fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

segunda-feira, março 22, 2010

Heróis e Enigmas das Beira Interior

A Biblioteca Municipal de Castelo Branco e a Ésquilo, Edições e Multimédia promovem a sessão «Heróis e Enigmas das Beira Interior» que terá lugar no auditório da Biblioteca Municipal de Castelo Branco, sexta-feira, dia 26 de Março, às 18h30.

No evento serão apresentadas três livros relacionados com o tema:

- «O Espião de D. João II» de Deana Barroqueiro; apresentação a cargo da Dra. Marua Adelaide Neto Salvado.

- «Os Lusitanos no Tempo de Viriato» de João L. Inês Vaz; apresentação a cargo do Dr. Pedro Salvado.

- «Grandes Enigmas da História de Portugal – vols. I e II», coordenação de Miguel Sanches de Baêna e Paulo Alexandre Loução; apresentação a cargo do Dr. Pires Nunes.

No evento, farão alocuções sobre o tema, a Dra. Deana Barroqueiro, a Dra. Maria Adelaide Neto Salvado, o Prof. Doutor João L. Inês Vaz, o Dr. Pedro Salvado, o Prof. Paulo Alexandre Loução e o Coronel Dr. Pires Nunes. A sessão será presidida pela Dra. Cristina Granada, Vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Castelo Branco.


O formidável Espião de D. João II possuía qualidades e talentos comparáveis aos de um James Bond e Indiana Jones, reunidos num só homem. A memória fotográfica, uma capacidade espantosa para aprender línguas, a arte do disfarce para assumir as mais diversas identidades, a mestria no manejo de todas as armas do seu tempo e, sobretudo, uma imensa coragem e espírito de sacrifício, aliados ao culto cavaleiresco da mulher e do amor que o fascinavam, fazem dele uma personagem histórica única e inspiradora.

El-rei D. João II escolhia-o para as missões mais secretas, certo que qualquer outro falharia. Talvez esse secretismo seja a razão do seu nome de família e do seu rosto terem ficado, para sempre, na penumbra.

Em 1487, Pêro da Covilhã foi enviado de Portugal, ao mesmo tempo que Bartolomeu Dias, a descobrir por terra, aquilo que o navegador ia demandar por mar: uma rota para as especiarias da Índia e notícias do encoberto Preste João.

Ao espião esperava-o uma longa peregrinação de cerca de seis anos pelas regiões do Mar Vermelho e costas do Índico até Calecut e, também, pela Pérsia, África Oriental, Arábia e Etiópia, descobrindo povos e culturas em lugares hostis, cujos costumes lhe eram completamente estranhos. Na pele de um enigmático mercador do Al-Andalus, o Escudeiro-guerreiro do Príncipe Perfeito realizou proezas admiráveis que causaram espanto no mundo do seu tempo.

Neste romance fascinante, Deana Barroqueiro convida-nos a seguir o trilho de Pêro da Covilhã na sua fabulosa odisseia recheada de aventuras, amores, conquistas e descobertas inolvidáveis…

Deana Barroqueiro (Prémio Máxima de Literatura – Prémio Especial do Júri com o romance D. Sebastião e o Vidente).

Este livro, fruto de um rigoroso trabalho de investigação, unindo marcos de grande relevo histórico e uma descrição muito rica dos espaços e personagens, lê-se com fascínio da primeira à última página.

Deana Barroqueiro nasceu em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos da América, em 23 de Julho de 1945. Atribui à sua ascendência murtoseira e lisboeta, assim como à longa viagem de transatlântico, de New York para Lisboa, que fez aos dois anos de idade, a génese da sua paixão pela grande aventura dos Descobrimentos Portugueses e seus protagonistas.

Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras de Lisboa e fez-se Professora de Francês e Português por vocação, efectivando-se na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde fez o estágio e concretizou a maioria dos seus projectos de Teatro e de Escrita Criativa com os alunos. Publicou várias colectâneas de contos e peças de teatro com o Grupo de Trabalho do M.E. para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto de Inovação Educacional. Dotada de uma invulgar capacidade de comunicação, é frequentemente solicitada para palestras e conversas com os leitores, em escolas e outros espaços culturais, sobre a época dos Descobrimentos, a Cultura e História Portuguesas, em particular, do século XV ao XVII, que estuda há quase três décadas.

Em Novembro de 2003, nos Estados Unidos da América, durante o sarau para atribuição de prémios do Concurso Literário Proverbo, de cujo júri fez parte, a escritora recebeu um louvor pela Câmara de Newark, em reconhecimento do seu contributo para a divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas entre as comunidades de emigrantes da América, Canadá e Europa.

Publicou nove romances históricos e dois livros de contos, um dos quais traduzido e editado em Espanha, Itália e Brasil. O seu romance D. Sebastião e o Vidente, que a Porto Editora escolheu para se lançar na área da ficção, foi agraciado com o Prémio Máxima de Literatura 2007 - Prémio Especial do Júri.

Com quase duas dezenas de obras publicadas, O Espião de D. João II segue a recente edição de O Navegador da Passagem, romance histórico dedicado à grande figura dos Descobrimentos, Bartolomeu Dias.



O livro LUSITANOS no Tempo de Viriato é, nas palavras prefaciais de Guilherme d’Oliveira Martins, «uma obra extremamente útil e interessante…que propõe uma peregrinação no tempo, que nos leva às nossas raízes como povo anteriores ao Império Romano... uma análise informada, competente e acessível, sem tentação simplificadora, que responde a muitos dos enigmas que se nos põem quando falamos dos “nossos antepassados” lusitanos».

A obra acenta num dos temas mais falados da nossa história, mas normalmente apoiado por referências vagas e pouco rigorosas, recheadas de mitos e de preconceitos. Os portugueses, tendem a identificar-se com os antepassados lusitanos, a verdade é que essa memória é feita, mais de simbolismo e de uma aura mitológica e menos de sólidas referências históricas. Esse imaginário, invocado miticamente pelo épico, deve ser repensado e reflectido, com rigor histórico, nos dias de hoje, percebendo-se simultaneamente que também é a projecção e a vivência dos mitos e das lendas que caracteriza, em concreto, a existência das comunidades.

Neste livro o autor trata do fascinante mundo da Lusitânia pré-romana, utilizando como fontes os resultados da mais moderna investigação histórica e arqueológica, «O tempo da criação e manutenção dos mitos passou», sublinha. É a visão da Arqueologia como uma verdadeira ciência que conforme cria e ajuda a aparecer novas ideias, também desmaterializa as ideias feitas sem base científica.

Assim, a vida económica, a religião, as etnias e a língua, a componente bélica e o papel de Viriato na Resistência contra Roma são analisados com solidez científica mas transmitidos numa linguagem acessível ao público não especializado.

João L. Inês Vaz nasceu em 1951, no Soito, Sabugal. Doutorado em Pré-História e Arqueologia pela Universidade de Coimbra. Professor Associado da Universidade Católica Portuguesa, Pólo de Viseu. Lecciona actualmente "História da Arquitectura I e II", no Mestrado Integrado de Arquitectura. Coordenador do Mestrado em “Turismo e Património”, onde orientou os seminários de "Património Cultural Português", "Gestão do Património" e "Turismo, Cultura e Desenvolvimento". Investigador do CEAUCP – Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto. Foi professor do ensino secundário onde exerceu vários cargos e na Universidade foi director dos estágios pedagógicos, Presidente da Comissão de Avaliação interna e Director dos programas FOCO e PRODEP.

Desempenhou vários lugares públicos Delegado Distrital da Direcção Geral da Educação de Adultos, Adjunto da Delegação da Direcção Geral do Pessoal do Ministério da Educação, Vereador da Câmara Municipal de Viseu, Vogal da Região de Turismo Dão-Lafões, Governador Civil do Distrito de Viseu.

Responsável pela realização de mais de uma dezena de congressos nacionais e internacionais, no âmbito da Arqueologia e História e pronunciou dezenas de conferências em vários pontos do país e estrangeiro.

Como arqueólogo, foi responsável por mais de vinte campanhas de escavação em castros e estações arqueológicas romanas na região de Viseu e Aveiro.



OS GRANDES TEMAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL DIVULGADOS ATRAVÉS DOS SEUS ENIGMAS

— Foi a partir de «Portugal» que se expandiu uma grande civilização megalítica?

— Os Lusitanos tinham um armamento superior ao dos romanos?

— A mãe de D. Afonso Henriques assinava com a rosa-cruz?

— Portugal foi um projecto templário patrocinado por Bernardo de Claraval?

— D. Afonso Henriques era filho de Egas Moniz e não do Conde D. Henrique?

— D. Afonso Henriques teria mais de dois metros de altura?

— Onde se realizou a Batalha de Ourique?

— O Papa português João XXI foi assassinado por ser herético e um curandeiro?

— D. Dinis enganou o Papa ao transformar os Templários na Ordem de Cristo?

— A rainha Santa Isabel criou uma religião heterodoxa?

— Inês de Castro: morta por amor ou por razão de Estado?

— Os segredos do Infante D. Henrique

— Infante D. Pedro, um homem muito avançado para a época

— Uma mulher foi governadora da Ordem de Cristo?

— D. João II enganou os reis espanhóis no Tratado de Tordesilhas?

— Cristóvão Colombo serviu uma estratégia genial de D. João II?

— D. João II foi assassinado?

— O segredo científico dos portugueses e o planisfério de Cantino...

«(…) um dos objectivos desta obra é dar a conhecer aos portugueses uma série de mistérios históricos para os quais não existe ainda uma solução incontestável. (…)

Em história dificilmente existe uma palavra final, por isso, o ‘dogma da infalibilidade’ daquele que fala como profeta de uma revelação inquestionável, é hoje pura ficção. E, como tal, tem de ser encarada. Todo aquele que ignorar esta realidade acaba sempre por contrariar a essência daquilo que deve ser um historiador: alguém que, humildemente, procura transmitir através dos seus trabalhos o resultado das suas pesquisas e a sua versão, o mais científica possível, da ‘verdade do real’, como dizia Goethe. Evidentemente que a honestidade intelectual e o rigor da apresentação dos factos é axiomática. Manter com clareza a linha que separa a narrativa factual da interpretação do historiador é a cortesia que revela a sua grandeza de alma.

Não estranhe o leitor que sobre o mesmo tema ou época alguns autores deste livro possam ter uma posição diferente, pois divulgar essa pluralidade de perspectivas assenta perfeitamente no âmbito deste projecto, para o qual convidámos investigadores de competência irrepreensível e que partilham uma característica comum: pensam por si próprios e inovam. Sim, embora esta seja uma obra de divulgação, como já o afirmámos, nela são apresentadas muitas teses inovadoras e descobertas inéditas, algumas delas em primeira mão, o que nos parece importante realçar.»

Miguel Sanches de Baêna e Paulo Alexandre Loução, In «Prólogo»


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