Capítulo terceiro Fotossíntese
Caetana era uma jovem jornalista de profissão, mas historiadora de coração, amava a história mas sabia que não podia fazer nada. Num país onde as
pessoas não se interessam pela cultura
os seus olhos vivos passeavam a vista
crítica pelo olhar ácido do humor , sentido que havia cultivado desde a
infância quando era deixada de lado por
parte dos colegas . Caetana tinha as feições de uma princesinha que eram lidos nos saraus medievais, de tez loira como era agraciada e
de uns olhos verdes cor de esmeralda , sabia distinguir o bom do mau , do
péssimo . Aprendera a ler nos romances policiais os truques dos pormenores .
Caetana era um nome de família , nada mais . Desde cedo começara a trabalhar
numa agência de jornalismo onde nem
sempre era bem reconhecida . Viajava bastante
e fazia-o no trabalho , caso contrário os ventos que corriam não lhe davam outro labor . O seu
pai quando falecera jamais soubera o quanto ganhava . Era filha
de diplomata . Vivera na África do Sul .
Preferencialmente a Nato. Numa família
onde a diplomacia era redigida pelo manejar das ideias . Caetana rebentava as
acções sociais . Vestia-se com a discrição de uma aristocrata . Conhecia as
élites e os sábios e movia-se num universo que muitos não alcançavam . Por isso
num sonho conheceu Agatha Cristhie . Entrevistara-a . Ali bebericaram chá de
menta e a escritora falou-lhe que jamais escrevera um único romance mas se
desse tudo certo estaria de regresso à
vida para escrever e escolheria uma personagem para escrever o seu
romance . Bem certo como dois e dois serem quatro . Short-stories estariam na
ordem do dia ? –perguntou a jovem jornalista enquanto bebia o chá de menta .
Tinha em mente escrever algo sobre a rebeldia juvenil .Latas e doninhas
fedorentas ? Seria o título dessa história ? Seria um período em que Miss
Marple ainda era uma menina , governanta
numa casa de família apaixonada pelo
filho do patrão ela planeava um
estratagema. Não , nada disso , nada de velhas personagens a essas queria
vê-las de longe . Não sabia porque lhe surgia à sua frente em sonhos ou em
conversas um historiador com vontades de actuar
num circo mágico de Canadá . Mas todas essas histórias acabam todas por
ir à gaveta . Dei-lhe vários finais . Um crime , uma corda ou algo venenoso no meio de uma embalagem .Grandes pedregulhos
são empurrados para atirarem a alguém .
Não tudo isto são suposições , perdem-se os leitores e eu não quero voltar à
velha história de mortos . Isso seria
burrice , quero analisar situações outros ambientes . Farto-me de imaginar
detectives exigindo-me que tal história
seria boa ou má para ser publicada . A literatura é uma espécie de anestesia da
realidade e o seu apetite deve-se à vontade de comer maçãs , mas se essa vontade
se esvai a vergonha surge . Eu passo a explicar
se nós imitamos a realidade embelezando-a dando-lhe outros contornos a
realidade é muito mais dura e sente-se logo as dores que ela nos prega , por
isso tentemos fazer outras coisas para não sentirmos que a vergonha nos assombre por isso a
literatura está conosco desde o
princípio dos tempos . Como se chama a menina mesmo ?
Fig 1 - Uma das modalidades desta história é propor aos seus leitores desafios através das imagens , cada imagem contará uma imagem , através da história , entre polícias do tempo , writters , polícias mascarados de crianças e ao mesmo tempo polícias falsos... No meio desta história poderemos inverter este conto através da vossa opinião ...
Fig . 2 , 3 e 4 - Nos romances de ficção científica as viagens no tempo são uma constante , aqui acabaremos por descobrir bares onde poderemos ver imagens planetárias do espaço ou de outras épocas ... uma praia mascarada de écran de cinema . Aqui a personagem ou o leitor pode muito bem querer entrar nesse mesmo campo . Ir ao Brasil da Belle Époque beber um copo ou irmos até à Baía de Guanabara no século XVI ou observarmos o trânsito da capital na Torre de Babel .
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