Mario Pinto de Andrade
Ao longo de vários meses a BBC Radio transmitiu um programa excepcional que apresentava a história da humanidade atravésde 100 objectos escolhidos pelos internautas e ouvintes.Ao longo desse mesmo período cada objecto, correspondia a uma determinada época,que contava uma história, onde narrava os hábitos culturais, sociais e económicos da época .Lembrei-me se não poderáimos ter participado com alguns elementos da literatura africana de expressào portuguesa e até mesmo entregue uma cassete onde um contador de histórias poderia ser o exemplo da literatura africana propriamente dita?
A escolha deste exemplo move-se com o período ao qual optamos por estudar a figura de Mário Pinto de Andrade que diga-se na verdade um especíme muito raro, raro porque aliar a política como ponto de consciencialização de massas e isso foi algo que este pensador se assim o podemos chamar. O seminário de Ciclo Africano aproximou-nos não só muito mais da realidade africana ,dos seus problemas, tal como o programa de rádio da BBC o fazia regularmente. E é aí que reside a nossa comparação procurar autores que s etenham dedicado a esta época, bem como à figura de Mário Pinto de Andrade. Acreditamos que possam decorrer neste momento teses, estudos, colóquios sobre a problamática de literatura de expressào portuguesa e sobre o movimento de negritude. Ao l.ongo de dois meses procuramos nas nossas universidades estudar esse campo ou fazer memso até uma liagação inter-disciplinar entre História, Literatura e Antropologia. Alguns responderam, outros nem tanto. O ponto de partida para este trabalho foi semdúvida o livro Mário Pinto de Andrade – um intelectual na política organizado pelas Professoras Inocência Mata e Laura Padilha. Não consegui até à data falar com Inocência, a segunda respodeu-me ao e-mail e disse que seria um ponto importante a louvar, porque até agora não houve qualquer ligação entre aliteratura, história e política. Poucos são os estudos que nos permitem fazer um estudo sistemático sobre este homem. Socorremo-nos de Fernado Tavares Pimenta, que nos permitiu conhecer como era a vida colonial, mas de pouco tinha sobre o Märio Pinto de Andrade. Houve alturas em que desesperamos, nõa só por falta de bibliografia sobre este pensador, as suas obras estão depositadas em bibliotecas qe neste momento estão encerradas, ou parcialmente encerradas, já que se torna dificil fazer investigação.
O encerramento de algumas bibliotecas públicas ecentros de investigação durante o período natalício, foi uma espécie de pedra no sapatinho, ou melhor a nossa fava no bolo rei. Além do mais a maioria da bibliografia que tencionavamos pesquisar era dificil de encontrar ou encomne dar vcomo foi o casoimdo livro de Jean Michel Mabeko- Tali, Dissidências e poder de estado: O MPLA perante si próprio.
Depois a nossa actividade laboral não nos deixa por vezes levar até aos outros preocupações com cerca de cinquenta anos, passa a ser o nosso pensamento quotidiano. Temos consciênccia que muita coisa ficou por dizer, e que temos de agradecer ao nosso professor Pedro Aires Oliveira a sua paciência e disponibilidade em nos responder quando o desânimo era grande ,a maioria dos estudos centram-se no período dacolonização durante os séculos XVI, XVII. E Estudar o século XX? E estudar o africanismo ou a negritude portuguesa? E porque não estudar as razões porque levaram Mário Pinto de Andrade a escolher a literatura como forma de acção política e d econsciência? Tal como dizia Fernado Pessoa “a minha pátria é a minha língua “e quem sabe se para um filólogo essa não foi a divisa da sua principal batalha?
Pouco haverá a dizer neste estado da questão. Apenas convidamo-vos a fazer uma visita ao jardim zoológico onde observaremos um elefante. Essa visita será feita por um grupo de historiadores cegos, não digo isto por zumbaria ,mas como forma fábula que poderia ser um dos elementos chave das preocupações de Mário Pinto de Andrade para autênticidade daquilo que seria a literatura africana de expressão portuguesa. Nesse grupo cada elemento apalparia uma parte do elefante Um dos cegos apalparia a cabeça e a tromba do elefante, o segundo o corpo e as patas e o terceiro o rabo. É neste ponto de vista que podemos comparar o trabalho do historiador, a cada um de nós cabe uma parte da investigação, seja ela, cultural, política oun mesmo até económica. Há um longo caminho a percorrer e onde afinal queremos chegar, afinal todos temos curiosidade em saber como é que um elefante é descrito por um grupo de cegos, quanto mais por historiadores cegos descrevendo documentos e analisando cartas, cassetes, DVDs, filmes, o que quiserem ouvir .Neste sentido seria uma pequan cassete de um contador de histórias das tribos africanas que nos traria aquilo que de melhor sempre teve cultura africana, sem esquecer é claro Mário Pinto de Andrade . Só nessa perspectiva podemos tocar no elefante todo. Se os historiadores são ou não turistas cegos como afirma a fábula aqui apenas tocamos ao deleve num aspecto que acreditamos que deva ser cada vez mais importante estudar: a descolonização na perspectiva comparada, estudar os intelectuais, os escritores, e juntar a história à literatura. Neste sentido optamos por parafrasear João Abel Manta em relação a Mário Pinto de Andrade “Muito prazer em conhecer, vossa excência “. O prazer diria ele, será todo vosso.
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