Presságios - Capítulo 1
Fez sábado uma semana que nos encontramos ao pé da montanha. Ali diante daquele lugar recordamos todos os segredos da nossa instituição. Era assim que Eduarda escrevia a Vênancio o seu eterno amor. Ela decidira encontrar o seu amor nos braços de Cristo e ele nos meandros da lei. Secretamente sabia que ia morrer. A febre povoa-a e distraíaos seus pensamentos. Ouvia no ventre a voz do seu menino que de certo lhe dizia a sua hora. Uma hora destemperada no meio da confusão. E no meio daquele tiro que se dera naquela tarde. Ela estava ali deitada e o seu filho morto aos seus pés. Aquele ser decerto era a encarnação de um anginho e pedia-se ao padre que rezasse por alma daquele anginho e que ele estivesse no meio dos homens. Mas fora ele o autor de tamanho desacato. Passados quase cem anos Mireille, sua neta que viera de Paris numas férias abrira as malas e observara todas as fotografias e ouvia um choro de criança naquela casa. Era a alma do menino que não havia sido baptizado. Voltava agora para a desafiar.
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