Minha experiência trabalhando com outras culturas, de Sergio Garcia
Minha experiência trabalhando com outras culturas*
No ano 2012 eu coordenei o Projeto de
Digitalização dos Cinemas No México, América Central e América do Sul. Para
isso, eu tive que viajar a muitos países e trabalhar com pessoas de muitas
culturas diferentes. Foi interessante, mas difícil, especialmente quando
chegamos ao Panamá, porque a equipe de trabalho
tinha pessoas com origens variadas: os técnicos do fornecedor eram americanos,
dois técnicos de Cinépolis eram colombianos e o outro era peruano, as pessoas
do cinema eram locais (panamenhos) e eu, o líder do projeto, mexicano.
Os nossos técnicos (os colombianos e o peruano)
falavam um pouco de inglês, mas nunca gostavam de falar diretamente com os
americanos. Eles sempre vinham comigo e falavam dos seus problemas com os
americanos, queixavam-se muito, e eu então, juntava-os, e tentava entender as
diferenças que eles tinham, chegar a um acordo, e que todos voltassem a
trabalhar. A coisa funcionava bem algumas horas, mas depois, algum outro
problema acontecia. Por exemplo, numa ocasião, o colombiano veio comigo para
dizer que os americanos tinham “roubado” as suas ferramentas de trabalho. Os
americanos já tinham voltado ao seu hotel, então eu tive que chamá-los por
telefone, e eles, muito zangados, disseram que não foram eles.... Depois duma
longa investigação, descobri que um panamenho as
arrumou na despensa do cinema.
No final, pudemos completar os trabalhos no
prazo estabelecido, e não tivemos que fechar as salas do cinema nenhum dia, mas
decidi trocar completamente a maneira de trabalhar com os técnicos, deixando as
responsabilidades e as faculdades mais claras, e procurando que as diferentes
equipes falassem entre si, sem a necessidade de que eu estivesse sempre no
meio.
*Sergio Garcia (México)
Este texto foi elaborado numa aula de Português, o autor é meu aluno no ITESM, Campus de Morelia.
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