Fotossíntese Cap.02
Tudo aquilo era de facto muito estranho. A jovem
que estava presa ao computador chamava-se Carlota Joaquina . Devia ter cerca de
uns vinte e oito anos apesar de os ter feito à cerca de uns dois dias tinha
ainda uma cara de anjo. A sua mãe dedicara aquele nome à mulher de D.João VI .
Mas sobretudo duas coisas havia herdado do nome bem como a sua nacionalidade ,
era espanhola . Carlota Joaquina fervia em pouca água , embora isso não lhe
deixasse ter pensamentos lógicos e debater outros assuntos para além da sua
área de especialização: a hititologia. Licenciada em Relações Internacionais
vira nos diplomáticos hititas e na figura do monarca Hatusilis III a forma de
resolver a famosa questão da batalha de Kadesh , mas Carlota queria enveredar
por outro prisma e tinha provas para afirmar
de que a primeira guerra mundial se dera por um simples instrumento : uma placa de
argila que mudara duas potências
mundiais : nada de assassinatos a arquiduques , não nada disso a primeira
guerra dera-se pura e simplesmente por
uma questão cultural , Quem detém o
poder cultural é quem detém o poder
hegemónico da humanidade . Nós somos assolados pelos filmes americanos somos
atirados às feras pela cultura americana . A primeira guerra mundial dera-se
sobretudo por uma questão de um texto da
Lenda de Zalpa . Esse texto conta a história de uma rainha que dá à luz
trinta meninos num ano. Põe os meninos
num cesto de estrume deitando-os lá
dentro. Esta lenda coincidia com a sua tese em História
Pré- Clássica e privilegiava não só a
arqueologia bem como a hegemonia alemã e
inglesa a partir de 1898. Tinha provas de fotografias da época encontradas na
Turquia e que lhe foram vendidas por um
alfarrabista . Teria sido um clandestino que lhe havia feito chegar aquelas
provas ou seria quem sabe o alter –ego
de Agatha Cristie a trabalhar? O texto que eram descritos falava de um cesto
que faziam crescer pessoas através de um cesto de verga . Tudo isso lhe havia
feito interessar a partir do momento
em que iniciara aquela investigação. Sabia que as histórias eram
lançadas para incrementar um valor qualquer. Foi aí que teve uma sensação
estranha . Já não era mais ela tinha vontade de lhes dizer “Venham dizer-me
como vivem “ que me encontrei com um jovem com sotaque francês .
Carlota ficou encantada com ele . Tinha a sensação
de o ter encontrado algures mas não sabia onde . Tinha uma beleza estonteante e
percebia que o jovem francês se metera
com ela com esse mesmo propósito . Nem me dei conta de que o Senhor do Tempo me
anestesiara . Lembrar-me de que brincara em pequena com alguém em Bruxelas .
Olhamos para o céu e queríamos ver aquele céu de algodão e flores de arame
farpado. O jovem bolseiro irritara-se com a figura daquela jovem da forma como
abordava os temas em geral. Via-os com uma arrogância e certeza de que só os
seus professores a olhavam mas Carlota era uma alma perdida no caminho .
Continuava à procura do texto que fazia questão de afirmar que era credível e
que ela fazia questão de provar em provas públicas . Tinha o texto na fotografia . Isso não provava nada
? Sabia
bem que aquilo que procurava demorava séculos , meses, anos para o seu
trabalho ficar pronto . Será que alguém
aguentaria a sua forma após a sua tese de doutoramento ?
Carlota
quisera ser uma escritora de policiais sem grande resultado apenas fora
dar corpo a um grupo de investigadores . Calculava que com aquele texto seria a fórmula de
reencontrar o desencanto perdido e descarregando-o encima dos colegas . Voltava
a olhar o livro que tinha em mãos. O tempo que aquilo demorara para lhe chegar
. Fizera o pedido e lá vinha ele . O bem
amado livro! Estava naquele momento a bisbilhotar as palavras ,a s
fotos que sinto uma mão a tocar-me :
-
Mademoiselle ...
-
Sim ?
Ela virou-se e ficou vislumbrada com o que viu .
Um jovem de cabelos compridos de barbicha , vestido com roupa desportiva .
-
Somos colegas de doutoramento !
-
Ah , Poirot?
Não é verdade ? Inspirado naquele detective não é verdade ?
-
Eu sou neto
de Hercule Poirot, dou aulas numa escola de Circo . O humor é uma forma de escape é daí que
canalizamos as nossas forças para vislumbrarmos todo o resto ! Queres
vir comigo hoje à escola ? Podia ser
interessante .
Carlota Joaquina aceitou se bem que
achasse que ia achar uma seca ou pura e
simplesmente medo de enfrentar pessoas e mais a mais era uma forma de enfrentar
os homens . Sempre tivera medo deles . A sua relação entre o seu pai
deixar-lhe um enorme espaço que não deixava espaço para mais ninguém . O seu
sonho era a literatura . O romance policial.
Nada lhe interessava mais nada
desde que aquele crítico a arrasara num
jornal de literatura . Desde então ela não tinha olhos para nada . O estupor do
crítico tinha razão numa coisa : aquela obsessão pela escrita era uma forma de
falta de crescimento. Aconselhava-a a ler mais a procurar uma vida do que
centrar-se num aspecto do vazio que era
a forma . “Não é o facto de termos uma licenciatura que nos faz querer ser escritor mas sim a verdadeira vocação . Nunca se viu ir para Deus para namorar com ele . A
menos que ele se tenha apresentado
pessoalmente e ter modificado
completamente a nossa vida .Vocação é isto . Ou se tem ou não . ”
Carlota aceitou o convite do jovem francês.
-
Então até
logo. –disse ela.
-
Até logo
,disse ele. Lá te espero.
Foi através de um beijo que se selou
um pacto que possivelmente iria mudar as suas vidas , pelo menos ir-se –ia
esquecer de ser escritora de policiais por umas horas .
Fig . 1 - A imagem em anexo é referente à nova personagem da Marvel , Kamalla Kall , na qual uma rapariga tem que lidar com os seus super poderes e com a sua identidade . Nesta história que agora iniciamos observamos um grupo de jovens que entram dentro da história tentando mudar os acontecimentos referentes à 1 ª Guerra Mundial . Cabe a Calota e às outras personagens se moldarem a um novo estilo completamente inovador.
Fig. 2 - Se um dos palhaços é descendente de uma das maiores personagens da literatura policial , Hercule Poirot . Nós , eu ( escritor e vocês ) olhar para uma figura afável da história infantil. : Babar , mas esse elefante , cresceu e sofre com um dos maiores dilemas da sociedade . Pierot ,Le Poirot , é um detetive -palhaço , na qual desconstrói os argumentos dos seus adversários ...
Fig 3 e Fig 4 - Uma das armas que as personagens irão usar na história será precisamente o grafitti. Nela se irão transformar em personagens da banda desenhada usando pseudónimos de nomes da banda desenhada . Para uns o grafitti é uma arte nobre , para outros é lixo . Aqui também iremos tratar dessa temática.
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