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sexta-feira, maio 06, 2011

O Corpo do Coração: exposição amatiana inaugura a 7 de Maio em Castelo Branco

Fotografia da autoria de Luís Norberto Lourenço,

tirada em Castelo Branco, a 10 de Janeiro de 2010.


Exposição: O CORPO DO CORAÇÃO: Horizontes de Amato Lusitano
Duração: de 7 a 29 de Maio de 2011
Inauguração: 7 de Maio, Sábado, 16h00
Local: Cine-Teatro Avenida, Castelo Branco
Organização: Comissão das Comemorações do Quinto Centenário do Nascimento de Amato Lusitano
Entrada: Gratuita
Aceitam-se marcações para grupos na parte da manhã das 10h00 às 13h00


Este projecto expositivo apresenta duas estratigrafias imagéticas cronologicamente diferenciadas que se estabelecem a partir da figura de João Rodrigues de Castelo Branco, o albicastrense médico judeu, mais conhecido por Amato Lusitano na Europa de quinhentos. Apontam-se algumas das matérias que estabeleceram, e reproduzem, a construção iconográfica histórica da personagem que se estabilizou, em 1956, na estátua de bronze realizada pelo escultor Martins Correia. A peça que está situada no centro do pulsar da cidade afirmou na comunidade local o regresso e a presença na geografia urbana de uma ausência de séculos de uma ímpar sumidade da cultura europeia. O bronze anulou e anulará, em parte, a amnésia identitária que ainda envolve a memória de Amato. Uma estátua que possui uma biografia peculiar que é reconstruída nos nossos dias através de diálogos sustentados em múltiplos suportes que anulam o esquecimento.

A outra estratigrafia exposta resultou de um desafio colocado a um notável conjunto de fotógrafos para que interpretassem a densidade cultural da personalidade. São criações que podem remeter para o espaço público contemporâneo, para o modelado histórico primevo, para o jogo dos tempos, revelando uma rede de metáforas e de horizontes complexos mais materiais ou mais etéreos. Os artistas cartografaram outras geografias e escalas reconstituindo epidermes do espaço vivido, do corpo e da alma amatianas. Estamos diante de um inventário de partidas, de ausências, de interrogações, de saudades. Relacionados com Amato, os discursos fotográficos assumem-se como penitências do sentir, como catarses individuais desenhadas com luz que constroem outras memórias que anulam o esquecimento do judeu albicastrense que, errante, retornou através da História.

Por: Pedro Salvado

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