fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

terça-feira, agosto 14, 2018


Candidatura  Espontânea

Crónica de um licenciado em História.
Nos últimos anos tem-se dedicado a procurar emprego, sem o achar e contudo olha à sua volta e vê tanto para fazer.
O nosso licenciado olha para os espaços da cidade de Setúbal, e vê nesses espaços verdadeiros recursos históricos que podemos apreciar, observando as pérolas da construção, indo ao encontro de artistas anónimos. Obras de arte sem assinatura mas com enorme beleza.
Seja o Convento de Jesus, onde estranhamente  ouvimos o gemido das gárgulas, perante  a ameaça de ruína ou, um dia, olhar antes os escombros dessa mesma de obra de arte.
Perante a cegueira geral, que constitui o recusar ver o quão belo os nossos antepassados nos legaram, perguntamos  se não será necessária a ajuda  de um cão-guia…
Reencontrarão os vindouros, uma pista daquilo que foi, nas imagens  dos edifícios  que hoje admiramos?
Que legado ou memória deixamos às gerações futuras, certamente também empenhadas em construir deixar legado.
Aqui está uma área onde um licenciado em história pode trabalhar. Sensibilizando as populações e os seis poderes a dialogar com o passado e consigo próprios. Quem esquece o seu passado esquece-se assim porque não se entende sem ele.
Saber olhar as épocas, os recursos  que temos à nossa  mão, a riqueza  de um monumento histórico, são áreas onde um licenciado de história pode fazer valer os seus conhecimentos e ser útil.
Porque  razão foi aquele edifício/monumento construído, com que função e em que contexto urbano e político-social. Nem sempre teremos à mão um
familiar mais velho que  nos ajude  a descobrir que construção era aquela
que observamos nas imagens. E de que só resta isso mesmo: a imagem do que foi e do que podemos imaginar.
Lutemos para que os vindouros não vivam uma vivência sem memória, que também eles apaguem o que nós hoje lhes queremos legar.
Pensemos nisto quando  alguns edifício/monumentos da nossa cidade ameaçam ruir. Mais tarde diremos apenas: Que pena!
Será pena, pois mas sem pensarmos e reflectirmos, outros valores que se mostram mais altos, como centros  comerciais ou torres gémeas matam a nossa memória e comprometem o nosso futuro.