Fotossíntese Capítulo Nono
Quem me fez isto? É
crente? Tem divagações filosóficas? Então podem começar a escrever. Aliás
existe um provérbio eslavo que nos acentua
que nem uma luva –disse Caetana ao grupo depois do susto ter passado.
Aquela era sem dúvida a divina dramática onde a comédia se torna tão negra que os crimes se tornam demasiado desdenhosos e onde
se pode determinar as façanhas do homem através do crime. Nisto todos temos um
único meio ao nosso alcance. A internet. Eu já nem sei se falo a verdade se estou a sonhar. Mas aconteceu-me estar a
falar nomsn com alguém que diz ser a
Agatha Cristie. Agora temos que fazer o jogo dele. É usual dizer-se que o criminoso volta sempre ao
local do crime. No momento do ritual é que se posiciona a agilidade do
assassino, perante a sua vítima é o momento de ataque, é a hora em que a vítima luta pela sua vida. A vida consegue ultrapassar a arte, a literatura
proporciona os jogos mais subtis, sejam eles “espelhos“ da sociedade ou
“fórmulas“ para atingirem um determinado objectivo. Daí que o crime e o jogo
andem por vezes de mãos dadas proporcionando ao observador que descubra o quebra cabeças, gerado na
civilização assíria o primeiro
passo para esta investigação.
- Mas o que é
isto tem a ver com o que se passou? –perguntou François um pouco tenso.
- Eu tenho –me
contacto à já algum tempo com um pirata
de informática e que pretende brincar conosco, entra nos sistemas dos
computadores da faculdade. Um génio ele deu-me as dicas todas, mas antes
fez-se passar por uma mulher a mais famosa escritora de romances policiais.
Aqui disse ele que se iria dar o
primeiro ponto do seu jogo, iria ditar
as regras do jogo.
- Então porque
é que nós aparecemos na tua vida? –perguntou Caetana já irritada.
- Qual era uma
das bases de sistema da civilização hitita? Muitos das lutas passaram pelo sistema oral e é aí
que nós nos ligamos. François é tudo aquilo que nós não imaginavamos. Veio para Portugal para perseguir este menino. Em Paris teve-o às mãos e acima e tudo a nossa bem amada Madalena anadava de
amores com um técnico de informática que
andava a orientar-lhe a sua tese de doutoramento “A Hierarquia dos Demónios“. Eram esses demónios que surgiam no texto e se complementavam como jogos, maldições que davam pistas e
acima de tudo fábulas que eram
deixadas pelo assassino em forma de
bombas naqueles livrinhos que não trazem nada escrito, pois bem ele fazia o
seguinte escrevia-os. Deixava-os debaixo da porta do interessado e fazia o resto. A casa ia
para baixo. Esta é a minha reportagem. Sei que a Carlota está a escrever um
texto acerca de um jogo milenar em que a serpente espreita, algo para se libertar da sua tese nas horas vagas. È
esse o próximo jogo. Ele comunica-se com pessoas com pretensões a escritores.
Nós sabemos que Madalena escrevia para um público infantil ,mas não sabemos
muito mais da sua vida e é partir daqui que nos temos que unir.
- E François é
ele o responsável?
- Não,
François poderá pôr fim a este enigma
veio para Portugal com uma bolsa da
Gulbenkian em Paris quando esteve muito perto de apanhar este menino. Ele usa
mil disfarces até dizem que muda de cara e tudo o mais. Mas como reconhecê-lo? Ele nunca dá muito nas vistas está
diante de nós para nos apnhar. Como François tem aptidões para a comédia ele será o elo de ligação e para
além disso vem investigando crimes de natureza idêntica a esta desde que esteve
em Paris, Londres, São Petersburgo e obviamente para não falar de outro
sentido figurado em Nova Iorque.
Comecemos pelo crime (um jogo de azar) capaz de fazer à nossa memória ,
medos ancestrais numa tarefa
sobrenatural de magia simpática onde a
figura presente é substituída pela
pessoa. É neste sentido que o crime e o jogo andam de mãos dadas , primeiro que tudo pela sua inovação ao transmitir uma estratégia capaz de “colar” uma
população debaixo do papel
manipulando-os para determinado fim. Se
Maquiavel tivesse vivido antes teria sido destacado aqui esta parte dizendo que os fins justificam os meios,
presenteando-nos com um jogo didáctico “Conto do Vigário“. Como todos nós
sabemos o vigário é o
papel do rei assírio, representante do
Deus na Terra (Assur) e dessa mesma
fórmula o jogador terá que chegar até ao
fim estando na sala do trono. A primeira
das peças a serem entregues neste jogo é o ambiente local, com quem
podemos contar, onde pesquisamos o terreno e daí partir para a aventura. “Cair
no Conto do Vigário“ pode ser um jogo de
estratégia feito ao gosto do monarca, sendo ele o amado e o
escolhido por Deus. Tentar compreender como foi feita cada peça, cada
nível e desse ponto enfrentar as feras,
griffos e leões imaginários que nos ameaçam são alguns pontos essenciais. A destreza do
jogador é saber onde começa o “terreno
de caça“, saber para onde vai o empreendimento nacional que se pretende eliminar. Que meios tiveram
os primeiros jogadores? Como é que
eles se depararam com as armas bélicas,
com a destreza da sua força e sobretudo com os instrumentos de propaganda. Assim ao pensar neste jogo de
estratégia “Cair no Conto do Vigério“ o
ponto de partida é a campanha de Assurnarsirpal II (883-859 ac ) é
conhecer também o ser humano é aqui que
entra François...
Nesse momento foi a vez de François expor as suas ideias:
- Quando olhamos para as imagens dos
baixos relevos que estão dispersos por vários museus da Europa estamos longe de imaginar quais seriam as características iniciais
desses mesmos relevos por uma campanha política. Ao escolher como tema de
estudo estava ciente que tinha em mente ir ao encontro do famoso jogo enigmático que se caracteriza na inovação da Alta
Antigidade. Assim somos levados a pensar que o palácio do NW descoberto no século XIX teria sido pensado um jogo
avançado onde o sistema visual e
iconográfico. O que teria sido pensado
para a entrada triunfal de Assur-nar-sir-pal II em 883ac? O que
teriam pensado os embaixadores,
soldados e sobretudo os funcionários de Nimrud? Hoje em dia com as técnicas avançadas de marketing e publicidade, os avanços da ciência demonológica conta-nos muito em que os Assírios nos ultrapassaram, já que foram eles os Senhores do Mundo. Dizem as
estatísticas que num determinado período
onde a evolução científica sobe em flecha os fenómenos religiosos não param de crescer,
pois se o número de disparates pagasse
imposto ele seria o maior contribuinte
do país.
-
O que é que
isto têm a haver com o que temos estado
a falar? –perguntou Carlota.
- Religião e
Ciência não podem viver uma sem a outra, isto no sentido que este misterioso
comunicador nos diz. Quer brincar conosco quer dar-nos diferentes formas de fé. Um jogo da razão e da fé é
assim que eu vejo este “Conto do Vigário“ - disse Caetana.
Nesse instante chegaram Benedita e Sim. Vinham ver o que se passava. Naram-Sim ouvia vozes à sua volta:
- Tu entras na
gaiola. És um animal. Este é o teu jardim, meu bom pecador. Rega-o meu bom
menino, pois a deusa determina três
tempos onde beberás sangue, e virão ventos e a última é a mais vergonhosa das
pragas. Voltara a ter sonhos e visões , não sabia porque aquilo que estava a
acontecer de novo com uma certa
continuidade, mas sabia que no ar havia
algo de estranho. Não havia Inana, mas sim Pazuzus e vingança de um segredo esse que ainda hoje
estava nos campos da mente e da memória...
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