à procura de Hórus- Cap. II
Ali estava o segredo da sua missão. O segredo da missão estava no futuro. Numa terra onde os homens já não eram homens e quando se manifestavam contra o poder instituído eram congelados.
O seu pai, quem seria? O que se estava a passar com aquelas crianças doentes? Via da janela do templo uma mulher de rosto azulado que chorava. Pareceu-lhe ver a sua mãe e ouvir qualquer coisa como Jill Bisphop. Ela preparava-se para comer mas o contador de histórias retirou-lhe todas as possibilidades de descobrir o que se estava a passar. Disse-lhe que deveriam procurar o autor daquela história. E seria naquela história onde balões e quadradinhos tinham todos os ingredientes para o desfecho do mistério da infertilidade. Esse vale de lágrimas chamava-se “transgenics” e havia uma médica que sabia todos os segredos.
Ihy achou-a parecida com Neith. Apesar de ter algumas diferenças ela estava ligada à vida e à morte.
Emília chamou-o à parte e disse-lhe:
- Ihy, tudo aquilo que estás a ver e a ler é uma história escrita pelos homens no futuro! O seu autor chama-se Enki Bilal, reputado autor de banda desenhada que escreveu uma trilogia constituída por “A feira dos Imortais”, “A mulher armadilha”, e “O frio polar”. O contador de histórias quis trazer-te aqui para te mostrar quem é na realidade Horus, e o que fazem os restantes deuses como Bastet e Anúbis que tu tão bem conheces. Se queres a história do teu nascimento e das misteriosas doenças irás perceber que o futuro e o passado coincidem. Ou seja, há sempre uma repetição das mesmas histórias, embora tenham ambientes diferentes.
Aquele senhor ali observa, traz um casacão enorme. Repara que como está diferente de como o vimos a cair de uma cápsula onde estava congelado.
- Não te faz lembrar nada? – perguntei, olhando–o fixamente nos olhos.
O jovem deus observou o homem que andava com uma certa dificuldade. Esse homem era Nikpul. Por toda a parte se ouvia falar de um activista político congelado há cerca de 30 anos. Toda a cidade de Nova Iorque falava dele. Não se devia perder o seu espírito. No entanto, os telejornais falavam de uma onda de crimes cometidos por um assassino em série. Aquele assassino seguia um padrão, uma marca, como se fosse um artista, disse Emília.
Reparem o nosso homem deixou a sua arma sem querer.
Ihy olhou – ao mesmo tempo que eu. Naquele momento em que esperávamos um táxi, uma senhora de certa idade convidou-nos a entrar num com ela.
- Querem vir? Para onde vão? – perguntou-nos.
- Bem, viémos a Nova Iorque fazer umas pesquisas. - dissemos nós sem revelarmos quais as verdadeiras investigações.
- Maria José Lopez Grande estou aqui para o Congresso Internacional de Egiptologia. Mas desculpem-me a minha curiosidade, a pena que têm convosco não é uma pena de um falcão? – perguntou-nos olhando de soslaio para o deus menino .
- É. – disse o deus criança .
- Pois é uma característica desse género de aves de rapina. Há muitos anos atrás tratei desse tema na minha tese de doutoramento e se querem que vos diga é muito possível que o autor dos crimes seja Horus. Não se recordam da lenda do nascimento divino do faraó? Horus é o representante o rei, mas ele também se pode apropriar das características de outro Deus, Ré. A este aspecto religioso chama-se sincretismo. O deus não perde as suas características mas também assume as mesmas do deus que tem em seu poder. A meu ver todo o este ritual evoca dois aspectos. O primeiro revela a sua recusa perante os corpos dos vários candidatos ao corpo que o Deus se quer apropriar e em segundo lugar uma questão mais antropológica com a revisitação do ritual contra os inimigos do faraó. Ao longo da história do Antigo Egipto que encontramos exemplos destes desde a Paleta de Narmer até aos grandes monumentos do grande Ramsés II que evocam a eliminação imediata do inimigo.
Ihy chorava copiosamente.
- Ele não pode ser o assassino. Tem que haver outra razão...
- E há – disse a egiptóloga. Neste congresso de egiptologia debate-se precisamente quem está acima de nós. Quem são os deuses? Que estratégias devemos nós tomar para resolver o problema da doença em Dendera no tempo mítico, porque se o deus Horus não procriar a história mitológica irá desaparecer, assim como a harmonia e o tempo calmo sob a prudência de Maat, uma outra ave que está junto de Osíris no tribunal dos mortos. É ela quem pesa as almas dos defuntos, quando retira a sua pena e coloca-a no outro prato da balança. Querem vir comigo? - perguntou a especialista na iconografia das damas aladas .
O seu pai, quem seria? O que se estava a passar com aquelas crianças doentes? Via da janela do templo uma mulher de rosto azulado que chorava. Pareceu-lhe ver a sua mãe e ouvir qualquer coisa como Jill Bisphop. Ela preparava-se para comer mas o contador de histórias retirou-lhe todas as possibilidades de descobrir o que se estava a passar. Disse-lhe que deveriam procurar o autor daquela história. E seria naquela história onde balões e quadradinhos tinham todos os ingredientes para o desfecho do mistério da infertilidade. Esse vale de lágrimas chamava-se “transgenics” e havia uma médica que sabia todos os segredos.
Ihy achou-a parecida com Neith. Apesar de ter algumas diferenças ela estava ligada à vida e à morte.
Emília chamou-o à parte e disse-lhe:
- Ihy, tudo aquilo que estás a ver e a ler é uma história escrita pelos homens no futuro! O seu autor chama-se Enki Bilal, reputado autor de banda desenhada que escreveu uma trilogia constituída por “A feira dos Imortais”, “A mulher armadilha”, e “O frio polar”. O contador de histórias quis trazer-te aqui para te mostrar quem é na realidade Horus, e o que fazem os restantes deuses como Bastet e Anúbis que tu tão bem conheces. Se queres a história do teu nascimento e das misteriosas doenças irás perceber que o futuro e o passado coincidem. Ou seja, há sempre uma repetição das mesmas histórias, embora tenham ambientes diferentes.
Aquele senhor ali observa, traz um casacão enorme. Repara que como está diferente de como o vimos a cair de uma cápsula onde estava congelado.
- Não te faz lembrar nada? – perguntei, olhando–o fixamente nos olhos.
O jovem deus observou o homem que andava com uma certa dificuldade. Esse homem era Nikpul. Por toda a parte se ouvia falar de um activista político congelado há cerca de 30 anos. Toda a cidade de Nova Iorque falava dele. Não se devia perder o seu espírito. No entanto, os telejornais falavam de uma onda de crimes cometidos por um assassino em série. Aquele assassino seguia um padrão, uma marca, como se fosse um artista, disse Emília.
Reparem o nosso homem deixou a sua arma sem querer.
Ihy olhou – ao mesmo tempo que eu. Naquele momento em que esperávamos um táxi, uma senhora de certa idade convidou-nos a entrar num com ela.
- Querem vir? Para onde vão? – perguntou-nos.
- Bem, viémos a Nova Iorque fazer umas pesquisas. - dissemos nós sem revelarmos quais as verdadeiras investigações.
- Maria José Lopez Grande estou aqui para o Congresso Internacional de Egiptologia. Mas desculpem-me a minha curiosidade, a pena que têm convosco não é uma pena de um falcão? – perguntou-nos olhando de soslaio para o deus menino .
- É. – disse o deus criança .
- Pois é uma característica desse género de aves de rapina. Há muitos anos atrás tratei desse tema na minha tese de doutoramento e se querem que vos diga é muito possível que o autor dos crimes seja Horus. Não se recordam da lenda do nascimento divino do faraó? Horus é o representante o rei, mas ele também se pode apropriar das características de outro Deus, Ré. A este aspecto religioso chama-se sincretismo. O deus não perde as suas características mas também assume as mesmas do deus que tem em seu poder. A meu ver todo o este ritual evoca dois aspectos. O primeiro revela a sua recusa perante os corpos dos vários candidatos ao corpo que o Deus se quer apropriar e em segundo lugar uma questão mais antropológica com a revisitação do ritual contra os inimigos do faraó. Ao longo da história do Antigo Egipto que encontramos exemplos destes desde a Paleta de Narmer até aos grandes monumentos do grande Ramsés II que evocam a eliminação imediata do inimigo.
Ihy chorava copiosamente.
- Ele não pode ser o assassino. Tem que haver outra razão...
- E há – disse a egiptóloga. Neste congresso de egiptologia debate-se precisamente quem está acima de nós. Quem são os deuses? Que estratégias devemos nós tomar para resolver o problema da doença em Dendera no tempo mítico, porque se o deus Horus não procriar a história mitológica irá desaparecer, assim como a harmonia e o tempo calmo sob a prudência de Maat, uma outra ave que está junto de Osíris no tribunal dos mortos. É ela quem pesa as almas dos defuntos, quando retira a sua pena e coloca-a no outro prato da balança. Querem vir comigo? - perguntou a especialista na iconografia das damas aladas .
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