Projecto Sherazade _ Cap. I - À procura de Hórus
Há muito, muito tempo atrás, num país longínquo um homem recebia os seus convidados no hall de entrada da sua casa. Olhava a noite, as estrelas do céu, e questionava a lua como é que ele nascera. A lua silenciosa nada lhe revelou.
Foram então os outros astros que lhe deram a resposta: Um Deus estava sozinho e dera à luz a humanidade através de um processo que ele um dia acabaria por entender.
Esse processo era o da masturbação, e o Deus chamava-se Atum-Ré. Este Deus, bissexual, não tinha na altura a companhia de homem ou mulher para o satisfazer.
Uma criança estava à minha frente, chamava-se Ihy e procurava a sua mãe no Reino da Fertilidade. Um reino onde os mitos se confundiam com os primeiros tempos.
Nesse reino encantado onde as chuvas inundavam um rio chamado Nilo, os agricultores não precisavam de se esforçar muito. Encontrei uma infinidade de deuses ligados à fertilidade que reencontrava todos os anos e representavam a época das colheitas.
Nesse tempo a acalmia estendia-se por um período de serenidade. O jovem deus que se encontrava à minha frente usava um pshent, a dupla coroa do faraó que era a trança típica dos jovens divinos pendendo sobre a orelha, terminando esta de uma forma espiralada, e o dedo indicador na boca. Esta criança era o jovem Horus, “o que reúne as duas terras”, diziam em coro as restantes divindades. O jovem deus era filho de Ísis e Osíris e fora concebido após a morte do pai. Mas este deus também era filho de Hathor de Dendera e de Horus de Edfu.
Para já uma combinação estranha aos nossos olhos, mas para o Reino da Fertilidade onde nada era impossível, podiam co-existir vários laços familiares a que nos dias de hoje achamos de certa forma bizarros. Quando observei Ihy, vi que estava nu, mas nem mesmo assim ele deixou de me mostrar um sistro a que chamavam sekhem, o sistro sagrado e o colar menat, também este dotado de enorme poder mágico. Também o sistro arqueado sekhem, um instrumento musical que detém secções metálicas que chocalhadas, produzem um som característico e por isso usado por este menino deus. O sistro era um instrumento musical de culto principalmente, embora não fosse exclusivo de Hathor que o usava na sua adoração de sua mãe. De facto este jovem deus tinha vários nomes o que acontecia habitualmente neste estranho país que era uma dependência do imaginário do Antigo Egipto. Ihy também era conhecido como o “tocador de sistro”. Na realidade este deus músico tinha um sistro sagrado na sua jubilação imanente, a sua razão de ser. Na sua terra natal este deus menino era celebrado como a criança divina da tríade de Dendera.
Antes de conhecer estes deuses do Reino da Fertilidade procurei um manual que me explicasse os rituais deste deus pois era ele quem eu queria encontrar. Várias vezes me surgira em sonhos perguntando-me como é que nascera. Ihy percorrera vários universos e encontra-me a mim pois sabia que eu conhecia os deuses do dito Reino da Fertilidade e da Egiptologia. Todas essas perguntas foram respondidas quando abri o famoso Livro dos Mortos e recitei uma fórmula que outra personagem me indicara.
Por que me aventurara nesse famoso reino e estivera diante das pirâmides e recitara uma das fórmulas que me disseram ser de um mito que instaurara esse ritual através do Mito da Destruição da Humanidade.
Segundo o mito, o Deus Ré queria livrar-se da humanidade pois estava desiludido com as atitudes dos seus filhos celestes e humanos e encarrega a deus Sekemtmt dessa operação. Dito isto Ré arrepende-se, e procura comunicar com a deusa com cabeça de leoa, Sekemtmt, para abortar a destruição que ele próprio planeara. Não conseguindo de imediato a sua cooperação pede ajuda a Ihy e à sua mãe Hathor.
Como Ihy além de deus da música era ainda o senhor do pão e da cerveja, Ré embebeda Sekemtmt a ponto dela ficar eufórica e assim esquecer-se da operação planeada e chorar cerveja sobre a terra do Egipto.
Num tempo em que o ciclo repetia as mesmas histórias quotidianamente, os seus heróis favoritos nunca eram abandonados. Por isso é que o Antigo Egipto nunca foi complicado para as crianças em geral, pois gostam de ouvir repetidamente as mesmas histórias e recriam, desta maneira a primeira do acto da criação do mundo.
O jovem deus músico olhou-me mais uma vez e voltou a insistir na mesma história, dizendo:
- Eu perguntei à minha mãe como é que eu nasci e ela falou-me de um momento mágico, mas não percebo nada disso.
Disse-lhe que deveria olhar para o céu, para as estrelas do firmamento. Na história do universo e em todos os mitos da criação - Heliopólis, Hermopólis , Mênfis e Esna -.
Elemento essencial para aquele menino deus da música era a procura das suas origens.
Para lhe explicar os vários mitos tentei procurar contar em poucas palavras alguns desses mesmos mitos. Apresentei ao deus menino a jovem Emília, a boneca de trapos minha amiga de infância com quem eu conversara e brincara muitas vezes. Emília pode dizer-se que é idêntica a Pthat.
Ela cria o mundo através da palavra. Ela cria o mundo através da fantasia e usa um atributo muito idêntico à realeza egípcia no lugar deter uma maça piriforme ou as coroas, ela detém uma caixa que tem sempre alguma coisa ou as famosas pastilhas do Doutor Caramujo, além de deter o título de Marquesa de Rabicó, seria a esposa do Porco Rabicó, que ela detestava, mas por via da conveniência e porque queria ter sangue azul não se importava de usar esse mesmo título.
Também a monarquia egípcia era extremamente conservadora ao usar irmãos de sangue para manutenção da Casa Real. Diga-se que além do título de Grande Casa que era o termo usado para faraó, o título da marquesa não é aqui descabido. Tal como era próprio da marquesa de Rabicó, sedenta de curiosidade, levou-nos a conhecer as várias histórias da criação.
Emília era a do exemplo e a comparação da cosmogonia de Mênfis. Por isso tanto Emília como Ihy entenderam-se às mil maravilhas, quando ele lhe começou a ensinar música e a explicar várias fórmulas da casa do nascimento onde o deus era venerado. O menino deus estava com um dos dedos na boca.
- Queres saber como nasceste? – perguntámos nós.
- Então vamos passear no Reino da Fertilidade, conhecer outros deuses que são associados ao nascimento, à sexualidade e ao amor. Estás preparado?
Ele sorriu dizendo: Vou compor uma melodia sobre a história do nascimento...
- Por onde começamos, António? – perguntou-me a boneca de trapos.
- Começar pelas histórias mitológicas e depois é que poderíamos ir até aos habitantes do Antigo Egipto. Poderíamos até encontrar um novo rei que nos desse as respostas, porque o rei era o símbolo da sabedoria.
Também o Rio Nilo de onde nascia a economia egípcia, pode ser entendido como um rei.
Naquele reino procurava-se também a harmonia da Maat: a Ordem e o Equilíbrio. Ali tornava-se insustentável um universo de caos e de período intermediário onde não havia coerência numa mudança de papéis.
Emília invocava o reino do Faz de Conta para resolver estas situações.
O que é que estas questões têm a ver com a história do Egipto Antigo?
-Para começar - disse a boneca de trapos. A história do teu nascimento tem a ver com a fertilidade do Nilo, das terras fofas que pareciam predestinadas para aquele ritual anual.
Não é por acaso a expressão de Heródoto “o Nilo é um dom do Egipto”. O aumento dos caudais entre Junho e Julho eram consequência das chuvas torrenciais que a partir de Abril caíam no planalto etíope. Essa mesma precipitação fazia com que as águas se tornassem portadoras de ricos componentes minerais. Sem muito esforço os fellahs – agricultores – conseguiam uma belíssima colheita agrícola. As cheias do Nilo além de ditarem as regras e características de ordem agrícola, estabeleciam também o calendário egípcio a que muitos autores se socorreram desde os tempos pré-dinásticos.
As histórias da fertilidade a que Emília chamou através do faz de conta o Reino da Fertilidade fez-se não só pelas colheitas, mas também através dos seus habitantes. O menino Ihy andava por aqui e perdeu-se numa das festas que lhe eram consagradas, em Dendera, em que iam revelar a história do seu nascimento. As suas origens eram segredo e como a sua família de Dendera fizera segredo sobre elas ele sentira-se um pouco triste e decidira visitar os seus parentes e peregrinos que iam em busca de um momento de paz e pedir um bom parto.
- Diz-me como nasci mamã. Foram as últimas palavras que Ihy disse a Hathor, desaparecendo em seguida. A deusa ficara preocupada com o seu menino deus, mas onde havia música lá estava ele.
O céu e a terra, a vida e a morte, o deserto e o rio, o vale e planície, inspiravam muitos artistas e até os habitantes de uma outra terra mais real: a do Antigo Egipto.
Mas para além destes contrates, houve deuses que contribuíam para um momento de calma no seu nascimento. Era essa a curiosidade daquele deus em saber a história do seu nascimento, bem como de outros deuses ligados à fertilidade.
Chegados a uma estrada de um floresta que nós os dois - Eu e Emília – desconhecíamos, Ihy disse conhecer desde cedo os deuses que ali viviam, e enquanto nos preparávamos para entrar dentro da floresta surgiu uma mulher com rosto de leoa .
- Ah!, gritou Emília.
- O que foi? – perguntámos -.
- Tu não estás bem.
- Ela quer destruir –nos, disse assustada a minha boneca de trapos.
- Mas ela até pode ajudar-nos, disse Ihy que prosseguiu, isso foi na altura em que Ré quis destruir a humanidade, mas como se arrependeu, fazendo chover cerveja, tornou-se uma deusa da medicina
Ihy prosseguiu de forma irónica: Calculo que no vosso mundo a bebida seja consumida só em ocasiões sociais, mas no meu era apenas em festas religiosas.
A bonequinha começou a ficar cansada com as explicações do menino deus. Quando é que lhe íamos apresentar os deuses que estavam ligados ao nascimento. Ela mostrou-lhe o colar menat que tinha nas mãos, o ar desconfiado que tinha no início mudou quando reconheceu o deus menino.
-Meu querido! Ah quanto tempo! Já sei ao que vens, por causa dos meninos doentes que se encontram na casa da fertilidade...
Ele olhou-a com um ar reprovador parecia que não queria que soubéssemos da sua verdadeira missão.
Havia uma epidemia que se a alastrava por Dendera de onde Ihy era originário e que se propagava por todo o Egipto dirigindo-se até ao Reino da Fertilidade haviam que descobrir quem era afinal o verdadeiro culpado daquela epidemia.
Foram então os outros astros que lhe deram a resposta: Um Deus estava sozinho e dera à luz a humanidade através de um processo que ele um dia acabaria por entender.
Esse processo era o da masturbação, e o Deus chamava-se Atum-Ré. Este Deus, bissexual, não tinha na altura a companhia de homem ou mulher para o satisfazer.
Uma criança estava à minha frente, chamava-se Ihy e procurava a sua mãe no Reino da Fertilidade. Um reino onde os mitos se confundiam com os primeiros tempos.
Nesse reino encantado onde as chuvas inundavam um rio chamado Nilo, os agricultores não precisavam de se esforçar muito. Encontrei uma infinidade de deuses ligados à fertilidade que reencontrava todos os anos e representavam a época das colheitas.
Nesse tempo a acalmia estendia-se por um período de serenidade. O jovem deus que se encontrava à minha frente usava um pshent, a dupla coroa do faraó que era a trança típica dos jovens divinos pendendo sobre a orelha, terminando esta de uma forma espiralada, e o dedo indicador na boca. Esta criança era o jovem Horus, “o que reúne as duas terras”, diziam em coro as restantes divindades. O jovem deus era filho de Ísis e Osíris e fora concebido após a morte do pai. Mas este deus também era filho de Hathor de Dendera e de Horus de Edfu.
Para já uma combinação estranha aos nossos olhos, mas para o Reino da Fertilidade onde nada era impossível, podiam co-existir vários laços familiares a que nos dias de hoje achamos de certa forma bizarros. Quando observei Ihy, vi que estava nu, mas nem mesmo assim ele deixou de me mostrar um sistro a que chamavam sekhem, o sistro sagrado e o colar menat, também este dotado de enorme poder mágico. Também o sistro arqueado sekhem, um instrumento musical que detém secções metálicas que chocalhadas, produzem um som característico e por isso usado por este menino deus. O sistro era um instrumento musical de culto principalmente, embora não fosse exclusivo de Hathor que o usava na sua adoração de sua mãe. De facto este jovem deus tinha vários nomes o que acontecia habitualmente neste estranho país que era uma dependência do imaginário do Antigo Egipto. Ihy também era conhecido como o “tocador de sistro”. Na realidade este deus músico tinha um sistro sagrado na sua jubilação imanente, a sua razão de ser. Na sua terra natal este deus menino era celebrado como a criança divina da tríade de Dendera.
Antes de conhecer estes deuses do Reino da Fertilidade procurei um manual que me explicasse os rituais deste deus pois era ele quem eu queria encontrar. Várias vezes me surgira em sonhos perguntando-me como é que nascera. Ihy percorrera vários universos e encontra-me a mim pois sabia que eu conhecia os deuses do dito Reino da Fertilidade e da Egiptologia. Todas essas perguntas foram respondidas quando abri o famoso Livro dos Mortos e recitei uma fórmula que outra personagem me indicara.
Por que me aventurara nesse famoso reino e estivera diante das pirâmides e recitara uma das fórmulas que me disseram ser de um mito que instaurara esse ritual através do Mito da Destruição da Humanidade.
Segundo o mito, o Deus Ré queria livrar-se da humanidade pois estava desiludido com as atitudes dos seus filhos celestes e humanos e encarrega a deus Sekemtmt dessa operação. Dito isto Ré arrepende-se, e procura comunicar com a deusa com cabeça de leoa, Sekemtmt, para abortar a destruição que ele próprio planeara. Não conseguindo de imediato a sua cooperação pede ajuda a Ihy e à sua mãe Hathor.
Como Ihy além de deus da música era ainda o senhor do pão e da cerveja, Ré embebeda Sekemtmt a ponto dela ficar eufórica e assim esquecer-se da operação planeada e chorar cerveja sobre a terra do Egipto.
Num tempo em que o ciclo repetia as mesmas histórias quotidianamente, os seus heróis favoritos nunca eram abandonados. Por isso é que o Antigo Egipto nunca foi complicado para as crianças em geral, pois gostam de ouvir repetidamente as mesmas histórias e recriam, desta maneira a primeira do acto da criação do mundo.
O jovem deus músico olhou-me mais uma vez e voltou a insistir na mesma história, dizendo:
- Eu perguntei à minha mãe como é que eu nasci e ela falou-me de um momento mágico, mas não percebo nada disso.
Disse-lhe que deveria olhar para o céu, para as estrelas do firmamento. Na história do universo e em todos os mitos da criação - Heliopólis, Hermopólis , Mênfis e Esna -.
Elemento essencial para aquele menino deus da música era a procura das suas origens.
Para lhe explicar os vários mitos tentei procurar contar em poucas palavras alguns desses mesmos mitos. Apresentei ao deus menino a jovem Emília, a boneca de trapos minha amiga de infância com quem eu conversara e brincara muitas vezes. Emília pode dizer-se que é idêntica a Pthat.
Ela cria o mundo através da palavra. Ela cria o mundo através da fantasia e usa um atributo muito idêntico à realeza egípcia no lugar deter uma maça piriforme ou as coroas, ela detém uma caixa que tem sempre alguma coisa ou as famosas pastilhas do Doutor Caramujo, além de deter o título de Marquesa de Rabicó, seria a esposa do Porco Rabicó, que ela detestava, mas por via da conveniência e porque queria ter sangue azul não se importava de usar esse mesmo título.
Também a monarquia egípcia era extremamente conservadora ao usar irmãos de sangue para manutenção da Casa Real. Diga-se que além do título de Grande Casa que era o termo usado para faraó, o título da marquesa não é aqui descabido. Tal como era próprio da marquesa de Rabicó, sedenta de curiosidade, levou-nos a conhecer as várias histórias da criação.
Emília era a do exemplo e a comparação da cosmogonia de Mênfis. Por isso tanto Emília como Ihy entenderam-se às mil maravilhas, quando ele lhe começou a ensinar música e a explicar várias fórmulas da casa do nascimento onde o deus era venerado. O menino deus estava com um dos dedos na boca.
- Queres saber como nasceste? – perguntámos nós.
- Então vamos passear no Reino da Fertilidade, conhecer outros deuses que são associados ao nascimento, à sexualidade e ao amor. Estás preparado?
Ele sorriu dizendo: Vou compor uma melodia sobre a história do nascimento...
- Por onde começamos, António? – perguntou-me a boneca de trapos.
- Começar pelas histórias mitológicas e depois é que poderíamos ir até aos habitantes do Antigo Egipto. Poderíamos até encontrar um novo rei que nos desse as respostas, porque o rei era o símbolo da sabedoria.
Também o Rio Nilo de onde nascia a economia egípcia, pode ser entendido como um rei.
Naquele reino procurava-se também a harmonia da Maat: a Ordem e o Equilíbrio. Ali tornava-se insustentável um universo de caos e de período intermediário onde não havia coerência numa mudança de papéis.
Emília invocava o reino do Faz de Conta para resolver estas situações.
O que é que estas questões têm a ver com a história do Egipto Antigo?
-Para começar - disse a boneca de trapos. A história do teu nascimento tem a ver com a fertilidade do Nilo, das terras fofas que pareciam predestinadas para aquele ritual anual.
Não é por acaso a expressão de Heródoto “o Nilo é um dom do Egipto”. O aumento dos caudais entre Junho e Julho eram consequência das chuvas torrenciais que a partir de Abril caíam no planalto etíope. Essa mesma precipitação fazia com que as águas se tornassem portadoras de ricos componentes minerais. Sem muito esforço os fellahs – agricultores – conseguiam uma belíssima colheita agrícola. As cheias do Nilo além de ditarem as regras e características de ordem agrícola, estabeleciam também o calendário egípcio a que muitos autores se socorreram desde os tempos pré-dinásticos.
As histórias da fertilidade a que Emília chamou através do faz de conta o Reino da Fertilidade fez-se não só pelas colheitas, mas também através dos seus habitantes. O menino Ihy andava por aqui e perdeu-se numa das festas que lhe eram consagradas, em Dendera, em que iam revelar a história do seu nascimento. As suas origens eram segredo e como a sua família de Dendera fizera segredo sobre elas ele sentira-se um pouco triste e decidira visitar os seus parentes e peregrinos que iam em busca de um momento de paz e pedir um bom parto.
- Diz-me como nasci mamã. Foram as últimas palavras que Ihy disse a Hathor, desaparecendo em seguida. A deusa ficara preocupada com o seu menino deus, mas onde havia música lá estava ele.
O céu e a terra, a vida e a morte, o deserto e o rio, o vale e planície, inspiravam muitos artistas e até os habitantes de uma outra terra mais real: a do Antigo Egipto.
Mas para além destes contrates, houve deuses que contribuíam para um momento de calma no seu nascimento. Era essa a curiosidade daquele deus em saber a história do seu nascimento, bem como de outros deuses ligados à fertilidade.
Chegados a uma estrada de um floresta que nós os dois - Eu e Emília – desconhecíamos, Ihy disse conhecer desde cedo os deuses que ali viviam, e enquanto nos preparávamos para entrar dentro da floresta surgiu uma mulher com rosto de leoa .
- Ah!, gritou Emília.
- O que foi? – perguntámos -.
- Tu não estás bem.
- Ela quer destruir –nos, disse assustada a minha boneca de trapos.
- Mas ela até pode ajudar-nos, disse Ihy que prosseguiu, isso foi na altura em que Ré quis destruir a humanidade, mas como se arrependeu, fazendo chover cerveja, tornou-se uma deusa da medicina
Ihy prosseguiu de forma irónica: Calculo que no vosso mundo a bebida seja consumida só em ocasiões sociais, mas no meu era apenas em festas religiosas.
A bonequinha começou a ficar cansada com as explicações do menino deus. Quando é que lhe íamos apresentar os deuses que estavam ligados ao nascimento. Ela mostrou-lhe o colar menat que tinha nas mãos, o ar desconfiado que tinha no início mudou quando reconheceu o deus menino.
-Meu querido! Ah quanto tempo! Já sei ao que vens, por causa dos meninos doentes que se encontram na casa da fertilidade...
Ele olhou-a com um ar reprovador parecia que não queria que soubéssemos da sua verdadeira missão.
Havia uma epidemia que se a alastrava por Dendera de onde Ihy era originário e que se propagava por todo o Egipto dirigindo-se até ao Reino da Fertilidade haviam que descobrir quem era afinal o verdadeiro culpado daquela epidemia.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home