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quinta-feira, maio 05, 2011

Pica- Pica Zun - Zum ( Uma nova forma de telemarketing

Trabalho, mais trabalho e mais trabalho… Horas e mais horas, e os nossos direitos onde é que eles estão? O que foi feito dos direitos adquiridos ao longo de dois séculos? E em Portugal como é que é feita esta legislação?

Ou será que tudo isto não passará de uma visão de um escritor de ficção científica? Digo-vos isto porque hoje vamos conhecer uma outra realidade… a de um universo muito pouco conhecido. Nós já os ouvimos,eles picam-nos e nós damos-lhes com dumdum, mas nada… até parece que os bichanos se multiplicam ao som do ritmo do insecticida. Ao que parece que no mundo da mosquitolândia, o dum dum é uma dança bem famosa. Que o diga Mesquita a Evitar. Uma operadora de picamarketing.

Mas afinal o que é o picamarketing? E o que é que isto tem a haver com as condições de trabalho? Já pensamos alguma vez que os animais também poderão ter os seus direitos? Porque é que eles nos picam constantemente? Em casa, na rua, nas bibliotecas, tudo o resto vocês já sabem… eles não nos dão descanso… até parecem aquelas pessoas que nos ligam para casa a perguntar se estamos interessados naquele ou noutro produto XPTO. Mas eles coitados estão a fazer o trabalho… assim como os mosquitos e neste caso a Mesquita a Evitar. Mesquita a Evitar é uma operadora de picamarketing. A pergunta paira no ar: O que é o picamarketing? A bem da verdade o picamarketing é uma espécie de casamento entre o telemarketing e o marketing de guerrilha, isto é como os mosquitos! Não falam, eles fazem aquilo que sabem… que é morder, agora o marketing de guerrilha é algo novo no nosso país, fazer marketing com pouco dinheiro, ou seja aquilo que agora se diz low-cost.

É fácil, é barato e enfim... para Mesquita a Evitar farta- se de trabalhar , apesar de não cairem chamadas e não ter aparelhos para ouvir os possíveis clientes, ela apenas tem que morder,picar os humanos para que eles comprem repelentes para mosquitos.Irónico não é? Ela que fez curso superior, se especializou em filmes etnográficos sobre as pernas e os braços das camponesas na monda do arroz na zona do Carvalhal durante os anos oitenta -noventa. Um trabalho de campo que ela adorou. Infelizmente ela não podetrabalhar na sua área , mas tem que pagar as contas da casa, o infantário dos seus mosquitinhos, o condomínio e o resto vocês já sabem têm que pagar, não é verdade? Afinal os mosquitos também sofrem...

A mosquita superior não se cansa de lhe lembrar de picar, picar, picar, picar, para ser uma mesquita exemplar. Mesquita a Evitar é descendente de uma longa linha de mosquitos anti-facistas que antes do 25 de Abril andava na clandestinidade, lutava pelos direitos dos trabalhadores, picavam os capatazes ,mordiam os senhores do poder, e até quem sabe deu um empurrãozinho a Salazar… enfim tantas memórias. Quando se deu a revolução dos cravos para os humanos portugueses, ela participou numa série de comícios, e chorou emocionada .As mesquitas da sua família esclareceram as outras dos direitos que tinham dos métodos contraceptivos ,enfim outras sessões de esclarecimento que ninguém tinha feito antes.
Agora as coisas mudavam podia partir para outro lado como um super-herói, a Super- Mesquita, daí o nome Mesquita a Evitar. Muitos diziam que ela era descendente de uma mesquita muçulmana. Ela ria-se quando lhe perguntavam isso…

Agora ela quer falar dos direitos dos mosquitos, dos seus trabalhos. Ela está em vias de perder o seu emprego. Picar o Capuchinho Vermelho não é “pera doce “. Vermelha já ela era, umas vezes conotada com épocas anteriores da revolução, mas enfim o Capuchinho Vermelho aderiu à cor laranja. Ela sempre admirara o Capuchinho Vermelho!

A avó então nem se fala e tentar picar o lenhador… É só dizer que ele não está ao serviço hoje… Volte a tentar a picar amanhã. De facto é isto ao que se chama picar o ponto. Ou seja com clientes destes é mesmo o fim da picada!

Aos fins de semana Mesquita a Evitar faz figuração no filme “Os Dez Mandamentos “, mascarada de gafanhoto, para a cena da praga de gafanhotos. Mesquita a evitar quer fazer uma revolução do tipo daquele humano de barbas, um tipo chamado Karl Marx que escreveu “O capital “ .

Será que ela poderia escrever “O capital Repelente? “Ou não fazer uma outra história como aquele inglês que lia na biblioteca antes de picar os humanos intelectuais?

Afinal de contas de que servem os direitos dos trabalhadores se eles só servem para embelezar uma biblioteca… se ao menos… pudesse picar os códigos e o papel. mas esse papel já não lhe compete a ela … mas sim à traça.

Volto a perguntar-vos:
De que servem afinal os direitos dos trabalhadores se eles na maioria das vezes eles só servem para contar boas histórias? Ou ficar na história do direito e das ideias jurídicas? Por fim Mesquita a Evitar deixa uma declaração:

Se há alguém que tiver alguma coisa para falar, que fale agora ou se cale para sempre.

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