fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

quinta-feira, dezembro 18, 2014

Fotossíntese cap. 13


 Alguns milénios atrás chamava-me Naram-Sim. Naram-Sim chegava à cidade de Lisboa com um único propósito o de infiltrar-se na discoteca “O Vigário”. Sabia que num dos recantos da discoteca se encontrava um laboratório que iria recriar o mundo vegetal, mas de início não sabia o que estava ali a fazer. Sabia que o falso detective François era testemunha de que a placa  que ele procurava pertencia-lhe por herança a um familiar seu nele estavam contidas de um jogo didático “O Conto do Vigário “. Ele sabia que aquela placa tudo faria sentido para ele e faria qualquer coisa para o apanhar. Nesse sentido devia proteger as três entidades Desde menino que ele chegava perto daquelas três imagens como às três jovens a elas o Conto do Pecado do Mortal do Jardineiro faria todo o sentido tal como Samuel Noah Kramer descrevia. Ao mesmo tempo o famoso laboratório apoderara-se dessa importantíssima jóia da arqueologia mesopotâmica e nela figuravam algumas das informações que lhes eram administradas a par e passo como de um jogo se tratasse. A história da mesopotâmia perseguia-os desde meninos Havia algo que na tese  François, Caetana e Carlota se sobrepunha e também à de Benedita. Eles eram os elos legais e ilegais deste puzlle.  No instituto da faculdade Naram-Sim fazia-se passar por um professor  que vinha para Portugal uma tese  sobre a “Hierarquia dos Demónios“ , nesse grupo estavam todos os elementos de que necessitava para os preparar de uma caça ao tesouro e neles estariam os traços iniciais em Assur-nar-sir-plaII.

_ Procuro em relevo-luz.

-     É disso que está à procura? – perguntou a bibliotecária.

-     Alguém está a defender uma tese de doutoramento em que prova que o relevo neo-assírio em alabastro é uma espécie de fotografia. Procura ao mesmo tempo espelhar a imagem e o conceito de  magia simpática. O autor em questão lera muito Carlos costaneda, dizia ele a certa altura enquanto pesquisava na tese que os espíritos espreitavam a qualquer momento.

O falso professor preparava-se para ir dar a sua aula: Hierarquia dos Demónios mas num outro plano os dos génios e dos grifos demónios. Num dos pontos máximos uma das teses haviam sido adquiridas e isso o computador é que lhes diriam no final.

Durante a aula O misterioso professor iniciou a sua aula como devia ser o rei assírio rico, esplendoroso. Comparava as imagens dos cartazes publicitários que pretendiam jogar através do vigor físico e do poder. Aproximavam-se das congéneres egípcias, hititas, mas aos seus olhos tinham outro encanto. Encanto esse  que passava para um patamar acima. Eram os demónios que faziam o homem mesopotâmico um ser religioso e ao mesmo tempo poético.

Aquilo que vos conto aqui é só um grão de areia do que se passou à milhares de anos. O meu estado de saúde também não é dos melhores e correr em busca de um documento por esse mundo fora não é tarefa fácil. Contam os anais da história que foi a primeira escritora de que desenvolveu uma profecia capaz de espantar os homens. Todos eles procuraram respostas e atravessaram o mundo. Só em sei porque me deram a resposta. Uns seres magníficos detinham  o poder da magia, só eles sabiam como se determinava a fotografia. Eu saí do meu corpo e falei com um touro de rosto humano, pujante de poder e força. Perguntou-me onde ia. Eu disse que ia avisar de que iam destruir o poder da luz e da ciência. eu gritava que era necessário fazer alguma coisa. Fui dizendo palavras e orações. Invocando todos os Demónios. Mas ele apenas me dizia que eu era mentiroso que queria unicamente as chaves para aparecer no futuro e restaurar o meu passado. Sabia que o Touro era intemporal e que ele fazia a ligação com a discoteca “Vigário “Disse-me que tinha que ter uma visão provisória para aparecer por lá já que a noite era dedicada ao vinho. Regressava agora ali aquele local onde vislumbrava aqueles alunos que me ouviam com toda a atenção. Apenas disse que deviam ter muito cuidado com aquilo que iam encontrar pois não eram figuras simpáticas .

Até de súbito uma rapariga perguntou:

-      Posso fazer uma pergunta?

-      Claro, estamos aqui para isso-respondeu Naram-Sim.

-      Em todas as religiões à excepção do Cristianismo o sacrifício desempenha um papel importante. Todavia, o valor que lhe é reservado na piedade reveste-se de muitas modalidades. Há um primeiro grupo de cerimónias sacrificiais que roçam a magia e, por vezes, assim se mantêm, se bem que regra geral, um sacrifício não seja um acto mágico. De que modo podem eles atingir o poder quer na sociedade ou no mundo sobrenatural?

-      Tais serão sacrifícios dos demónios e é isso que está a ser desenvolvido numa das teses que vim orientar, com os quais se procura uma protecção contra eles, apaziguando-os por meio de oferendas, ou ainda mortos, em seguida, também os sacrifícios de fundação, pelos quais são esconjuradas as influências maléficas que poderiam exercer as divindades que possuem o solo.

Depois da aula Naram-Sim suspirou. Preparou-se para se atirar de novo em volta do computador portátil. Mas havia algo que não jogava certo alguém entrara dentro do sistema e estava a tirar todas as fichas. Quem seria?