fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

domingo, janeiro 04, 2015

Fotossíntese Cap. 18


Claro que ela não se lembrava e é isso mesmo que agora vos irei contar. Na opinião de Benedita  esta seria a forma de desmascarar o famoso jardineiro que certas partes do tratado não revelava . Para Bendita aquele acontecimento seria idêntico a uma sessão espírita , fazer aparecer o assassino. No entanto ninguém sabia  quem havia accionado o alarme . No tratado futurista En-Humma fazia justiça aos seus poderes . O que ninguém sabia  que na biblioteca da discoteca alguém conseguira obter tais manuscritos traduzidos em primeira mão.  Ao entrar no computador  estava a entrar no pensamento da filha de Sargão de Akad .  Quando apagou  o nome dos tradutores  Benedita sabia muito bem o que fazia . Ela era a própria deusa . A sua pomba estava ali para a proteger . Fizera –se passar por mortal pois sabia  que o jardineiro ali estava . Estava mais perto e ela sabia-o . Sabia-o porque ela era a larva e a larva era um dos desgígnios do deus da sabedoria . Desde que se tencionava vingar daquele jardineiro transformva-se em personalidades distintas .

Havia um risco à volta  daquele cadderno. Alguém voltara a apagar todos os vestígios  da memória do computador . Era o escritor . Não, não era . Era apenas a historiadora  que procurava os registos da memória de todos os indivíduos . Carlota conseguira  o documento que precisara para a sua tese , mas para isso precisava de um  subterfúgio . Procurou então o número de telefone de Caetana . Veio-lhe á ideia o seu avô . Recordou-se  como conhecera  Caetana  algum tempo atrás . Estava  diante do seu avô um entusiasta  que lhe falava da guerra . O Colóquio havia sido um sucesso . Ela  retirou uma folha  do caderno  e pô-la sobre a mesa . Nesse instante alguém  apagava  a história .  Caetana  escrevia num caderno num café à beira mar . Havia um mágico. Não. Um génio  que a observava  . A jovem que este tinha umas asas enormes . Mas quem é que havia apagado toda a informação do computador ? Carlota Joaquina tinha na sua mão  a base das informações . Quem eram as pessoas  que estavam ali dedicadas naquele canto da biblioteca?  Quem roubara o texto e o  copiara ?  O que queriam eles fazer com ele ?  Só se deram conta da importância do texto em que tinham em mãos  quando  viram que tinham um camião atrás delas . Estariam a enlouquecer? Estariam ali a fazer o quê?

De um momento para o outro  Carlota sentiu  que ia ao encontro do camião  e teve a percepção  de que um outro universo  se abria para ela  de par em par , sentiu que um arco-íris era a junção de todos os elementos da natureza que correspondiam aos apelos das pessoas que assistiam aquele acidente . Um vento enorme começou a dirigir-se. Algo de estranho  se estava a passar, alguém as observava. Caetana  estava como que hipnotizada por uma voz estranha . Via um rosto de marfim , olhos de vidro , muito belos que lhe dizia :

Optamos por caminhos irreais , veredas inquietas de  emoções  e não vagueamos ao sabor dos ventos e das horas. Transportamos a  dor da humanidade. Caminhamos vezes sem conta perdidos na lama . Quietos ouvimos o vento. Pensa nisto.

A pomba  que voava a cima dela  dizia-lhe que Benedita fora morta . O jogo havia recomeçado e o escritor maldito voltava a escrever tudo do princípio. Não haviam tratados , não haviam jardineiros , não haviam mais ninguém . A discoteca fechara. Mas as provas todas as pesquisas de que foram efectuadas não havia mais nada. .

Carlota viu de súbito que a amiga estava em estado de choque.  Não sabia  o que fazer , apenas acreditava que alguém lhe dissera algo . De um momento para o outro o feixe de luz desapareceu . Os deuses uniram-nos para destruir o jardineiro , especialmente aquele que desceu à terra , mas havia um deles que pretendia restaurar a humanidade era esse que deviam procurar. A discoteca havia sido destruída . Não restava pedra sobre pedra . François havia sido preso. Acusado de um crime que dizia não ter sido ele . Naram-Sim desaparecera  e esperava na sua toca . Um novo momento para atacar.

-        Esta deusa  quer reclamar-te . Deces tornar-te senhora da guerra. –dizia  Carlota  enquanto a  amiga ia a caminho do hospital. Parecia recitar a Avé Maria , cheia de graça , o Senhor é convosco.

 Estariam eles a ser um bjecto  de desígnio de Deus , como modeoo de acção da história ?

-        Fala comigo, Joaquina , não estás a ouvir-me ? Pai Nosso que estais no céu , oh , maria concebida sem pecado  rogai por nós que recorremos avós ...

O mundo estava prestes a desmoronar-se e agora ? Era demasiado obvio ! Que dizer ? Não lhe podia passar quem poderia estar por detrás de tudo aquilo fosse a pessoa  que estivesse a imaginar ! Benedita estava  morta fora ela a mentora da discoteca , da famosa conferência . E os restantes Onde estavam ?  O que lhes aconteceriam ?

Reconhecera o vulto que estava do outro lado . Bastava participar à polícia .


NÌVEL II

Depressa tudo se moveu para um precipício de que  elas não sabiam estarem incluídas  na história . Bem feitas as coisas eram elas agora as herdeiras de dar conta do recado . Carlota Joaquina havia feito um trabalho sobre En-huanna , uma grande sacerdotisa de nana, filha de Sargão I  e que na altura o trabalho havia sido publicado na revista faces de Eva . A importância de do estudo En-Huanna para estudo da mulher de Ur, cerca de 2600 ac era considerada  a “Senhora de Todas Coisas “ . Juntara-se  com um estudante de história do século XX . Observaram as fotografias  que tinham em mãos sobre o famoso tratado e agora todo aquele projecto fugia-lhe das mãos . Alguém  mudara  o rumo da história . Agatha Cristie voltava a atacar do além . Quereria aquela mulher preparar alguma vingança ? Caetana atendeu o telefone .

-        Estou sim , quem fala ?

-        Tem os manuscritos que lhe falei ? –perguntou uma voz enigmática .

Deve deixar junto a um dos  contentores  do metro nos restauradores  até  às cinco e meia caso contrário a sua amiga morrerá !

O telefone desligou-se . Ela sentia-se mal . Por sua culpa já aconteceram várias coisas , mas tinha em mente seguir quem era  o misterioso telefonista que a fazia estar com a cabeça à roda . Como é que aquilo  podia acontecer ? Esperou até ao dia seguinte com  o coração nas mãos . Foi até à estação dos restauradores e aí escondeu-se . À espera . Mais tarde . Viu um vulto de gabardine . Viu o tirar o capuz  entrou  dentro de um carro. Lá estava  Benedita . Como é que era possível ? Ela enganara-os a todos .  Caetana estava  estupefacta . Uma mão agarrou-a .

-Sim ?

-Quem é ?

-Eu sou quem eles querem – respondeu a rapariga . Destruíram a discoteca como forma de me destruírem a mim , mas eu tenho as placas e pretendo transmiti-las a En –Huma. Devemos guarda-las num cofre de um banco. Eu sou o primeiro ser capaz de produzir Quem é afinal Benedita? –perguntou Caetana .

-        Chefe de uma organização que se diz seguidora da deusa Isthar. Ela procura virgens em idade  de casar , prepara os encontros  com membros da organização .Era isso que os baixos relevos da discoteca continham e ela destruiu-os .

-        Porquê ?

-        Para evitar que conseguissem decifrar as imagens .- respondeu a larva  Inana. Mas  eu gostaria de voltar a ver o DJ .

-        Porquê ?-perguntou Caetana.

-        Amo- 0-respondeu Nana.

-        Virgem Santíssima ! Não posso acreditar nisto !