Candidatura Espontânea
Crónica de um licenciado em História.
Nos últimos anos tem-se dedicado
a procurar emprego, sem o achar e contudo olha à sua volta e vê tanto para
fazer.
O nosso licenciado olha para os espaços
da cidade de Setúbal, e vê nesses espaços verdadeiros recursos históricos
que podemos apreciar, observando as pérolas da construção, indo ao encontro de
artistas anónimos. Obras de arte sem assinatura mas com enorme beleza.
Seja o Convento de Jesus, onde
estranhamente ouvimos o gemido das gárgulas, perante a ameaça de
ruína ou, um dia, olhar antes os escombros dessa mesma de obra de arte.
Perante a cegueira geral, que
constitui o recusar ver o quão belo os nossos antepassados nos legaram, perguntamos
se não será necessária a ajuda de um cão-guia…
Reencontrarão os vindouros, uma
pista daquilo que foi, nas imagens dos edifícios que hoje
admiramos?
Que legado ou memória deixamos às
gerações futuras, certamente também empenhadas em construir deixar legado.
Aqui está uma área onde um
licenciado em história pode trabalhar. Sensibilizando as populações e os seis
poderes a dialogar com o passado e consigo próprios. Quem esquece o seu passado
esquece-se assim porque não se entende sem ele.
Saber olhar as épocas, os
recursos que temos à nossa mão, a riqueza de um monumento
histórico, são áreas onde um licenciado de história pode fazer valer os seus
conhecimentos e ser útil.
Porque razão foi aquele
edifício/monumento construído, com que função e em que contexto urbano e
político-social. Nem sempre teremos à mão um
familiar mais velho que nos ajude a descobrir que construção era aquela
que observamos nas imagens. E de que só resta isso mesmo: a imagem do que foi e do que podemos imaginar.
familiar mais velho que nos ajude a descobrir que construção era aquela
que observamos nas imagens. E de que só resta isso mesmo: a imagem do que foi e do que podemos imaginar.
Lutemos para que os vindouros não
vivam uma vivência sem memória, que também eles apaguem o que nós hoje lhes queremos
legar.
Pensemos nisto quando alguns
edifício/monumentos da nossa cidade ameaçam ruir. Mais tarde diremos
apenas: Que pena!
Será pena, pois mas sem
pensarmos e reflectirmos, outros valores que se mostram mais altos, como centros
comerciais ou torres gémeas matam a nossa memória e comprometem o nosso futuro.
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