fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Invejazinhas... palermas

Uma das coisas que nunca entendi na história contemporânea portuguesa é a incapacidade de se moldar e transformar os temas e torná-los originais. Daí que todas as pessoas que conheço ficaram admiradas quando eu lhes dei a notícia de que queria fazer o mestrado em História Contemporânea. Na época estava a fazer a exposição "povo".
Creio que na época a pessoa responsável por eu ter mudado de área foi José Neves, meu formador e mais tarde professor de Ideias POlíticas e de História Cultural e das Mentalidades. Passado algum tempo depois da parte curricular do mestrado e de ter olhado para os moldes feitos do barro, feitos por cada professor e pelos meus colegas. Reconheço que não fui feito para moldar o ferro, o estanho e o aço, e não são bom contabilista de mortes. Nem sequer sei dar notícias trágicas, nem se quer sei se consigo escrever, se tenho uma boa capacidade de síntese ,ou se como me foi dito por um professor que o meu problema era estar no lugar errado: eu devia fazer stand- comedy. Nunca compreendi, porque razão é que nós devemos seguir as ideias de um momento e devemos respeitar velhos ditadores, seguir as linhas estruturais de cada professor.
Sei muito bem para onde vou, mas uma coisa tenho a certeza, eu não sei escrevo sobre o estanho. Não sei fazer composições sobre a sagrada bandeira e as saudades da nossa colónia. Também não sou saudosista de uma época em que todas as pessoas tinham medo uma das outras e que ainda hoje sofrem dos mesmos preconceitos. Sofri esse estigma à onze, doze, treze anos, por ter estudado numa universidade. Primeiro, porque era um aluno burro, ou filho de um burguês... Oh, meu Deus, quantos dos que lêem estes artigos não estudaram em universidades privadas, onde a maioria dos professores davam aulas nos estabelecimentos de ensino públicos. Mais tarde, essas pessoas forma obrigadas a ter regime de exclusividade, não que eu tenha qualquer respeito ou falta de respeito por elas ou não. Essas pessoas viram-me como números, como ovelhas que deviam seguir os estigmas da fé daquela religião. Quando me inscrevi no mestrado, pensei que tudo havia mudado, que poderia fazer questões mais ousadas, desafiar os professores. Fui tido como mal educado, mal estruturado, e ainda pior, era filho de classe burguesa, ou de classe média alta. Meus queridos, não só existe preconceito de direita, mas também da esquerda, porque quem se inscreve nestes cursos deve ter vocação para a carreira política. Porque é que temos que continuar a fazer fatiotas para o rei quando ele vai nu? Quando temos sempre os mesmos resultados de investigação... as mesmas premissas. Salve-se a história do desporto, da praia ( da tese orientada por um dos meus professores ) talvez haja aqui uma mudança... Talvez eu seja meramente limitado para compreender as mudanças do nosso mundo contemporâneo. Abandonei o barco, antes dele cair... porque há coisas que nós devemos ser capazes é de construir o nosso refúgio, o nosso pensamento, e não uma coisa lusco-fusca. Não, a história contemporânea deveria ser mais ousada, estudar coisas como o surf, a banda desenhada como Major Alvega, ou noutros casos imagens de lâminas dos séculos XIX e Século XX sobre a economia portuguesas. OU noutros casos, estudar as seitas portuguesas e aí tiro o chapéu à minha colega Mafalda Carvlho pela sua tese sobre as testemunhas de Jeová. Ou a tese de Ricardo Noronha sobre o futebol. Digam o que disserem, é um bom passo na alteração dos temas de investigação. Estudem a praia e levem-na para o campo de investigação. Gabo aqui também o trabalho meritório do meu colega Jaime Neves, professor na escola secundária D. João II onde os seus alunos fizeram um trabalho meritório na pesquisa. Podem dizer alguns que se trata de alzeimer cronológico, isso, meus amigos, como diria o outro, não havia, necessidade.Quando existem engenheiros a fazer trabalhos de investigação histórico,será esse também o alzeimer cronológico?Ou não será uma invejazinha?Porque sejamos sinceros meus amigos,todos nós vivemos de conhecimentos,mas também necessitamos por outro lado de que nos paguem... todos nós, independentes ou não, de cor política ,religiosa, desportiva ou humanitária. Iremos ter fé de que um dia o historiador, o professor de história possa inovar ensinar aos seus alunos possam acreditar na história. Tive uma colega de liceu que me dizia que "A aldeia da Roupa Branca era o filme da sua vida e que por ele queria ser historiadora."Vinte anos depois ela é doutoranda em História Contemporânea sobre a Maria de Lurdes Pintassilgo. O que podemos desejar a Paula Alexandra Borges Santos é que o Futuro lhe possa sorrir... E a todos os futuros historiadores que inovem... e não façam as mesmas coisas. Boa sorte!

sábado, fevereiro 18, 2012

Exposição "Gráfica Contemporânea Espanhola", em Castelo Branco





A Sala da Nora do Cine-Teatro Avenida, em Castelo branco, acolhe de 4 de Fevereiro a 4 de Março de 2012 a exposição colectiva "Gráfica Contemporânea Espanhola". A organização da mostra está a cargo da Cultura Vibra e da Prova de Artista.
Os artistas representados:
Eduardo Arroyo, Juan Navarro Baldeweg, José Manuel Ballester, Darío Alvarez Basso, José Manuel Broto, Rafael Canogar, Joaquín Capa, Pedro Castrortega, Jose Manuel Círia, Francisco Farreras, Amadeo Gabino, Concha Garcia, Luis Gordillo, Josep Guinovart
Antón Lamazares, Antonio Lorenzo, Monir, Pablo Palazuelo, J. M. Pérez de Vargas,
Gerardo Rueda, Maria LuÍsa Sanz, Eusebio Sempere, Soledad Sevilla, Antoni Tàpies,
Gustavo Torner e Manollo Valdés.
As fotografias editadas hoje no blogue foram tiradas esta tarde por Luís Norberto Lourenço.

Mais, aqui.

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terça-feira, fevereiro 14, 2012

Será que ainda se morre de amor ?

Será S. Valentim assim tão honesto? Terá ele tanto amor para dar? Ou não será antes de mais nada um sincretismo religioso do famoso deus do amor: Cupido.Esta história de sincretismo insere-se na realidade com as religiões do próximo oriente antigo, na qual os deuses no lugar de desaparecerem, davam lugares a outros ou tinham uma espécie de sobrenome. Isso aconteceu na civilização egípcia, e mais tarde no Império Romano onde os deuses de outras partes do império passaram a adoptar nomes romanos. Quando Roma adotou o Cristianismo como religião oficial, fez o mesmo só que transformou os deuses pagãos em santos da Igreja , aqueles que não tinham características cristãs, foram demonizados. Daí que uma data a que comércio apregoa ser o dia dos namorados, nos faça esquecer a dor e sofrimento de uns é a felicidade de outros. S. Valentim e Cupido farão parte do mesmo ideal? O que tiveram os anjos barrocos a ver com estas duas personalidades?

Para vos dar a resposta a estas questões, lembremo-nos então daquela criancinha amorosa, cheia de amor que fere com a seta de amor, tem asinhas,voa e está sempre aqui todos anos disfarçado de São Valentim. O que eu nunca percebi foi a acepção de imagem com um Santo Católico: S. Valentim... Como é que a imagem de amor... pode ser ajustada a um dia que se comemora a decapitação de um homem, se é que ele existiu na realidade... Na realidade este bispo romano foi punido, e fez com que a filha de um carcereiro, cega... daí dizer-se que o amor é cego, e que morre por amor... De facto estas características foram tomadas à letra ao longo de milhares de anos... AS pessoas oferecem momentos e não as suas verdadeiras faces... oferecem presentes umas às outras, neste dia, não porque gostem umas das outras, mas porque gostam de marcar presença, de definir quem manda numa relação. Se S. Valentim é amor, então como se pode permitir tanta hipocrisia em tantas relações?
Se o amor é comércio, então estamos a fazer com que os amantes sejam apenas montras abertas de corações perdidos, esperando que uma nova vítima caía na sua cantiga. Ao longo de milhares anos escreveu-se o amor das mais diversas mais maneiras, até hoje o amor é escrito através da comida. Porque tudo se vende,até uma imagem, de um homem que morreu por amor. Não gosto de S. Valetim, porque nunca o conheci em vida, e nunca o vi no altar de uma igreja. Nem se quer existem pagelhas com a Oração de S. Valentim. Se existissem orações de que forma seriam apresentados?
Seria assim este santo , ou será mais o Santo António ?
Aqui vai um exemplo de como seria esse S. Valentim .
Oração a S. Valentim

O amor é cego e Vê ,
Como da filha do carcereiro tu te apaixonas-te ,
Entre os bilhetes escondidos dos amantes,
Fazei senhor , a omilia perfeita para o amor carnal se dar ,
leia -se a então desdita ,
Do sacríficio que tu senhor despertas e que ouves e dilaceras .
Tudo se evoca em nome do amor, mas na data de hoje nunca uma decapitação nunca fez tanto sentido ,quando nós compreendidos que perdemos a cabeça por amor, podem vir mil teorias de psicólogos, Alberonis, ou quaisquer outros cientistas que nos queiram esclarecer, porque nos dias que correm como dizia Fernando Pessoa:
"Todas as histórias de amor são ridículas "

Será por isso que foi necessário colocar numa série policial americana em que o personagem principal afirma que Deus e a religião é uma forma de se seguir regras, para não ter sarilhos?Será assim o amor ?Será que a maioria das pessoas precisam de ter alguém para não se sentirem sozinhas? Tudo é apenas uma questão de fé... e amor cura tudo... tudo, se não fosse isso, o que nos servia celebrar uma data como a de 14 de Fevereiro?
Já não se morre mais de amor,as pessoas poderão acreditar no amor, mas ele pode ter um prazo de validade, as pessoas preparam o terreno apenas para uma única função... a perpetuação da espécie... depois podem-se separar... e ir ter com os seus amores perfeitos... ou irem ao encontro da sua espécie... porque quer queiramos, quer não, todos somos animais como afirmava Charles Darwin. SE me permitem responder à questão inicial: "Não , já não se morre de amor, apenas ele desfaz-se, já não somos tão analfabetos, e vimos o amor, o casamento como um contrato celebrativo, uma peça fundamental na nossa história ocidental e um consumismo pedante. Porque não criarem cabeças degoladas no lugar de coração com os dizeres: Por amor, eu perdi a cabeça, mas não perdi a razão...

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Manifestos contra o medo, notícia sobre tertúlia de apresentação

Notícia no semanário "Reconquista", de 09/02/2012, pág. 16, sobre apresentação de livro "Manifestos contra o medo: antologia de uma intervenção cívica":

"Reconquista", 09/02/2012, pág. 16

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sábado, fevereiro 04, 2012

Manifestos contra o medo: livro foi apresentado em Castelo Branco

Na mesa: António Regedor
, Luís Raposo, Luís Norberto Lourenço (autor do livro) e
Pedro Miguel Salvado.

Vista parcial dos participantes na tertúlia...

Vista parcial dos participantes na tertúlia...

Decorreu ontem à noite, das 21h 30m até perto da meia-noite, a tertúlia de apresentação do livro "Manifestos contra o medo: antologia de uma intervenção cívica", de Luís Norberto Lourenço, prefaciado por Luís Raposo, uma edição Casa Comum das Tertúlias, col. "Rosa Sinistra".
A apresentação do livro contou com a presença do autor e foi feita pelo Dr. Luís Raposo (Director do Museu Nacional de Arqueologia), pelo Dr. António Borges Regedor (Professor na Universidade Fernando Pessoa) e pelo Dr. Pedro Miguel Salvado (Investigador da Universidade de Salamanca).
O evento cultural decorreu no Património Lounge Bar, em Castelo Branco, contou com 40 tertulianos, sendo que a Câmara Municipal de Castelo Branco e a Junta de Freguesia de Castelo Branco, se fizeram representar, respectivamente pelo Vice-presidente da Câmara Municipal, Dr. Luís Correia e pelo Presidente da Junta de Freguesia, Eng. Jorge Neves.
A organização da iniciativa esteve a cargo da Casa Comum das Tertúlias e contou com o apoio do :

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quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Livro "Manifestos contra o medo" é notícia (II)

Mais seis notícias sobre o livro "Manifestos contra o medo: antologia de uma intervenção cívica" de Luís Norberto Lourenço, com prefácio de Luís Raposo e editado pela Casa Comum das Tertúlias.

No "Povo da Beira", de Castelo Branco, de 31/01/2012, ver aqui em pdf, página 10.
(só lamento que falem no acontecimento no passado, quando apresentação do livro é apenas na próxima sexta-feira, dia 3)

No semanário "Gazeta do Interior", de 01/02/2012, ver aqui.

No diário "As Beiras", de Coimbra, datado de 01/02/2012. Ver aqui, com base em declarações à Lusa.

No "Jornal Hardmusica", de 01/02/2012, ver aqui.

No "Diário Digital de Castelo Branco", de 02/02/2012, ver aqui.

No semanário "Notícias da Covilhã", de 02/02/2012, ver aqui.

Na "Rádio Cova da Beira", de 03/02/2012, ver aqui.

TUDO sobre evento cultural no "link" deste "post".

("post" actualizado a 04/02/2012)

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