fanzine Tertuliando (On-line)

Este "blog" é a versão "on-line" da fanzine "Tertuliando", publicada pela Casa Comum das Tertúlias. Aqui serão publicados: artigos de opinião, as conclusões/reflexões das nossas actividades: tertúlias, exposições, concertos, declamação de poesia, comunidades de leitores, cursos livres, apresentação de livros, de revistas, de fanzines... Fundador e Director: Luís Norberto Lourenço. Local: Castelo Branco. Desde 5 de Outubro de 2005. ISSN: 1646-7922 (versão impressa)

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Esta não será uma carta de amor vulgar*

Esta não será uma carta de amor vulgar.

Nem sei bem o que isso é... Como esta vai ser...

Tenho quase a certeza que não te vou dizer que és o amor da minha vida, que quero casar contigo, ter imensos filhos com o teu cabelo e os meus olhos. E não to vou dizer porque não sei o que isto é.

Posso dizer-te que não sei o que é o amor. Posso dizer-te que, no passado, muitas vezes confundi amor com necessidade, pena ou até mesmo amizade. Posso dizer-te que já acreditei que me amavam, entreguei-me, e perdi-me por completo.

Portanto, posso afirmar com toda a certeza que aquilo que tenho contigo, por agora, para mim, não tem nome. Amor? Talvez. Depende muito da definição desta palavra.

Posso dizer-te que, enquanto estou deitada nos teus braços, penso muito nessa palavra, neste sentimento, na expressão que me sai sincera e instintivamente dos meus lábios que desejam os teus para os teus ouvidos « Amo-te ».

Penso também naquilo que sou. Naquilo que alegadamente amas, em todas as minhas imperfeições, que quero corrigir contigo. Penso também na pessoa diferente que sou ao teu lado: alguém melhor. Mais optimista. Mais feliz.

Porque é isso que me fazes, feliz. Desde o momento em que o meu corpo tremeu quando te viu. Desde o momento que senti o teu coração bater fortemente antes do nosso primeiro beijo. Desde a nossa primeira conversa. Desde que nos tornámos um.

Enquanto estou deitada nos teus braços penso também em ti. Provavelmente reparas que olho para ti sorrateiramente. Gosto de pensar que alguém tão bonito, tão especial como tu gosta de mim. Mas gostar gostar. Não está a fingir. Não o diz para me usar e deitar fora.

E sei isto porque não o dizes: eu vejo-o. Vejo-o no teu olhar. Em simples gestos. Sinto-o no teu abraço.

Não sabes o quanto eu gosto de ti. O quanto penso em ti quando não estou contigo. O quanto preciso do teu abraço quando algo não corre bem. O quanto adoro ver-te chegar e odeio ver partir. O feliz que fico quando te faço sorrir, com esse sorriso genuino. O feliz que fico quando me dás a tua mão e me levas contigo. O quão feliz fico quando me beijas e me fazer voar. Voar de felicidade. Voar de prazer. Voar sem nada a minha volta. Só tu e eu. Porque só nós importamos quando estamos só os dois. Porque todo o mundo pára quando estou contigo, apesar de, infelizmente, o tempo passar a correr quando contigo estou, e ires sem me levares ao teu lado.

Mas gosto de pensar que um dia vou contigo. Que um dia me levas pela mão até ao teu mundo. Que um dia o meu mundo não vá sentir a minha falta e eu vá para o teu, contigo.

Não.

Vamos criar oficialmente um só nosso. Onde poderemos voar livremente. Onde os nossos caminhos se cruzam infinitas vezes. Onde o tempo pára nos momentos perfeitos. Onde brinco com o teu cabelo á vontade. Onde brincamos os dois até á exaustão. Onde poderei sentir o teu coração bater na minha pele nua que adoras percorrer, no meu corpo que adoras descobrir. Onde adormecemos nos braços um do outro, sem ter que ter o prazer de te encontrar nos meus sonhos, porque já estou entrelaçada num. Onde ilumino a tua noite com estrelas. Onde não te sentes sofucado pelas trevas. Onde nos sentimos alguém. Onde isto perdura. Amor. Sim, amor. Porque por mais que ande em labirintos na minha mente, tentando encontrar desculpas para não chamar isto de amor, para não me entregar, para não correr o risco de me magoares, partires este frágil coração, não consigo. Sempre quis algo verdadeiro. Agora tenho-o. Espero mesmo que o que sentes por mim seja verdadeiro porque... Eu sou tua. O que sinto por ti é amor. Amo-te com todo o meu ser. E algo me diz que o sentes também, portanto vá. Vou admitir. Vou-me entregar oficialmente e deixar todo o mundo a saber.

A saber o quanto te amo.

A saber o quanto me amas.

A saber o quanto sou tua e tu és meu. Só meu. Por agora. Ou mesmo para sempre.

Tua,

*Svamp


Nota editorial:

Com orgulho volto a publicar um texto duma antiga aluna... disfrutem!

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