fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

sábado, março 13, 2010

Regresso a casa - Livro I (Escrita Criativa)

Não tenha medo minha querida. Sou apenas uma folha de papel que está debaixo dos seus pés… É verdade! Na realidade já fui uma frondosa árvore, e se formos às teorias platónicas ou reencarnações hindus eu já fui qualquer coisa… Mas não sejamos dramáticos eu estou a falar consigo! Pensa que anda a fumar charros a mais ou a beber? Não, nada disso! Não sejamos dramáticos! O que esta simples caneta escreve e faz aquilo que eu lhe mando! Porquê? Não acreditam? Não acreditam mesmo naquilo que eu estou a escrever,esta louca que aqui está pensa que é uma escritora a sério, mas eu que já muito senhora de mim própria vou dar-lhe um curso intensivo de escrita criativa! Podem então fazer um exercício onde eu próprio me exercito:

Uma folha simplesmente. E ninguém pensa como é que ela surgiu assim à vossa frente. Sim, todos nós! Havidos leitores de jornais nem sequer sabemos de onde vêem estas pequenas maravilhas das quais pura e simplesmente escrevemos. Olhem para aqui. A pena, a caneta, mexe-se sozinha sem ninguém lhe mexer. Eu. Eu sou… Não, não sou aquele que é. Esse, meus caros amigos, era Deus veio um burro e comeu-o. Ou estava antes a falar com Moisés antes de lhe dar as tábuas da lei: Ouvi tantas vezes esta conversa quando fui enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial que me falavam dos castigos Deus. Talvez por isso me tenha apaixonado mais tarde por uma personagem histórica quando fui casada com Artur. À tardinha ao pôr do Sol bebíamos chá de menta e falávamos sobre diversas coisas. Aprendi imenso nas escavações e decidi até escrever um romance passado numa escavações, bem parte dele. Mas a razão que vos estou aqui a falar é precisamente porque me apaixonei sobre o rei de Akad, foi o seu marco trágico como uma personagem de uma peça de teatro. Quando lavava a loiça tinha sempre ideias para os meu romances e agora decidi voltar à vida, entrar no corpo de uma rapariguinha e deixar-lhe as mãozinhas cheias de vontades assassinas. Era assim que iniciava as minhas ideias que não terminariam cedo e poderiam ter um final feliz para aqueles pobres coitados que morriam das mais diversas formas. Para estes assassinos não há consciência. Nem ela sequer existe quando inicio o jogo. Há que preparar minuciosamente as jogadas e descobrir os adversários para isso há que os definir para uma única questão. Sobrevivência. Querem uma prova de que vos falo?
Por exemplo quando escrevi sobre o Antigo Egipto numa pequena novela "Morrer não é o Fim" e a peça de teatro "Akenaton" deixei-me levar pela novela histórica, tal como Freud se deixou levar quando escreveu sobre Moisés. Eu aprendi a amar a tragédia como pano de fundo.Por isso, não me venham dizer como escrever. Tenho a capacidade de criar uma outra personagem, de um outro tempo e num futuro próximo. Talvez seja futuróloga ao referir que alguém numa discoteca procure Miss Marple. Eu não escrevo ficção científica, mas sim romances policiais e decidi olhar para os objectos como pequenas coisas. A Curiosidade de Miss Marple seria a tese de mestrado em Estudos Ingleses. Imagine a Miss Marple num jantar de homossexuais. Ah! Ah! Vou lançar-lhe algumas noções sobre aquilo que eu comecei a amar. A tragédia. Essa pequana forma de acção que os gregos tão bem escreveram e que nós tentamos em vão reescrever. Mas Naram-Sim aparece-me em sonhos. Vejo a sua forma possante, pleno do seu poder, olhando para os vencidos num ar plenamente sobrenatural. Aqui está a minha primeira e única história de ficção científica sobre Naram-Sim. Um rei que cai em desgraça,mas na história que eu escrevi ou melhor alguém escreverá várias vertentes. Naram-Sim foi transformado num adolescente ávido de emoções fortes,como observador de uma outra realidade que não entende. A verdadeira obra de arte é aquela que não está escrita e é essa ordem que eu deixo como testemunho. A testemunha tão querida nos romances policiais onde cada personagem tem um ponto de vista completamente diferente e que nós observamos nas ditas cartas de argila a memória dos vencedores.A história antiga está muito ligada a Deus ou à queda do homem,onde a sua fórmula de nos dar informação é posta em causa através de uma lição de deus.Este homem–deus ou rei que eu aprendi a amar deve ter este aspecto.Como a de um adolescente que ande por aí de skate e patins,cheio de pelo nas ventas.Naram- Sim caiu em desgraça por ter tido o mundo a seus pés.Decidi aqui por um parêntesis na lição de vida,nas biografias ou tudo aquilo que as gerações futuras preferirem,mas a destruição dos templos por parte deste homem –deus,conforme quisermos chamar eu vi um dia em Paris e chorei o seu final trágico,a que as crónicas conforme os alemães determinam por outro prisma,o do seu tempo e espaço.A bibliotecária de Ur descreveria que a humanidade teria capacidades de produzir fotossíntese num tratado muito mal conhecido,a que os biólogos chamam fotossíntese:a capacidade dos seres humanos transformarem luz e produzirem esse fenómeno químico.Na altura da guerra conheci um português, cultíssimo com quem conversei e que me falou do seu interesse dessa obra e que a descobriu nas escavações da Turquia. Tratei desse homem quando ele esteve doente e a nossa conversa foi tão gratificante e que me falou de várias movimentações da época de Akad após a queda desse mesmo país levaram-no a sair dali e provocar uma nova realidade.Essa realidade deu-se com a chegada de um russo que se juntou às nossas conversas para provar as nossas teorias e que o período de Ur III era extraordinariamente importante na transformação da língua suméria em acádico. Julgo poder contar com a ajuda de um português culto que sabia tanto de história antiga, quanto aos interesses do meu país e da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Rio-me quando afirmam que numa certa manhã em Saraievo se deu o regicídio do arquiduque Ferdinand.Diziam ser uma guerra tão curta que antes do final do ano os soldados estariam em casa.Tal como nas anedotas que costumam contar onde há uma inglesa,um português e um russo nós os três ríamos a bom rir nessas questões e tratamos de nos escrever.Infelizmente as notícias de cada um de nós perdeu-se na noite dos tempos e eu jamais soube o que se passou à colecção de que o russo adquirira do III período de Ur. Talvez esteja depositada no Hermitage. A política da revolução inverteu e subverteu as coisas a seu bel-prazer,como aquele cão com quoeficiente abaixo de zero chamado Adolfo Hitler e ter ganho as eleições.As coisas permanecem sempre todas da mesma maneira,a cultura ao serviço do poder,tudo é feito ao gosto dos homens e dispensam tudo aquilo que não entendem.Aqui em Lisboa também senti o mesmo perante as obras de arte e não vi nada de diferente perante as épocas anteriores.Acompanhei o meu marido a Lisboa por duas razões. A primeira por razões de descanso e escrever não é tarefa fácil, por isso estou a dar-vos um curso de escrita criativa, a segunda tem a haver com as saudades que tenho do meu amigo português,arqueólogo amador,de inteligência superior e nunca entendi porque é que ele nunca se tornou investigador e tivesse junto de Gulbenkian para falar das suas descobertas.Espero que esta carta chegue às mãos dos seus herdeiros.Oxalá tenham eles o mesmo gosto pelo passado, pela cultura e pela escrita.Deixa esta carta nas mãos do arménio e da dita Fundação com algumas fotografias de grupo,para que possam juntar as três partes , a de cada um dos seus herdeiros. Eu,Agatha Cristye escrevi esta carta como prova das minhas faculdades mentais e descrevo em seguida as informações que me chegaram às mãos.

Capítulo Primeiro

Procuremos uma fraqueza por mais pequena que seja nos outros, para nos esquecermos do nosso inferno interior -disse Agatha Cristie aos seus alunos.
Ali estava ela no meio de tantos alunos invulgares como Marlin Monroe, Jack o Estripador que se degladiavam em palavras e piropos insultuosos. Muitos outros estavaminteressados nas suas histórias e nos estilos que deviam pôr nas suas personagens.
- A sobrevivência é uma pequena chama que se apaga pelos fósforos múltiplos da caixa do tempo…
- Muito bonito! Vê que tem feeling para a escrita?
- Não,foi uma cena que gostei muito num filme que estava a gravar quando me suicidei . Bebia tanto que via estarem a rodar as cenas…
Jack sorria enquanto ouvia as técnicas.
- Ao menos se a tivesse morto!” Eu um sereal Killer! Ainda apareceia um desses parvalhões que agora falamm falam e ninguém os ouve.Porquê é que ela não se cala? Ainda por cima acha-se o máximo… Se calhar quem a matou foi um dos cereais de que fez publicidade…
Marlyn !Quem é que vai entender esse palavreado?Só se for quem? A lareira não? A lareira é que vai ler os textos que vão atear o lume …Lá longe estava eu. Dramática.Olhá-los.Queria saber quantas pessoas matou Jack Estripador,tinha a minha oportunidade única de saber em primeira mão quem matou Marlyn Monroe, e a história de que tinha sido vítima Che Guevara.Deixaria alguma vez de descobrir todas as histórias de que ele fora vítima?A Rainha bem podia dedicar-me uma homenagem pelo que eu fiz pela literatura… ser uma condessa, uma lerda,isso sim,morri e puseram-me nesta figura! Pareço um daqueles aborígenes australianos. O primeiro aspecto do romance policial tal como vos contei tem a ver… Ai vocês aí,parecem duas crianças! Eu tento ter uma linha de pensamento, mas vocês parecem o bucha e o estica! Só falta atirarem almas perdidas um ao outro um esfola e o outro come!Ah!Ah !
A escritora percebe que ninguém riu da sua piada.No meio desses pensamentos e piadas, Marlyn rebela-se contra Jack e grita-lhe:
- Cale essa boca,fantasma!Idiota,não sabe o que é bem escrever… no lugar de pensar em tantos crimes.

Agatha Cristie tenta em vão dar resposta aos insultos dos seus alunos,perguntando-lhes:
- Não vêem que o único crime aqui é sermos explorados por empresários sem escrúpulos , e por pessoas que dizem estarrecidos:“Olha é tal e qual!”Parvos! Idiotas!Não acredito que passem metade do seu tempo aqui caídos posso-vos provar que voltei do além para vos ajudar a escrever um romance,ensinar-vos a escrever uma história!
Che Guevara começou a rir-se,tinha até aspecto de um jovem galã,olhava Marlyn com um certo desdém por ela ter tido um caso com o presidente Kenedy. De súbito chegou-se ao pé deles:
_ Idiotas são vocês todos !Como se a Agatha Cristie se desse ao trabalho de reinventar todas essas histórias ?Minha querida o Além envaideceu-a!
A escritora soorriu e disse-lhe:
_-Estar parada também me fez engordar muito!Acordei de manhã e não me reconheci !
- Meu Deus; Frank Kakka deve estar a pensar julgá-la!-disse Che.

Na fila estava uma menina com ares de investigadora que disse :
- Sabe, Doutora eu decidi insecrever-me neste curso,porque sempre quis escrever um romance policial e vejo que nos seus romances a curiosidade , a governanta é aquela que anuncia a desgraça aos patrões “ A curiosidade não matou o gato, mas a pessoa!Ah!Ah !“- Boa intervenção, minha querida. Como se chama? –perguntou a escritora .
- What.
- I bag your pardon?!
- What.
- Mãe inglesa, pai português.Estava no Sítio errado à hora errada. Fui morta por engano.Estava na cama e a minha empregada matou-me! Na sessão espírita disse que um homem mandou-me matar.Imagine fui confundida com a mulher dele!

- Também podemos explorar isto fazer uma short-storye! A governanta assassina… embora saia dos cânones dos romances policiais Todorov explica isso! OU melhor Murder Bitch vende! Como é que foi morta,What?
- What?- Só descobri que estava morta quando dei entrada na morgue, o médico legista tentou violar-me.Eu tentei falar para o SOS VOZ Amiga,mas descobri que estava morta. Ele ficou aterrorizado...

- Hello! My name is netinha de Miss Marple ,eu dizia que era neta de Miss Marple! Chegaram-me a dizer que lhe dissera que esta apaixonada pela filha do patrão. Porque é que está interessada nesta história? Estamos todos à espera do Crime, não é?

Capítulo Segundo

Para conseguirmos dar a cor a um romance iniciamo-lo por um móbil, estratégia do assassino,dos seu plano perfeito, para que o pecado se registe nele como uma etiqueta. Por isso as ideias são tão efémeras como a próxima leva de roupa de um centro comercial. Jack não nos quer dar algumas ideias de como costumava matar os seus doentes ou melhor, as suas vítimas?
- Por quem é a menina? –perguntou o assassino profissional.
- Desculpe, Mrs Artur Maxmalloman!
What pergunta a medo:
_ Uma corda no meio das escadas? Ou vai pôr uma doninha na embalagem?
Jack e Agatha Cristie olham-se:
- O que é que l ? A turma da Mónica? Não tem uma imaginação mais sórdida?Perversa ?
-Eu tenho um conto“Como tornar-se num assassino avulso “.
- Esse título “avulso“ tem a haver com a cozinha? Grandes pedregulhos numa caixa sem fundo. Para ser levado. Porquê?Por quem? Pode ter sido qualquer um de nós, no qual um de vocês poderia dizer que era um dos presentes,mas alguém resolveu anteceder a situação,abre a caixa e os pedregulhos acabam por cair uns encima de uma pessoa.

- Só podia ter sido esse monstro!- disse What.
- Menina, você está marcada!
- Oh, sim !Por um cereal do pequeno almoço.Por favor vá lavar essa boca,seu porco, você excita-se a imaginar-me toda cortada.
- Isso é o que tu querias!!!
_Professora, olhe este porco,tarado sexual, chulo!
Jack Estripador começa a irritar-se:
- È isso,não!Eu sou muito sério! Sou médico psiquiatra!
_ Calma, não vamos criar conflitos entre nós !Precisamos é deles para as personagens! Que tal uma história em que a vítima era um traficante de mulheres? Você fazia isto, Jack?
- Você conhece as marcas do chulo Sissi?-Perguntou Jack. Era um transsexual que fazia lenocídio.
- O que é isso? Lenocídio é alguma coisa parecida com genocídio? –pergunta What .
- Você é burra !!Ignorante,como a maioria das adolescentes que me entravam pelo consultório a gritar “Quero roupas da moda e um telemóvel da última geração!”Inútil !Vazia!Burra! Eu odeio adolescentes!Eu odeio gente burra!
- Você está grávida? O seu marido não foi preso? –perguntou o médico.
- Não m foi despedido do emprego. –responde a adolescente.
- Ai, eu não aguento Quero ser papa a ouvir isto!Ai que delírio com aquelas freiras todas no Vaticano.O casamento, minha cara, é como a anestesia, o amor só dura no momento da operação.O apetite sexual deve-se precisamente quando o anestesista dá a picada. E as maçãs! Que boas eram! Após a vontade…surge a vergonha…

_Desculpe,não entendemos.Não nos quer contar a sua história?
-Eu ,para quê?–pergunta o assassino em série .
- Isto aqui é um curso de escrita criativa – responde a escritora.Imaginem ainda um outro recurso actualmente usado… a história no romance.Todos se recordarão de um local horrível chamado Babilónia? Não foram à catequese ou alguma vez foram abordados por um grupo de pessoas que vos colocavam questões? Onde é que vive o lobo mau? É o exercício de hoje. Vamos força a isso!

- E se eu escrevesse um crime feito por um matulão, a partir dos anúncios eróticos? –perguntou Jack o estripador.
- Vá !-grita Agatha Cristie. Estamos à espera de um crime de resultados bem elaborados.

_ Pode ser mas eu não o via nessas circunstâncias , eu sou o sexólogo , tenho o rosto vendado pazra não me descobrirem .
- O Deus que disse …-disse What, Pode ser adolescente,descobria um novo,cheio de contradições ,não conseguia entender o novo mundo .
- Ele podia descobrir revistas pornográficas …
-Jack você é um pervertido. Lê Marquês de Sade? Vê filmes para adolescentes –pergunta a escritora .
-Longe da vista, longe do coração, numa bela noite com ele .
- Alguém sabe o esta? _perguntou Bernardoo suicida a quem Naram- Sim havia roubado o corpo e a voz . Como é que alguém faz amor?
-Não,Bernardo.O menino está a destabilizar a sala. Mas o adolescente morto responde: - Com muito cuidado para não destruir o apartamento .

_ Querem mesmo saber a verdade? SE colocássemos uma intriga policial, uma licenciada em história que trabalha numa sapataria e reencontra a sua professora e que a convida a participar consigo num congresso?

- como é que se chama você? –perguntou a escritora novamente .
- Miss Marple estava a fazer uma tese em Estudos Ingleses “A curiosidade em Miss Marple“…
- Força, continue.

Capítulo Terceiro

- Nome completo-disse o polícia.
- Naram-Sim,disse o rei Sumério.
- O seu?
-Jocasta de Tebas.
- Clio, a musa da história.
- Desculpem importam-se de repetir? È que esses nomes só ouvi na escola e não tiveram um fim nada famoso . Se é que são vossas excelências…
O polícia não acredita numa única palavra deles e pede-lhes para fazerem o teste da palhinha. Alguma coisa pode ser. Coca inalada numa das casas de banho daria uma interpretação daquelas ou não seria antes um grupo de estudantes do conservatório? Mas como explicar aquele jovem de skate chamado Naram- Sim,usando cabelos pelos ombros, calças bem largas e vendo-se boxers acima das pernas.

-Desculpem lá , mas acredita mesmo naquilo que está a dizer?
- Bem , disseram-nos para vestirmos estas roupas estranhas…
Um casal de turistas observava a cena com toda a atenção.Eles haviam sido raptados pelo grupo ,enquanto o polícia anterior estava a beber uma garrafa de vodka.
- Eu vi Tebas com estes olhos que Édipo há de furar!Já estou completamente passado!
- My godness!What hapened my darling? –pergunta a inglesa espantada. O inglês responde que não consegue entender por muito que se esforce e que tenha uma compreensão razoável da língua portuguesa,conhecia autores portugueses pois dera-os nas suas aulas de literatura portuguesa. Ou tudo aquilo era teatro de uma companhia independente ou estava perante um acontecimento de primeira.
- Respondem-me ou não? –perguntou o polícia com muito pouca vontade de ouvir mais explicações, virando-se para o casal de turistas,perguntou-lhes se eles eram algum personagem histórico.
- Mark Adams–respondeu ele .
- Wheather Adams – respondeu ela .
O casal começou por explicar que havia levantado dinheiro do Multibanco, enquanto o grupo de assaltantes agarrou neles à força e meteu-os no carro .
- Com que então uma quadrilha ?–perguntou em tom de escárneo o polícia .
- Iraquiano, Uma iatalianae uma grega. Muito bem visto! Uma quadrilha internacional! Estão presos em nome da lei!
duas personagens históricas e a musa da história presos.Naram-Sim caíra mais uma vez em desgraça.

- Zeus, porque decidi sair da tragédia grega que estava tão bem lá! Estava morta! Mas ninguém queria saber de mim!
- Só o Freud !-disse o polícia. Só ele! Tanto que ele criou uma teoria sobre si.
-Qual era ?-perguntou a rainha de Tebas.
- È melhor estar calada, ou vai ter que responder em tribunal .
- E você xica esperta ?Não têm nada a declarar?
- Não, eu sou estou a registar factos. Limito-me a descrevê-los como eles são !
- Então ,como eles são? –perguntou o polícia rindo a “bandeiras despregadas “.
- Querer saber quem é o senhor, o que faz,quem é na realidade. Todos nós temos uma história, é quena actualidade a investigação histórica liga-se muito à história oral.Sabe o que é isso?
- È isso não é?Carro?Não muito! A civilização…Mas que bem me sabia incendiar qualquer coisinha !-disse a Rainha de Tebas, abrindo um maço de cigarros.

- E o que é isso? –perguntaram os outros .
- Estão a fumar agora, diz o inglês à mulher. De facto estes portugueses têm muita criatividade.Qual será o autor ?

De súbito apareceu uma senhora inglesa de meia idade :
- Eu sou a escritora. Há alguma queixa?

Capítulo Quarto
_ Já viram o exemplo da vossa colega? –perguntou a escritora. Alguém tem mais algum exemplo?
- Sim , respondeu Jack o Estripador.
- Diga,doutor.
- Obrigado ,mas sabe porque sou obrigado a usar máscara?
- Claro, nem precisa de o repetir. Inserimo-nos na casa de alguém.Lembro-me sempre de uma casa de banho onde se poderia cometer um crime.
- Onde?–perguntou Agatha Cristie.
- Numa discoteca –disse o assassino. Sabe que já houve um crime numa discoteca ?-perguntou a mestranda em Estudos Ingleses.

- As discotecas têm tão má fama ,nunca é bom pôr as mãos no fogo por elas. Todos se olham com fome, ficam a olhar para as jaulas, mas não fazem nada. Repararam nas danças tribais e nos grupos? O melhor são os engates .Podiam dar um excelente doutoramento no ISTE “Comentários aos Engates na Kapital, Lux e Frágil,um caso de estudo em grupos diferenciados.Optamos por termos grupos diversificados e horas . As pessoas queixam-se dos transportes públicos, mas depois vão para um espaço onde gostam de estar agarradinhos.
- Jack London, poupe-nos os seus comentários.Conte-nos a história de Naram-Sim.Já que está tão interessado nele.
-Podemos começar por onde, então? –perguntou a escritora . Dormiu ? Mudei de planos. Lembro-me de Miss Marple e chamava-se Camila e participara num assalto.Lembro-me de que pediram um pouco de baba e ela babou-se e serviu-a numa tigela num restaurante . Aquela baba deu cá uma adrenalina que eles decidiram assaltar alguém porque Naram-Sim tinha vontade de roubar pessoas e tudo o que visse pela frente.Meteram-se dentro de um carro e“deram à sola“.
- O que é ”dar à sola”? –perguntou What.
- Sabe o que é fugir? Eu mato-te, sua burra! No meio de tudo isto ainda não vê que transpira ? Jovem ,não quer tirar um curso ? Subir na vida, volta atráse encontrarás a resposta.
- Jack LOndon,poupe-nos !Conte-nos a sua história !-gritou Bernardo. Foi então que Jack o Estripador começou a sua história:

“ Naram- Sim tinha agora uma nova vida. Numa coisa de poucos segundos era uma tese policopiada “A sombra dos Heróis “de Maria Lina Ferreira da Paz.Porquê sair daquelas páginas?Estava lá tão bem!Agora transformado num adolescente,de cabelo comprido,de t-shirt, calções, ténis,um boné de pala e ainda porcima usava as cuecas abaixo das calças os famosos Fifty –cents.
Naram Sim quem te viu e quem te vê!O Senhor é realmente mesmo muito mau!
O famoso rei de Akad roubara o corpo de um adolescente e incorporara o seus estilos e modos de vida. O rei olhava tudo com uma enorme curiosidade.Telemóvel? Aquela coisa minúscula que parecia um texto iluminva-se,vibrava, só podia ser alguma intervenção de Sin .Os deuses clamam por uma doce vítima.Sim,devo obececer-lhes,mas eles não me obecedecem a mim.Acham que tenho cara de miúdo!O mundo está diferente Senhor.
Sentia o temor pelo meu Deus,mas há lago que não me corre de feição.Eu sou um Deus bolas!Aquela merda falava!Surgia um carro,mas afinal em que mundo ele estava?Só lhe dava vontade de roubar tudo aquilo.
- Isto é magia negra Os hanunaki vêm aí! Só podem ser eles!Um grupo de turistas começou a dar-lhes moedas pela sua performance :
- Estes portuguese !
- Não sabia que a polícia se tornava tão eficientea matar baratas!-disse uma delas em inglês .
- Não, disse o marido.Estamos em Portugal.Está alguém a falar outra língua?Vês alguém a ler ou a dar indicações ?
Naram-Sim,Penélope surgia naquele instante dizendo que o marido fugira, fora para a guerra, Camila uma jornalista oportunista eClio foram levados pelos turistas .
- Queremos que nos digam as coisas– diziam eles em tom de humor,isto não é uma visita guiada em tom de humor?
Camila olhou-os e disse :
- Não, estamos a fazer uma entrevista histórica, eles são personagens literários . Só faltam mais duas,Jocasta conhece ?
- Só uma –disse um dos turistas falando em inglês com a jornalista .
- Qual? A mãe de Èdip ? –perguntou um turista .
- Estamos a fugir para o mundo dos mortos …-disse sinistramente Naram-Sim. A salvação está na vossa força,na vossa grandiosidade,pensou o rei.Para onde é que nos levam .
- Descansem que não são agências de viagens –respondeu a jornalista.Há anos que espero fazer uma viagem na história,mas para o mundo dos mortos.Devem estar a sonhar,não isto não pode ser verdade.
Camila não era uma mulher vulgar. Era jornalista por paixão .