava me libro yo,
Al que madruga dios lo ayuda,
Amor de lejos amor de pendejos.

domingo, janeiro 03, 2010

CUBA.

No te voy a decir nada
que no se sepas
pero sí cosas que te reconozco y niegan.

Con bloqueo
intentaron
hacerte isla
-en el sentido etimológico no de patria-
consiguiendo
convertirte en continente
hospital
abecedario mundial.

Sobrevivís desde entonces a lo natural
a guerras no tan frías
a caídas de muros
construcciones de otros.

Y ahí estas
ahí seguís
con la moral y ética que el tiempo da.

Con faz de experiencia
feliz de pioneros
entre cantos de no tan nuevos trovadores
con barbas canas
con pragmatismos y retoricas ajustadas.

Eso sos
eso creo sos no solo buen ron rico tabaco
eso y más veo eres
no que te has convertido
digamos forjado desde abajo con fusiles.


CARLOS GODOY
EL SALVADOR.

EN EL MARCO DE LA CONMEMORACIÓN
DE LA REVOLUCIÓN CUBANA.
01/01/1959
03/01/2010

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sábado, janeiro 02, 2010

"Que es la tristeza" pergunta Jesenia Vega

QUE ES LA TRISTEZA?*

Un sentimiento vacío
en el fondo del corazón.
Un hielo en el alma
que quema sin compasión.
Una mirada perdida
en el horizonte del desamor.
Unos ojos sin brillo
desechos por el dolor.
¿Qué es pues la tristeza?
sino el pago por el amor.

*Por: Jesenia Vega (25 anos, Porto Rico)

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Jesenia Vega tem "Miedo de tu amor!!!"*

MIEDO DE TU AMOR!!!

Tengo miedo de tu piel,
porque me tiene atrapado
como una mosca en la miel.

Me dan pánico tus labios,
porque después de besarlos,
te juro cariño mío,
lo dulce me sabe amargo.

Me da miedo tu mirada,
bella, tibia, limpia, clara,
porque al cruzarme con ella
dentro de tus ojos vivo
y fuera no existe nada.

Tengo miedo de quererte,
porque después de probarte,
vivir sin poder tenerte
no es vida, es mil veces muerte

*Por: Jesenia Vega (25 anos, Porto Rico)

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